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Casas Bahia dispara 18% com plano ousado de conversão de dívida em ações

Casas Bahia

A Casas Bahia, gigante do varejo brasileiro, anunciou nesta sexta-feira, 6 de junho de 2025, uma manobra estratégica para antecipar a conversão de R$ 1,5 bilhão em debêntures da 2ª série em ações ordinárias, movimento que impulsionou suas ações (BHIA3) em 18,41%, atingindo R$ 4,76 às 10h36. A iniciativa, que visa reduzir a alavancagem financeira da companhia pela metade, surpreendeu o mercado e foi bem recebida por analistas. A ação ocorre em São Paulo, sede da empresa, e faz parte de um plano mais amplo de reestruturação financeira. A antecipação, originalmente prevista para outubro, reflete a urgência da varejista em aliviar o endividamento e reposicionar-se no mercado. O plano também abrange o reperfilamento de R$ 1,67 bilhão em debêntures da 1ª série, com ajustes no pagamento de juros e amortização. A seguir, detalhes do movimento que agitou a bolsa.

O anúncio pegou investidores de surpresa, mas a reação foi imediata e positiva. A valorização expressiva das ações reflete a confiança do mercado na estratégia adotada. A redução da alavancagem é vista como um passo crucial para a saúde financeira da companhia, que enfrentou desafios recentes.

  • Medida central: conversão de R$ 1,5 bilhão em debêntures em ações ordinárias.
  • Objetivo principal: cortar a alavancagem financeira pela metade.
  • Reação do mercado: alta de 18,41% nas ações, cotadas a R$ 4,76.
  • Próximos passos: aprovação pelo Conselho em 12 de junho e fechamento até o 3º trimestre.

A Casas Bahia busca, com essa iniciativa, ganhar fôlego para transformar ajustes operacionais em resultados concretos. O mercado agora aguarda os desdobramentos dessa reestruturação.

Detalhes da conversão de debêntures

A operação envolve a 2ª série da 10ª emissão de debêntures, totalizando R$ 1,566 bilhão, com adesão de 99,99% dos credores. A conversão antecipada, que inicialmente estava programada para outubro de 2025, foi acelerada para este mês, sinalizando a urgência da varejista em reequilibrar sua estrutura de capital. Com isso, a dívida bruta, que somava R$ 5,84 bilhões, deve recuar para R$ 4,27 bilhões, segundo estimativas divulgadas. A dívida líquida, considerando fornecedores e saldo de CDCI, cairá de R$ 3,37 bilhões para R$ 1,81 bilhões. Esse movimento também eleva o patrimônio líquido da companhia, de R$ 2,09 bilhões para R$ 3,66 bilhões, fortalecendo sua posição financeira.

Outro ponto relevante é o mecanismo de lock-up, uma trava que limita a venda das novas ações emitidas, evitando pressão imediata sobre o preço dos papéis. A conversão será feita com base na média de 90 dias do valor das ações, aplicando um desconto de 20%, o que garante atratividade para os credores envolvidos.

Ajustes nas debêntures da 1ª série

Além da conversão, a Casas Bahia planeja o reperfilamento das debêntures da 1ª série, no valor de R$ 1,67 bilhão. A proposta inclui mudanças significativas no cronograma de pagamentos. O primeiro pagamento de juros, antes marcado para novembro de 2026, foi adiado para novembro de 2027. A reformulação também abrange o cronograma de amortização do principal, ajustado para aliviar a pressão financeira nos próximos anos. Essas alterações ainda dependem de aprovação interna e dos credores, mas sinalizam um esforço amplo para reestruturar as obrigações da companhia.

A varejista também negocia a possibilidade de eventos de liquidez nos próximos 12 meses, com parte dos recursos não sendo direcionada ao pagamento da dívida. Essa flexibilidade pode permitir novos investimentos ou ajustes operacionais, embora os detalhes ainda não tenham sido plenamente divulgados.

Ações, Bolsa de Valores
Ações, Bolsa de Valores – Foto: MicroStockHub/ Istockphoto.com

Reação positiva do mercado

A resposta do mercado foi imediata: às 10h36 desta sexta-feira, 6 de junho de 2025, as ações da Casas Bahia (BHIA3) registravam alta de 18,41%, cotadas a R$ 4,76. O movimento reflete a confiança dos investidores na estratégia adotada. Analistas da XP Investimentos destacaram a iniciativa como um passo positivo, apontando que a redução da alavancagem pode posicionar a empresa para melhores resultados operacionais. A Genial Investimentos, por sua vez, considerou a antecipação surpreendente, mas alinhada a projeções anteriores que já indicavam benefícios na reprecificação do risco de crédito.

A alta expressiva das ações também foi impulsionada por simulações otimistas. Segundo a Genial, a alavancagem da companhia pode cair para menos de 1,0 vez até o final de 2026, abrindo caminho para a saída do prejuízo em 2027 e geração de caixa em 2028. Esses números reforçam a percepção de que a Casas Bahia está no rumo certo para recuperar sua estabilidade financeira.

Papel dos credores na operação

A conversão das debêntures da 2ª série conta com o apoio de grandes instituições financeiras, como Bradesco e Banco do Brasil, detentores de quase 100% desses papéis. Um aspecto notável é que esses bancos não se tornarão controladores da companhia após a conversão. Em vez disso, as ações serão vendidas a um terceiro player financeiro, cuja identidade ainda não foi revelada. Essa estrutura evita uma mudança drástica no controle acionário, mas levanta questões sobre quem será o novo maior acionista da varejista.

A operação também prevê a emissão de 328,95 milhões de novas ações, o que representa uma diluição de 77,58% do capital social. Essa diluição impacta diretamente os atuais acionistas, incluindo a família Klein, que detém cerca de 22% das ações e não participou da emissão das debêntures. Apesar disso, a estratégia é vista como necessária para aliviar a pressão financeira e abrir espaço para futuras movimentações.

Trajetória recente da Casas Bahia

A Casas Bahia enfrentou desafios significativos desde 2021, quando ações trabalhistas e um cenário econômico adverso, marcado por juros altos e queda no consumo, afetaram suas finanças. O capital de giro foi pressionado, e os prejuízos se acumularam, com destaque para os R$ 408 milhões de perda líquida reportados no primeiro trimestre de 2025. A dívida bruta, que alcançou R$ 4,4 bilhões no mesmo período, e a alavancagem de 1,6 vez evidenciavam a necessidade de medidas drásticas.

A varejista, conhecida por sua forte presença no varejo físico e online, tem buscado se reposicionar. A abertura de novas lojas, como a unidade inaugurada no Shopping Aricanduva, em São Paulo, é parte desse esforço. No entanto, a reestruturação financeira é o foco central para garantir a sustentabilidade a longo prazo.

Próximos passos do plano

O plano de reestruturação da Casas Bahia avança para etapas cruciais. O Conselho de Administração deve aprovar a operação em 12 de junho de 2025, com o fechamento esperado entre o final do segundo trimestre e o início do terceiro trimestre. A seguir, os principais marcos do processo:

  • Reunião do Conselho: 12 de junho de 2025, para deliberação final.
  • Fechamento da operação: previsto para o período entre junho e setembro de 2025.
  • Eventos de liquidez: possibilidade de captação em 12 meses, com flexibilidade de uso.
  • Ajustes operacionais: foco em transformar melhorias em lucro e caixa.

A companhia também considera a possibilidade de uma oferta subsequente de ações (follow-on), que poderia fortalecer o caixa e permitir que acionistas antigos recomponham parte de suas posições. Esse movimento, porém, ainda está em avaliação.

Benefícios esperados da reestruturação

A reestruturação promete alívio significativo para a Casas Bahia. A dívida líquida sobre o Ebitda, que mede o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, deve cair de 1,6 vez para 0,8 vez. Já a relação entre dívida líquida e o capital total recuará de 61,8% para 33,1%, segundo projeções. Esses números indicam uma estrutura de capital mais saudável, com menor risco financeiro.

A operação também libera recursos para investimentos. Analistas do Safra estimam que a redução no desembolso de caixa até 2027 pode chegar a R$ 760 milhões, dando à empresa mais flexibilidade para melhorias operacionais e expansão. A XP Investimentos mantém recomendação neutra, mas aguarda os próximos passos para reavaliar o potencial da varejista.

Desafios para os acionistas

A emissão de 328,95 milhões de novas ações trará uma diluição significativa, estimada em 82%, afetando os atuais acionistas. A família Klein, que detém 22% do capital, pode perder influência, embora a entrada de um novo acionista majoritário ainda seja incerta. A trava de lock-up, que limita a venda das novas ações, busca minimizar a pressão sobre o preço dos papéis, mas o impacto a longo prazo ainda é observado pelo mercado.

O preço-alvo das ações, segundo o Safra, pode ser ajustado de R$ 4 para R$ 2, refletindo a diluição. Apesar disso, a percepção geral é de que a reestruturação é um passo necessário para a recuperação da companhia, que busca transformar desafios em oportunidades.

Avanços operacionais em curso

A Casas Bahia não se limita à reestruturação financeira. A varejista tem investido em sua rede de lojas, com destaque para a unidade inaugurada no Shopping Aricanduva, em São Paulo. A expansão física, aliada a ajustes no comércio online, é parte da estratégia para recuperar market share. A empresa também foca em eficiência operacional, com melhorias graduais observadas nos últimos trimestres.

A combinação de alívio financeiro e ajustes operacionais posiciona a Casas Bahia para um futuro mais estável. O mercado acompanha de perto os próximos passos, com atenção especial para a aprovação do plano e os resultados do terceiro trimestre de 2025.

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