O município de Bujari, na região metropolitana de Rio Branco, registrou 78 focos de calor entre os dias 1º e 23 de julho de 2025, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O número representa um aumento de 210% em relação ao mesmo período do ano passado e é o maior já registrado em um mês de julho desde 2020. A situação acendeu o alerta na Defesa Civil municipal e levou o prefeito João Edvaldo Tota à convocação de uma força-tarefa para intensificar a fiscalização e a prevenção de queimadas urbanas e rurais.
Boa parte dos focos foi detectada em áreas próximas ao Ramal do Granada, Ramal da Antártica e comunidade Nova Esperança. A maioria das ocorrências foi provocada por queima de lixo doméstico, limpeza de pastagens e fogueiras em terrenos baldios. O Corpo de Bombeiros informou que já atendeu 19 chamados para conter incêndios florestais na zona rural do município apenas em julho, sendo que três deles envolveram risco direto a residências e propriedades.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente afirmou que realizará mutirões de educação ambiental nas escolas e bairros mais afetados, além de aplicar multas em flagrantes reincidentes. Em parceria com o Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC), a prefeitura também está mapeando áreas críticas para instalação de placas de advertência e criação de aceiros.
Moradores relatam aumento da fumaça e agravamento de sintomas respiratórios, especialmente entre crianças e idosos. A agricultora Maria José Lima, moradora da comunidade Linha 7, relatou que precisou levar o filho ao posto de saúde duas vezes na última semana com crise alérgica. “A fumaça invade as casas e a gente não consegue dormir. É um sufoco”, contou.
A Unidade de Saúde João Pita registrou aumento de 35% nas queixas de tosse, falta de ar e irritação nos olhos. A Secretaria de Saúde já estuda ampliar os horários de atendimento nas unidades básicas e distribuir kits com máscaras, soro fisiológico e cartilhas educativas.
O prefeito Tota se reuniu com o Corpo de Bombeiros, IMAC e Defesa Civil Estadual para solicitar apoio técnico e reforço no efetivo. Segundo ele, o município precisa de apoio também da população. “É cultural usar fogo para limpar quintal e pasto, mas agora não é hora. Estamos em um momento crítico e o clima seco piora tudo”, declarou.
Especialistas alertam que, além do risco à saúde, as queimadas também causam danos à fauna e à flora locais, comprometem a qualidade do solo e podem gerar prejuízos à agricultura. A estiagem prolongada, aliada à baixa umidade relativa do ar – que chegou a 26% nos últimos dias –, torna o ambiente ainda mais propício à propagação do fogo.
A operação “Bujari Sem Fumaça” deve se estender até o fim do período seco, com ações educativas, distribuição de material informativo e denúncias anônimas. A população pode denunciar queimadas ilegais pelo telefone da Ouvidoria Municipal (68) 99999-1234 ou diretamente à Defesa Civil (193).
A Câmara de Vereadores também aprovou, em regime de urgência, um projeto de lei que prevê aumento no valor das multas por queimadas ilegais e autorização para apreensão de equipamentos em caso de flagrante. A lei aguarda sanção do Executivo.
A gestão municipal reforça que o combate às queimadas é um dever coletivo e que manter o ar limpo é responsabilidade de todos.
Eliton Lobato Muniz – Cidade AC News – Rio Branco – Acre
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