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Fantasia fiscal e soberanismo de toga: duas ilusões com a mesma conta

fantasia fiscal e soberanismo de palanque têm algo em comum: ambos vendem ilusão e cobram em dinheiro real.

fantasia fiscal e soberanismo de palanque têm algo em comum: ambos vendem ilusão e cobram em dinheiro real.

Coluna do Ton

Brasília é um palco onde a realidade quase nunca entra em cena. O governo insiste em pintar as contas públicas de verde, amarelo e otimismo, como se déficit fosse detalhe. Do outro lado da Praça dos Três Poderes, o ministro Flávio Dino declara que leis estrangeiras não se aplicam no Brasil — como se tratados internacionais fossem mera opinião. No fundo, são duas faces da mesma moeda: discurso que ignora consequência.

No caso fiscal, o truque é velho: reduzir projeções, reclassificar despesas e adiar problemas como se a matemática fosse convencida no grito. O Tesouro fala em “controle”, o Planalto em “credibilidade”. O contribuinte, no entanto, sente na pele: preços altos, serviços ruins e a eterna sensação de que paga por um espetáculo mal ensaiado.

Já na seara jurídica, Dino adota o soberanismo de palanque. Afirma que leis como a Magnitsky Act, dos EUA, não têm efeito por aqui. Mas esquece que, no mundo real, bancos e empresas americanas não precisam da bênção do STF para cortar laços. Como diz a análise circulada entre instituições financeiras: “Mesmo que se declare a Magnitsky inaplicável no Brasil, a decisão não produzirá efeitos, pois o STF não tem poder sobre bancos e empresas dos EUA. Nesse caso, as empresas e bancos brasileiros que cumprirem eventual decisão do STF podem perder conexão com os EUA e, provavelmente, quebrar.”

Esse é o ponto: o STF pode discursar, mas não controla Wall Street. Brasília pode maquiar déficit, mas não controla a conta no fim do mês. O risco é o mesmo: ilusão vendida como política de Estado, paga com dinheiro real.

Investidores já olham o Brasil como adolescente gastador: promete mais do que cumpre, desafia as regras do jogo e acha que a conta nunca chega. Mas chega. Seja no isolamento financeiro, seja no rombo fiscal, quem arca não é o ministro, nem o magistrado — é o cidadão comum.

Tá aí o infográfico que contrapõe o discurso oficial (Dino e governo federal) com a realidade prática (mercado e déficit).
Mostra que:

É aquele contraste clássico: Brasília vive de narrativa, enquanto o mercado e a matemática vivem de fatos.

Tombo do dia: a fantasia fiscal e o soberanismo de toga têm prazo de validade curto. No fim, a realidade sempre cobra em dólar e em imposto.

✍️ Coluna do Ton — análise crítica, conservadora e sem rodeios.

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