Enquanto o Acre vive o presente, os bastidores já disputam o futuro. Mailza insiste. Bocalom articula. Cameli observa — ou disfarça?
O futuro do Acre está em negociação — mas ninguém convidou o povo pra mesa
Gladson Cameli ainda não disse quem será seu sucessor. E talvez nem diga. Gosta de deixar o suspense no ar — como quem segura todas as cartas e ainda tenta mudar as regras do jogo no meio da partida.
Enquanto isso, duas peças se movem com força no tabuleiro:
Mailza Assis: a vice que quer virar rainha
Ela é vice-governadora, é do mesmo partido de Cameli (PP), tem discurso alinhado e sorri em todos os eventos. Mas só isso não basta. Mailza quer ser governadora — e tem dito isso nos bastidores e fora deles. Faz lives, planta árvore, tira foto com criancinha — o manual básico da pré-campanha.
Mas a verdade é que não empolga a base política. Tem apoio institucional, mas não tem militância apaixonada. E o mais grave: nem dentro do Palácio sua candidatura é consenso.
Bocalom: o veterano que não se faz de morto
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, está quieto só na aparência. Na prática, tem viajado mais do que o governador, alinhado com Márcio Bittar e abrindo o peito como quem já se sente herdeiro político.
Bocalom sabe jogar. Não é bom de marketing, mas é bom de trincheira. E já anda dizendo por aí que “Cameli não fecha com a vice. Ele só não quer dizer isso agora.”
O PL prepara o terreno. Aposta no desgaste natural de Mailza. E, enquanto isso, Bocalom vai surgindo como “o nome que Cameli confia, mas não assume”.
Cameli: o centro do jogo, mesmo em silêncio
Gladson não dá ponto sem nó. E não solta o poder com facilidade. Se depender dele, o próximo governador será alguém que o mantenha relevante — não alguém que o apague.
Por isso, Mailza incomoda: pensa com a própria cabeça.
E Bocalom agrada: obedece, mas sabe se impor quando quer.
Gladson flerta com ambos. Mas quem conhece o jogo sabe: o governador joga para manter seu domínio, mesmo fora do cargo.
Bastidores em ebulição
– Lideranças do PP já admitem nos bastidores que Mailza “é boa, mas não empolga”.
– O PL está montando uma aliança silenciosa com empresários e ex-prefeitos do Juruá.
– Secretários de Gladson ensaiam apoio duplo, mas estão pendendo para o lado que “tem mais chance de vitória”.
– E há quem diga que o nome final pode nem ser Mailza nem Bocalom, caso a guerra interna deixe sequelas demais.
O Acre não está em disputa, está em leilão
Quem vai levar o apoio de Cameli não será necessariamente o mais preparado. Será o mais conveniente. E esse jogo, não se joga com honestidade política. Se joga com silêncio, almoço fora da agenda e aceno por WhatsApp.
O povo? Vai saber dos bastidores só quando a próxima aliança estiver pronta pra subir no palanque. E talvez aí já seja tarde demais pra escolher — vai ser só aceitar.
Por: Eliton Lobato Muniz
Cidade AC News – Rio Branco – Acre
24 de julho de 2025






