O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos revelou detalhes da segunda edição do Concurso Nacional Unificado, conhecido como “Enem dos Concursos”. A seleção promete atrair milhares de candidatos com 3.352 vagas, das quais 508 são destinadas a cargos de nível médio. Esses postos, distribuídos em 14 órgãos federais, oferecem oportunidades em áreas estratégicas, como saúde, regulação e pesquisa. A estrutura do certame, com provas em 228 cidades, reforça o caráter inclusivo do processo.
Organizado em nove blocos temáticos, o CNU 2025 permite que candidatos escolham cargos dentro de uma mesma área de atuação. A novidade deste ano é a divisão das provas em duas etapas, com objetivas marcadas para outubro e discursivas para dezembro. O edital, aguardado para julho, trará mais detalhes sobre inscrições e conteúdos.
As vagas de nível médio, todas para provimento imediato, destacam-se pela diversidade de órgãos, incluindo agências reguladoras e instituições de saúde. Os cargos oferecem salários iniciais atrativos, variando conforme a função e o órgão.
- Principais órgãos com vagas de nível médio:
- Agência Nacional de Mineração (ANM): 80 vagas.
- Agência Nacional de Aviação Civil (Anac): 70 vagas.
- Instituto Nacional do Câncer (Inca): 54 vagas.
- Hospital das Forças Armadas (HFA): 30 vagas.
Ampliação das oportunidades
A segunda edição do CNU marca um avanço significativo na oferta de vagas de nível médio. Em 2024, apenas três órgãos — Mapa, IBGE e Funai — disponibilizaram oportunidades para esse nível de escolaridade. Agora, com 14 instituições confirmadas, o certame reflete um esforço do governo federal para ampliar o acesso ao serviço público. A inclusão de agências reguladoras, como a ANM e a Anac, evidencia a demanda por profissionais técnicos em setores estratégicos.
Os cargos contemplados abrangem áreas como saúde, regulação e pesquisa biomédica. Por exemplo, o Instituto Nacional de Cardiologia oferece 19 vagas para Técnico de Enfermagem, enquanto a ANP disponibiliza 16 postos para Técnico em Regulação de Petróleo e Derivados. A diversidade de funções permite que candidatos com diferentes formações técnicas encontrem oportunidades alinhadas a seus perfis.
Organização do certame
A escolha da banca organizadora está em andamento, com previsão de conclusão até junho de 2025. Dez instituições receberam o Termo de Referência, mas apenas quatro — Cebraspe, FGV, IBFC e Cesgranrio — atendem aos critérios de experiência para um concurso com mais de 750 mil inscritos esperados. A Fundação Cesgranrio, responsável pela primeira edição, segue na disputa, mas enfrenta concorrência.
O processo seletivo será dividido em duas fases principais. A prova objetiva, marcada para 5 de outubro, terá 40 questões de múltipla escolha para cargos de nível médio, abordando conhecimentos gerais e específicos. A prova discursiva, agendada para 7 de dezembro, consistirá em uma redação, com até 90 linhas, avaliada para candidatos classificados até nove vezes o número de vagas por cargo.
- Cronograma previsto:
- Contratação da banca: até junho de 2025.
- Publicação do edital: julho de 2025.
- Prova objetiva: 5 de outubro de 2025.
- Prova discursiva: 7 de dezembro de 2025.
- Resultados finais: fevereiro de 2026.
A aplicação das provas em 228 municípios garante acesso a candidatos de todas as regiões do país. A logística, aprimorada após os desafios da edição anterior, inclui medidas como códigos de barras para identificação dos candidatos, substituindo o sistema manual de preenchimento.
Cargos em destaque
Entre os cargos de nível médio, as funções ligadas à saúde se destacam pelo volume de vagas e relevância. O Inca, por exemplo, oferece 54 vagas para Técnico I, voltadas para atividades administrativas e de suporte em oncologia. Já o Into disponibiliza 28 vagas para Técnico de Enfermagem, com foco em atendimento ortopédico. Esses postos exigem formação técnica específica, além do ensino médio completo.
As agências reguladoras, por sua vez, concentram o maior número de oportunidades. A ANM lidera com 80 vagas para Técnico em Atividades de Mineração, enquanto a Anac oferece 70 postos para Técnico em Regulação de Aviação Civil. Esses cargos envolvem atividades de fiscalização e suporte técnico em setores críticos para a economia nacional.
Regionalização das vagas
Embora a maioria das vagas seja para Brasília, o CNU 2025 inclui oportunidades regionais. O Rio de Janeiro concentra 315 vagas, com destaque para o Inca, Into e INC. No Pará, o Instituto Evandro Chagas e o Centro Nacional de Primatas oferecem 28 vagas combinadas. Pernambuco terá 20 vagas na Fundação Joaquim Nabuco, enquanto São Paulo conta com 65 postos na Fundacentro.
A distribuição regional reflete a estratégia do governo de atender demandas locais sem centralizar todas as convocações na capital federal. Candidatos de diferentes estados terão a chance de concorrer a cargos próximos de suas regiões, reduzindo barreiras geográficas.
- Vagas por estado:
- Rio de Janeiro: 315 vagas (saúde e cultura).
- São Paulo: 65 vagas (Fundacentro).
- Pará: 66 vagas (saúde e pesquisa).
- Pernambuco: 20 vagas (Fundação Joaquim Nabuco).

Perfil dos candidatos
Os cargos de nível médio exigem ensino médio completo, com algumas funções demandando formação técnica específica, como Técnico de Enfermagem ou Técnico em Radiologia. A idade mínima é 18 anos, sem limite máximo, ampliando o acesso a diferentes faixas etárias. A inscrição será exclusivamente online, no site da banca organizadora, com isenção de taxa para doadores de medula óssea e outros grupos previstos em lei.
A expectativa é que o concurso atraia mais de 750 mil candidatos, superando os 970 mil que realizaram as provas em 2024. A alta concorrência reflete o interesse por cargos públicos, que oferecem estabilidade e salários iniciais entre R$4 mil e R$6 mil, dependendo do órgão.
Estrutura dos blocos temáticos
Os nove blocos temáticos agrupam cargos por áreas de atuação, permitindo que candidatos escolham até três cargos dentro do mesmo bloco. A lista de blocos será divulgada com o edital, mas espera-se que incluam saúde, regulação, administração e pesquisa. A escolha por blocos facilita a preparação, já que as provas objetivas abordam conteúdos comuns a cada área.
Na edição anterior, os blocos temáticos variaram de infraestrutura a políticas sociais. Para 2025, a adição de um nono bloco sugere a inclusão de novas carreiras ou a reorganização de cargos existentes. A flexibilidade na escolha de cargos dentro do mesmo bloco é uma das marcas do CNU, atraindo candidatos com interesses diversos.
Preparação para as provas
A preparação para o CNU exige foco em conteúdos gerais, como língua portuguesa, matemática e noções de direito, além de conhecimentos específicos de cada bloco. A prova objetiva, com 40 questões, terá peso significativo na classificação inicial. A redação, por sua vez, avaliará clareza, coesão e domínio do tema proposto.
Cursos preparatórios já oferecem materiais adaptados ao formato do CNU, com simulados baseados na edição de 2024. A separação das provas objetiva e discursiva permite que candidatos organizem seus estudos em etapas, priorizando a primeira fase até outubro.
- Dicas de estudo:
- Foque em português e matemática para a prova objetiva.
- Treine redações com temas de atualidades.
- Revise conteúdos específicos do bloco escolhido.
- Use simulados para gerenciar o tempo de prova.
Avanços na segurança do certame
A edição de 2025 traz melhorias na segurança das provas. O uso de códigos de barras para identificação elimina o preenchimento manual, reduzindo riscos de erros ou fraudes. A medida responde a críticas da edição anterior, quando o sistema de “bolinhas” gerou polêmicas. Além disso, a aplicação em dois dias facilita a logística, especialmente em regiões com fusos horários distintos.
O MGI também planeja uma prova extraordinária para situações excepcionais, como ocorreu em 2024, quando chuvas no Rio Grande do Sul adiaram a aplicação. Essas medidas visam garantir a transparência e a acessibilidade do processo seletivo.
Expectativas para as nomeações
As 508 vagas de nível médio são para provimento imediato, com nomeações previstas entre março e abril de 2026, após a sanção da Lei Orçamentária Anual. O cadastro de reserva, voltado para cargos de nível superior, também terá convocações no curto prazo, segundo o MGI. A agilidade nas nomeações é um diferencial do CNU, que busca suprir carências de pessoal em órgãos estratégicos.
A experiência da primeira edição, com 4.330 convocações autorizadas em 2025, indica que o governo priorizará a reposição de servidores. As agências reguladoras, por exemplo, enfrentam déficits históricos de pessoal, o que torna as vagas do CNU essenciais para suas operações.
Benefícios dos cargos públicos
Os cargos de nível médio oferecem estabilidade, plano de carreira e benefícios como auxílio-alimentação e saúde. Salários iniciais variam de R$4 mil (Técnico I no Inca) a R$6 mil (Técnico em Regulação na Anac), com possibilidade de progressão. A atratividade desses postos explica a alta concorrência esperada.
Além disso, a atuação em órgãos como a ANM ou a Anvisa permite que profissionais contribuam para setores-chave, como energia e saúde pública. A formação técnica exigida para alguns cargos garante que os aprovados estejam preparados para os desafios das funções.
Impacto na carreira pública
O CNU 2025 consolida o modelo unificado de seleção, iniciado em 2024, como uma alternativa eficiente aos concursos individuais. A centralização reduz custos e padroniza a aplicação, beneficiando candidatos que antes precisavam se preparar para diferentes bancas. A inclusão de mais órgãos e cargos de nível médio reforça o compromisso com a democratização do acesso ao serviço público.
A segunda edição também reflete aprendizados da estreia, como a necessidade de maior clareza nos processos e agilidade nas convocações. Com 35 órgãos participantes, o certame abrange desde instituições de saúde até agências reguladoras, oferecendo oportunidades para diferentes perfis profissionais.
- Órgãos com maior número de vagas de nível médio:
- ANM: 80 vagas (Técnico em Atividades de Mineração).
- Anac: 70 vagas (Técnico em Regulação de Aviação Civil).
- Inca: 54 vagas (Técnico I).
- ANTT: 50 vagas (Técnico em Regulação de Transportes Terrestres).
- Anatel: 50 vagas (Técnico em Regulação de Telecomunicações).
Logística nacional
A aplicação das provas em 228 cidades, cobrindo todas as 27 unidades da federação, garante que candidatos de áreas remotas participem do processo. A escolha de locais estratégicos, como capitais e cidades-polo, facilita o acesso. A divisão das provas em dois dias também reduz problemas logísticos, como os enfrentados no Acre em 2024, onde candidatos chegaram às 5h devido ao fuso horário.
O MGI trabalha para aprimorar a infraestrutura do certame, incluindo a contratação de fiscais e a garantia de segurança nas aplicações. A expectativa é que a logística seja mais eficiente, beneficiando os mais de 750 mil inscritos previstos.
Inclusão e acessibilidade
O CNU 2025 mantém políticas de inclusão, como cotas para candidatos negros, indígenas e com deficiência, seguindo a legislação vigente. A ampliação para 30% de vagas reservadas a candidatos negros, incluindo indígenas e quilombolas, é uma medida prevista no Projeto de Lei 1.958/2021. A isenção de taxa para doadores de medula óssea e beneficiários de programas sociais também amplia o acesso.
A aplicação simultânea em todo o país, com provas acessíveis em braille e intérpretes de Libras, reforça o caráter democrático do concurso. Essas iniciativas visam atender a um público diverso, alinhando o certame aos princípios de equidade.