Quando a reclamação vira “negociação” e o comentário vira “diplomacia”, só falta o like virar acordo bilateral.
(Acre, onde até tarifa vira narrativa…)
Vamos colocar as cartas na mesa, porque o Acre cansou de versões “esculpidas a depender do vento”. Nos últimos dias, começou a circular por aí a ideia de que Jorge Viana teria participado de negociações diretas com Donald Trump para “segurar tarifas” e “defender o Brasil”. Que negociações? Onde? Em que mesa? Com qual autoridade? Com qual documento? Com qual foto?
Ton analisou tudo. O resultado?
Nada. Zero. Nenhuma reunião, nenhuma ata, nenhum vídeo, nenhuma foto oficial.
O que houve — e isso sim está documentado — foi o seguinte:
Jorge reclamou, criticou, opinou, lamentou, avaliou, denunciou o caráter político do tarifaço e elogiou o governo Lula quando a diplomacia conseguiu algum respiro.
Ponto final.
Agora, se reclamar virou “negociar”, eu também estou negociando com a OMC desde que reclamei do preço do arroz no mercadinho do bairro.
Vamos aos fatos.
Abril de 2025: Trump anuncia tarifa de 10%.
Jorge reclama.
Julho de 2025: Trump sobe a brincadeira para 50%.
Jorge critica.
E manda aquela linha clássica: “é político, não comercial”.
Agosto de 2025: ApexBrasil solta nota dizendo que vai “apoiar empresas brasileiras”.
Jorge explica a situação, mas não negocia nada.
Novembro de 2025: EUA aliviam parte das tarifas.
Quem negociou?
Itamaraty, governo federal, diplomacia.
Quem apareceu para comentar?
Jorge.
E tudo bem — comentar é papel dele. Mas “negociar”, não.
O ponto é simples:
ApexBrasil não negocia tarifas.
Quem negocia é o Itamaraty, o MDIC, a Embaixada do Brasil em Washington.
Apex mapeia mercados, apoia empresas, produz relatórios.
É como confundir o comentarista da rodada com o técnico do time.
Mas a narrativa local gosta de um enfeite. Adora transformar observador em protagonista.
E nesse caso, alguém resolveu subir o tom da história — só esqueceu do detalhe: provas.
Em resumo?
Ton avisa:
Jorge não negociou nada.
Jorge comentou.
E comentar é legítimo.
Inventar negociação, não.
A verdade é que se tivesse havido uma única reunião formal com americanos, haveria foto, agenda, release, ata, assinatura, ou pelo menos um folder mal diagramado da Apex.
Não tem.
E quando não tem, Ton confirma:
Não aconteceu.
Porque, no Acre, até tarifa vira lenda.
E, como sempre, sobra para Ton vir aqui desmanchar o mito com um alfinete.
“Vaz” com calma, Jorge Viana — uma entrevista não vira negociação só porque alguém quis.
Eu só cuido da vida do Acre.
Quem dá o tom… é o Ton.
