Por Eliton Muniz – Cidade AC News
Faltando poucos meses para a COP30 em Belém, o maior evento climático já realizado no Brasil, o que deveria ser motivo de orgulho está virando motivo de escândalo. Contratos milionários com suspeita de superfaturamento, terceirização sem controle e uma organização que mais parece um teatro do desperdício expõem o verdadeiro preço do “compromisso ambiental” do governo. Enquanto isso, a Amazônia continua a arder e a população local segue esquecida. Quem está tirando vantagem desse espetáculo?
O festival do dinheiro público: superfaturamento escancarado
Nada menos que R$ 420 milhões já foram comprometidos para a realização da COP30 — valor que ultrapassa o dobro do gasto da COP26, em Glasgow, uma cidade com infraestrutura pronta e menos desafios logísticos. O detalhe? Contratos assinados às pressas com empresas que não tinham experiência para um evento deste porte.
Uma empresa de eventos abocanhou R$ 95 milhões para montar pavilhões temporários — valor que, segundo especialistas independentes ouvidos pelo Cidade AC News, deveria ser metade disso. Onde foi parar o resto? O silêncio do Ministério do Meio Ambiente e a falta de transparência nas licitações só aumentam a suspeita: há dinheiro público escorrendo pelo ralo.
Terceirização sem freio: a receita perfeita para a bagunça
Mais de 70% das funções da COP30 estão entregues a terceiros — um verdadeiro carrossel de contratos que mais parece jogo de empurra entre ministérios, empresas e cabos eleitorais. Resultado? Falta de coordenação, atraso nas decisões e um processo opaco que facilita desperdícios e possíveis desvios.
Mariana Alves, consultora em políticas públicas, não tem dúvidas: “Quando o governo abre mão do controle direto, cria-se um ambiente propício para ineficiência e corrupção.” E é exatamente isso que a população corre o risco de pagar.
A contradição da retórica verde com a realidade da floresta
Enquanto o governo fatura milhões com a COP30, a Amazônia queima. Os dados do INPE são implacáveis: o desmatamento cresceu 7,8% só nos primeiros meses de 2025, um número que desmente as palavras de proteção ambiental dos ministros.
Além disso, a flexibilização das leis ambientais e a demora em combater grileiros e madeireiros ilegais mostram que a conferência corre o risco de ser um mero espetáculo, um “greenwashing” caro que tenta maquiar a devastação com discursos vazios e imagens bonitas.
Enquanto bilhões são despejados em contratos obscuros e palcos efêmeros para impressionar delegados e a mídia internacional, o Brasil ignora o drama real que acontece na Amazônia. O que deveria ser prioridade — a preservação da floresta e o bem-estar das comunidades — fica em segundo plano diante da farsa orquestrada por um governo mais preocupado em posar para fotos do que em agir. Essa COP30, do jeito que está, não passa de um espetáculo de fachada, financiado com dinheiro público, que vai custar caro demais para o país pagar — não só no bolso, mas na reputação e no futuro ambiental.
Quem sofre com essa farra? A população local
No bairro do Igarapé-Miri, perto de Belém, a expectativa é acompanhada por uma dose amarga de ceticismo. “Queremos que a COP30 traga algo real para a gente, não só discurso para turista ver”, diz José Carvalho, líder comunitário.
Enquanto o governo desfila cifras milionárias, comunidades enfrentam problemas básicos como falta de saneamento, saúde precária e insegurança. A pergunta que não quer calar é: por que tanto dinheiro para show, e tão pouco para o povo?
A imagem do Brasil em jogo — e a COP30 como teste
O governo não pode mais fingir que esse evento será apenas um palco para fotografias bonitas. A comunidade internacional observa e, diante das denúncias de superfaturamento e da escalada do desmatamento, a credibilidade brasileira está em xeque.
Investidores, parceiros internacionais e ONGs esperam mais que promessas — querem compromissos reais, transparência e uma mudança efetiva na política ambiental do país.
Conclusão: hora de acabar com a festa e começar a trabalhar
A COP30 pode ser o maior evento climático da história do Brasil — ou o maior desperdício de recursos públicos já visto na área ambiental. Depende agora do governo mostrar responsabilidade, cortar gastos abusivos, controlar a terceirização e, sobretudo, ouvir quem vive e cuida da Amazônia.
Enquanto isso não acontece, a festa segue, mas quem vai pagar a conta são os brasileiros, a floresta e as futuras gerações.
Para aprofundar o tema
- Desmatamento na Amazônia: dados e desafios para 2025
- BR-319: A estrada que pode mudar o futuro do Amazonas
- Transparência pública no Acre: análise das últimas licitações governamentais
Fontes externas confiáveis
- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Monitoramento do desmatamento
- Transparency International Brasil – Combate à corrupção em contratos públicos
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COP30 em Belém é marcada por contratos superfaturados e terceirização descontrolada. Amazônia queima e brasileiros pagam a conta do desperdício.
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Última atualização: 05/07/2025
Tags: COP30, Amazônia, Superfaturamento, Terceirização, Meio Ambiente, Transparência, Belém, Política Pública
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