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Chuvas de até 150 mm atingem Sul do Brasil até domingo com alerta no Paraná

Chuvas de até 150 mm atingem Sul do Brasil até domingo com alerta no Paraná

Chuva

A Região Sul do Brasil enfrenta uma semana de instabilidades climáticas, com previsão de chuvas volumosas até o dia 08 de junho de 2025. Acumulados de até 150 mm são esperados em áreas do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, especialmente no oeste paranaense, devido à combinação de sistemas meteorológicos como cavados, frentes frias e intenso fluxo de umidade vindo da Amazônia. As condições, que já causam precipitações desde o início da semana, podem levar a transtornos como alagamentos e elevação dos níveis de rios, exigindo atenção da população. O fenômeno é impulsionado por uma área de baixa pressão no Paraguai e pela circulação de ventos em altitude, que reforçam as instabilidades.

O padrão chuvoso não é novidade para esta época do ano, mas a intensidade prevista chama atenção. Em apenas cinco dias, algumas cidades podem registrar volumes próximos ou superiores à média mensal de junho, que varia entre 100 mm e 180 mm no Paraná. A Climatempo, referência em previsões meteorológicas, aponta que o oeste do Paraná e o norte do Rio Grande do Sul serão as áreas mais afetadas, com acumulados entre 60 mm e 150 mm.

A população local deve acompanhar alertas meteorológicos para minimizar riscos, enquanto autoridades monitoram as condições para evitar transtornos.

Sistemas meteorológicos em ação

O cenário de chuvas intensas no Sul do Brasil resulta de uma combinação de fatores atmosféricos. Desde o início da semana, um cavado em médios níveis da atmosfera, caracterizado por variações nos ventos em altitude, tem favorecido a formação de áreas de instabilidade. Esse sistema, aliado ao transporte de umidade da Amazônia, criou condições para precipitações expressivas. Na segunda-feira, por exemplo, o fluxo de umidade vindo do norte do país foi o principal responsável pelas chuvas em diversas cidades.

Na terça-feira, as instabilidades persistiram, com pancadas de chuva nos três estados da região. A formação de uma área de baixa pressão sobre o Paraguai, prevista para quarta-feira, deve intensificar ainda mais o canal de umidade. Essa configuração é reforçada por uma frente fria com trajetória marítima, que, embora não avance diretamente sobre o continente, influencia a circulação atmosférica, direcionando umidade para o Sul.

O transporte de umidade da Amazônia, conhecido como “rios voadores”, é um fenômeno comum, mas sua intensidade nesta semana surpreende. A interação com sistemas de baixa pressão e cavados cria um ambiente propício para chuvas prolongadas, especialmente no Paraná, onde os solos já estão saturados devido às precipitações recentes.

Volumes de chuva acima da média

As previsões indicam que os acumulados de chuva entre 04 e 08 de junho podem superar as médias históricas de junho em várias cidades. No Paraná, onde a média mensal varia entre 100 mm e 180 mm, algumas áreas, especialmente no oeste, podem registrar até 150 mm em poucos dias. Isso representa, em certos casos, a totalidade da chuva esperada para o mês.

No Rio Grande do Sul, o norte do estado está sob alerta, com acumulados previstos entre 60 mm e 120 mm. Santa Catarina, embora menos afetada, também terá chuvas significativas no noroeste, com volumes entre 50 mm e 100 mm. Essas quantidades, somadas à saturação do solo, aumentam o risco de transtornos.

A Climatempo destaca que os modelos meteorológicos apontam para uma concentração de chuvas no oeste paranaense, onde a combinação de solos úmidos e precipitações contínuas eleva a preocupação com impactos locais.

Áreas mais afetadas

O oeste do Paraná desponta como a região mais vulnerável às chuvas intensas. Cidades como Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo estão no centro das previsões, com acumulados que podem ultrapassar os 120 mm. A proximidade com o Paraguai, onde se forma a área de baixa pressão, contribui para a intensificação das instabilidades nessa faixa.

No Rio Grande do Sul, o norte, incluindo cidades como Erechim e Passo Fundo, enfrenta condições semelhantes. A topografia local, com áreas de relevo, pode agravar o risco de deslizamentos. Em Santa Catarina, o noroeste, próximo à divisa com o Paraná, também exige atenção, embora os volumes sejam ligeiramente menores.

As chuvas, embora benéficas para reservatórios e agricultura em algumas áreas, trazem desafios. A saturação do solo, comum após dias de precipitação contínua, aumenta a probabilidade de alagamentos em áreas urbanas e de elevação nos níveis dos rios, especialmente em bacias como a do rio Iguaçu, no Paraná.

Alertas e recomendações

Autoridades meteorológicas e a Defesa Civil dos três estados do Sul estão em alerta. A população das áreas mais afetadas deve acompanhar os boletins atualizados e seguir orientações para minimizar riscos. A Climatempo e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mantêm avisos ativos para chuvas intensas, com possibilidade de tempestades isoladas.

Os moradores de áreas rurais também devem estar atentos, já que o excesso de chuva pode prejudicar plantações e causar erosão. A Defesa Civil do Paraná, por exemplo, já emitiu comunicados reforçando a importância de medidas preventivas em cidades do oeste.

Fatores climáticos em destaque

A interação entre diferentes sistemas meteorológicos é o principal motor das chuvas intensas. O cavado em médios níveis, que atua desde o início da semana, é um elemento-chave. Ele provoca mudanças nos ventos em altitude, criando condições para a formação de nuvens carregadas. A área de baixa pressão no Paraguai, por sua vez, intensifica o fluxo de umidade, enquanto a frente fria marítima contribui para a manutenção do padrão chuvoso.

O fenômeno dos “rios voadores” também desempenha um papel crucial. A umidade transportada da Amazônia, ao encontrar sistemas de baixa pressão, condensa e gera chuvas prolongadas. Esse mecanismo é típico da transição entre o outono e o inverno no Sul do Brasil, mas a intensidade observada nesta semana está acima do esperado.

Impactos potenciais nas cidades

As chuvas intensas trazem riscos especialmente para áreas urbanas. Em cidades como Cascavel e Foz do Iguaçu, no Paraná, a infraestrutura pode ser sobrecarregada, com possibilidade de alagamentos em pontos críticos. No Rio Grande do Sul, Erechim e Passo Fundo enfrentam desafios semelhantes, agravados pelo relevo.

A elevação dos níveis dos rios, como o Iguaçu e o Uruguai, é outra preocupação. Bacias hidrográficas já saturadas podem transbordar, afetando comunidades ribeirinhas. A Defesa Civil recomenda que os moradores dessas áreas estejam preparados para possíveis evacuações, caso necessário.

Previsão para os próximos dias

As instabilidades devem persistir até o domingo, com maior intensidade entre quinta e sábado. Na quarta-feira, a formação da área de baixa pressão no Paraguai marca o início de um novo ciclo de chuvas. A frente fria marítima, embora não atinja diretamente o continente, mantém a circulação de umidade, prolongando as precipitações.

A partir de sexta-feira, os modelos indicam uma leve diminuição na intensidade das chuvas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mas o Paraná deve continuar sob alerta. O oeste paranaense, em particular, pode registrar pancadas fortes acompanhadas de rajadas de vento e trovoadas.

Medidas de prevenção em andamento

A Defesa Civil e os órgãos meteorológicos intensificaram o monitoramento. No Paraná, equipes estão mobilizadas para atuar em caso de emergências, enquanto no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina os alertas foram reforçados. A população é orientada a evitar áreas de risco e a manter contato com as autoridades locais.

Os serviços de limpeza urbana também estão em ação, com foco na desobstrução de bueiros e canais. Essas medidas visam reduzir os impactos das chuvas, especialmente em cidades com histórico de alagamentos.

Histórico de chuvas na região

O Sul do Brasil é conhecido por episódios de chuvas intensas durante o outono e o inverno. Em junho, a combinação de frentes frias e sistemas de baixa pressão costuma elevar os acumulados, mas a previsão para 2025 indica um evento mais significativo. Nos últimos anos, o oeste do Paraná e o norte do Rio Grande do Sul enfrentaram enchentes e deslizamentos em períodos semelhantes, o que reforça a necessidade de prevenção.

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