Senta aqui no sofá, que eu vou contar: tão dizendo que em novembro Belém vai ser palco do mundo. A tal da COP30 vai trazer presidente, ministro, figurão de terno e gravata de tudo quanto é canto. Mas vou falar uma coisa — já tá parecendo mais feira de negócios do que encontro pela floresta.
O Cidade AC News levantou uns números que até eu fiquei de boca aberta: tem hospedagem em Belém custando mais de R$ 1,5 milhão por 11 dias. É isso mesmo que você leu: quase R$ 70 mil a diária por pessoa. Um quarto que antes custava R$ 200 a diária agora foi pra preço de carro de luxo. Quem pode pagar isso? Só quem já chega com jatinho particular. O povão, que vive aqui, olha e só balança a cabeça.
A ministra Marina Silva até falou grosso, chamando isso de “achaque” e “absurdo dos absurdos”. E não tá errada, não. A gente tá falando de um evento que deveria unir o mundo pra salvar a floresta, mas que tá afastando justamente os que mais precisavam estar presentes: os países pobres e os povos que vivem da mata.
E como se não bastasse, inventaram a ideia de navio-hotel. Quer dizer, se a terra não comporta, que bote o povo em cima d’água. Bonito, né? Mas no fim das contas é mais improviso que solução. Parece até aquelas gambiarras que a gente faz em casa quando falta luz: acende vela e torce pra não cair no escuro.
Aqui no Ver-o-Peso, o papo que rola é direto: “isso não é pra nós, é pra inglês ver”. E é isso mesmo. O povo que rala vendendo peixe, farinha, tucupi, castanha, não tem espaço nessas reuniões cheias de microfone e tradução simultânea. Quem cuida da floresta no dia a dia vai continuar de fora da foto oficial.
E não é só o preço que incomoda, não. É a sensação de que estão vendendo a Amazônia num pacote de luxo. Bota foto bonita, música de fundo (quem sabe até uma da Joelma), fala de futuro verde, mas por trás o que se vê é estrada abrindo no meio da mata e especulação correndo solta.
Eu, que não sou boba, fico pensando: quem tá ganhando com essa história? Hotel, especulador, atravessador. E quem tá perdendo? O ribeirinho, o indígena, o agricultor que não consegue nem chegar perto do evento.
E tem mais: se a COP30 era pra ser uma chance de ouro, ela corre o risco de ficar marcada como a conferência dos preços abusivos. E olha que fofoca corre rápido, viu? No sofá, na feira, na beira do rio, todo mundo já comenta que Belém virou “Paris tropical”. Só que sem Torre Eiffel — e com muito mosquito.
Eu termino com meu conselho de vó: se querem salvar a floresta, que baixem a bola e ouçam quem mora nela. Porque de glamour o Norte tá cheio, mas de respeito a gente ainda carece.
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Meta description: Dona Zizi alerta: COP30 em Belém parece feira de luxo, mas esquece o ribeirinho e quem vive a floresta de verdade.
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