sexta-feira, 5 dezembro, 2025

O café como motor de uma nova economia: Governo lidera transformação rural e aposta no grão como símbolo de prosperidade e desenvolvimento sustentável

Fabio Lopes

O Acre vive um novo capítulo de sua história. De um estado tradicionalmente reconhecido pela riqueza de suas florestas, surge agora um novo símbolo de prosperidade: o café. De Marechal Thaumaturgo a Assis Brasil, a cafeicultura se espalha pelo território acreano, gerando renda, dignidade e esperança para centenas de famílias. Mais do que uma cultura agrícola, o café se tornou a nova aposta do governo do Acre para impulsionar a economia rural, fortalecer o campo e consolidar o estado no mapa dos cafés especiais do Brasil.

O Acre vive um novo capítulo de sua história
O Acre vive um novo capítulo de sua história/ Foto: Fabio Lopes

Um grão que transforma a paisagem e a vida das pessoas

Nos últimos anos, a produção de café no Acre teve crescimento exponencial. Hoje, o estado produz mais de 5 mil toneladas anuais, consolidando-se como o segundo maior produtor da Região Norte e um dos estados que mais crescem proporcionalmente no país. A área plantada passou de pouco mais de mil hectares para quase dois mil hectares, com apoio de políticas públicas, distribuição gratuita de mudas e programas de capacitação.

O valor gerado pela produção já movimenta quase R$ 45 milhões, impactando a economia de dezenas de municípios e oferecendo oportunidades reais de trabalho e renda. Pequenos produtores, muitas vezes em áreas remotas, estão alcançando lucros proporcionais aos grandes produtores, sem recorrer ao desmatamento, reforçando uma produção sustentável que respeita a floresta e promove reflorestamento em áreas degradadas.

O governo do Acre como protagonista

Segundo a vice-governadora em exercício, Mailza Assis, o café é uma das principais apostas econômicas do estado:

“Precisamos desenvolver o nosso estado economicamente e o café é um dos grandes potenciais. Apesar de estar há pouco tempo sendo cultivado, sabemos que o café é uma grande cultura para o nosso estado. Através dele, vamos gerar dignidade ao produtor, mais investimentos e oportunidades de crescimento.”

o café também cumpre um papel social fundamental
o café também cumpre um papel social fundamental – Mailza Assis/ Foto: Fabio Lopes

Para Mailza, o café também cumpre um papel social fundamental: manter os jovens no campo, valorizar a formação profissional voltada para a agricultura e garantir que as famílias tenham qualidade de vida e renda digna sem precisar migrar para cidades.

O governo vem promovendo medidas estratégicas: redução do ICMS sobre insumos agrícolas, acesso facilitado a crédito rural, investimentos em mudas e estrutura de beneficiamento e parcerias com o Sebrae para capacitação. Segundo Mailza, tudo isso contribui para que o Acre se torne referência nacional e internacional em café, combinando desenvolvimento econômico com preservação ambiental.

Café acreano: qualidade reconhecida e exportações promissoras

O secretário de Agricultura, Luis Tchê, destaca que a cafeicultura no Acre já é reconhecida fora do estado e que o potencial de exportação é enorme:

“Antes do nosso governo, exportávamos principalmente madeira e castanha. Hoje, exportamos carne, soja, milho, castanha e café. O café commodity aqui custa cerca de R$ 1.200 a saca, enquanto na Itália chega a R$ 2.000. E os micro lotes, cafés especiais, podem chegar a R$ 10 mil a saca. Isso mostra que nossa produção tem mercado e valor.”

o trabalho vai além da produção
O trabalho vai além da produção – secretário Luis Tchê/ Foto: Fabio Lopes

O secretário reforça que o trabalho vai além da produção: há cursos de barista, análise de grãos, capacitação de colheita e pós-colheita. O objetivo é garantir café de alta qualidade, valorizando cada etapa da produção e consolidando o Acre como referência nacional e internacional no café especial.

“Chegamos na Feira Internacional do Café e ‘chutamos a porta’. Nosso café, com a marca da preservação, já se destacou para milhares de pessoas. O caminho é capacitar cada vez mais nossos produtores para que o Acre dispute o topo com os melhores cafés do Brasil.”

QualiCafé 2025: premiando qualidade e esforço

A terceira edição do QualiCafé, realizada no Buffet Afa Jardim, em Rio Branco, celebrou o trabalho de produtores de todo o estado, transformando o café acreano em referência nacional. O concurso contou com 48 participantes, sendo 15 finalistas, e avaliou os grãos quanto a aroma, sabor, corpo e notas sensoriais.

O primeiro lugar foi conquistado por José Sebastião de Oliveira, de Xapuri, com 89,5 pontos e notas de mel, caramelo e pudim de leite, recebendo R$ 55 mil. O segundo lugar ficou com Valderir da Silva Cunha, de Assis Brasil, com café cremoso, notas de doce de leite e açúcar mascavo, premiado com R$ 29.315,15. O terceiro foi Raimundo do Nascimento Silva, de Acrelândia, com café suave, frutado e licoroso, com 86,8 pontos, levando R$ 14.100.

“O QualiCafé deu visibilidade nacional e internacional ao nosso café. É uma oportunidade para que produtores aprendam, melhorem a qualidade e mostrem o Acre para o Brasil e o mundo”, afirma Luiz The.

O QualiCafé deu visibilidade nacional e internacional ao nosso café
O QualiCafé deu visibilidade nacional e internacional ao nosso café/ Foto: Fabio Lopes

Durante a cerimônia, a vice-governadora Mailza Assis anunciou investimentos de R$ 8 milhões para compra de mudas, fortalecendo ainda mais a produção e capacitação de novos cafeicultores. Dos 38 cafés analisados, 35 receberam pontuação de cafés especiais, consolidando o Acre como referência em qualidade na Região Norte.

Os 15 finalistas representarão o Acre na Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte (MG), entre 5 e 7 de novembro, levando o sabor e a excelência do café robusta amazônico.

Finalistas do QualiCafé 2025

Posição Nome do Produtor(a) Município:

1º José Sebastião de Oliveira Xapuri
2º Valderir da Silva Cunha Assis Brasil
3º Raimundo do Nascimento Silva Acrelândia
4º Francisco das Chagas Cardoso Assis Brasil
5º Francisco Romoaldo da Silva Mâncio Lima
6º Vanderlei de Lara Acrelândia
7º Felipe de Lara Caffer Acrelândia
8º Marcos Araújo Lima Cruzeiro do Sul
9º Luiz Ferreira das Chagas Cruzeiro do Sul
10º Elizângela Barbosa da Silva Brasileia
11º Gabriela de Freitas Tavares Rio Branco
12º Lucas Silva dos Santos Brasileia
13º Maria do Socorro Pontes de Souza Porto Acre
14º Patrick Souza da Silva Porto Acre
15º Daniel da Silva Cardoso Porto Acre

Histórias que inspiram

Histórias que inspiram
Histórias que inspiram/ Fabio Lopes

No campo, o impacto do café é sentido de forma direta. Em Assis Brasil, Valderir da Silva Cunha celebra a transformação que o grão trouxe à sua vida:

“Estou com quatro anos que iniciei o plantio de café. Participar de um evento grande aqui em Rio Branco é uma grande conquista. O café mudou tudo na minha vida: dá renda, melhora a vida da nossa família e incentiva os jovens.”

Em Brasileia, Elisângela Barbosa da Silva destaca o protagonismo feminino e social do café:

“Dá bastante trabalho, mas tudo feito com amor e carinho. É gratificante. O café ajuda a colocar alimento na mesa, incentiva os jovens e é a principal renda da minha família. Para mim, o café é gratidão.”

O futuro do café acreano

Hoje, o café se tornou mais que uma cultura agrícola: é um símbolo do novo Acre. Um estado que alia desenvolvimento econômico à responsabilidade ambiental, que valoriza o trabalho do campo e que aposta na juventude e na capacitação profissional como motores do crescimento.

o café se tornou mais que uma cultura agrícola: é um símbolo do novo Acre
o café se tornou mais que uma cultura agrícola: é um símbolo do novo Acre/Foto: Fabio Lopes

De Marechal Thaumaturgo a Assis Brasil, cada grão cultivado representa trabalho, esperança e orgulho. Com o apoio do governo, a dedicação dos produtores e o reconhecimento nacional e internacional, o Acre consolida seu lugar no mapa dos cafés especiais e projeta o aroma do seu café para o mundo.

“Se tivesse que definir o café em uma palavra, seria ‘um cafezinho na mesa de todo brasileiro’, de qualidade, como o que produzimos aqui no Acre”, resume a vice-governadora Mailza Assis.

O novo Acre tem cheiro e sabor de café — e o mundo começa a sentir esse aroma.

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