sexta-feira, 5 dezembro, 2025

Como a aquicultura inova frente aos impactos das mudanças climáticas

Como a aquicultura inova frente aos impactos das mudanças climáticas | Cidade AC News – Notícias do Acre
O aquecimento global e a intensificação das ondas de calor reduzem os níveis de oxigênio dissolvido nos ecossistemas de água doce, desafiando a produção de peixes em todo o mundo.
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“No passado, a preocupação dos produtores era em como produzir corretamente, como não impactar negativamente o meio ambiente. Agora eles também demandam soluções para produzir levando em conta as mudanças climáticas”, diz Fabio Catunda, diretor de criação, design e desenvolvimento da ADM para a América Latina.

Durante 18 meses, a companhia realizou pesquisas e testes no Centros de Excelência Aquícola, localizado em Aparecida do Taboado (MS), e no Vietnã para desenvolver um mix de aditivos — feito com fitobióticos, ácidos orgânicos, leveduras e óleos essenciais — que ajudam os peixes a se manter bem nutridos em ambientes com baixos níveis de oxigenação na água e oscilações de temperatura.

“Essa tecnologia foi uma resposta à necessidade que estava ocorrendo no campo. As primeiras pesquisas foram concluídas no Brasil e hoje essa tecnologia é aproveitada no Vietnã, onde também foi testada”, disse Catunda.

Outra preocupação de aquicultores relacionados a meio ambiente refere-se ao impacto do uso de antibióticos para peixes na microbiota de rios. “O setor hoje busca adotar mais ferramentas preventivas para reduzir o uso de antibóticos”, afirmou Catunda.

Ele observou que os peixes têm queda na imunidade logo que são vacinados porque sofrem estresse na troca de tanque feita para realizar a imunização. Tendo isso em vista, o produtor pode adotar uma dieta, com fitobióticos, leveduras e probióticos para melhorar a imunidade do peixe, dispensando o uso do antibiótico.

“Estresse calórico, maior densidade de peixes e baixo oxigênio dissolvido são fontes de estresse, e entender o estresse é fundamental para agir de maneira preditiva. É o caminho que a indústria está tomando”, disse Catunda.
Camarões e lagostas

As mudanças climáticas também elevam a temperatura dos mares e provocam mudanças na salinidade das águas, causando estresse na fauna marinha e afetando a produção de camarão e lagosta.

A ADM também desenvolveu para este segmento uma ração funcional que favorece o equilíbrio osmótico dos camarões, permitindo o seu desenvolvimento em ambientes com níveis de salinidade baixo ou muito alto. O produto possui componentes que ajudam na regulação iônica e garantem que os camarões tenham mais energia disponível para crescer.

Catunda disse que o trabalho de pesquisa e desenvolvimento da ADM em aquicultura tem como foco a melhora da qualidade da produção, o cuidado com a saúde e soluções para driblar os desafios das mudanças climática.

Na área de qualidade de produção, uma das inovações recentes da ADM é uma dieta que tira da carne do peixe o sabor que lembra barro. “Peixes que são criados onde tem muita proliferação de alga, que produz a toxina geosmina, absorvem essas toxinas e ficam com esse gosto. A dieta evita a absorção da geosmina pelo peixe”, afirmou Catunda.

O executivo considera que a aquicultura é o setor de proteína animal com maior potencial de crescimento. Segundo dados da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), a produção de tilápia no país cresceu 103% nos últimos dez anos, saltando de 285 mil para 579 mil toneladas. “Mesmo com esse crescimento, é uma indústria ainda pequena, se comparada com a produção de carnes bovina, suína e de aves. O potencial de crescimento é enorme”, disse.

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