BR-364 vira disputa política por verba federal e protagonismo no Acre
📍 Rio Branco – AC | Atualizado em 09/10/2025, às 18h20
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A BR-364 ainda não sabe quem será seu pai ou sua mãe — aqueles que, nos bastidores, correm atrás do dinheiro do governo federal para garantir a reconstrução da rodovia. Enquanto os recursos ainda descem lentamente pelo funil de Brasília, já tem político tentando garantir o “título de propriedade” e a futura foto na placa de inauguração.
Bastidores e disputa por protagonismo
O trecho acreano da BR-364 é historicamente uma das obras mais caras e simbólicas da Amazônia.
Com o aumento das chuvas e a deterioração do asfalto, a estrada voltou ao centro das conversas políticas. Deputados, senadores e gestores tentam capitalizar qualquer avanço nas negociações com o Ministério dos Transportes e o DNIT, de olho não apenas nos repasses, mas também no crédito eleitoral que acompanha cada quilômetro recuperado.
Fontes de Brasília confirmam que o Acre está no radar do PAC 2025, mas os valores ainda dependem de ajustes orçamentários. Por aqui, a corrida é para ver quem consegue aparecer como o “autor da façanha” quando as máquinas voltarem a trabalhar.
O que se sabe até agora
- O governo federal prepara novo pacote de investimentos em infraestrutura para 2025.
- O trecho entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul deve ser prioridade na Amazônia Ocidental.
- Técnicos do DNIT já realizaram vistorias nos pontos críticos da rodovia.
- A definição sobre os recursos deve ocorrer até o 1º trimestre de 2026.
- Parlamentares locais disputam protagonismo no anúncio oficial.
Vozes da estrada
Moradores e caminhoneiros reforçam que a BR-364 é o único corredor logístico do Acre.
Sem manutenção constante, o isolamento volta a ameaçar o transporte de alimentos, remédios e combustível.
Nos bastidores, há consenso de que o Estado precisa de planejamento perene e menos vaidade institucional — afinal, a estrada é pública, não um troféu de campanha.
“A BR-364 não precisa de pai ou mãe, precisa de responsabilidade coletiva”, comentou um engenheiro acreano ouvido pelo Cidade AC News.
Entenda o impacto
A BR-364 corta o Acre de ponta a ponta, conectando Rio Branco a Cruzeiro do Sul.
Com mais de 700 km de extensão, a via é fundamental para o escoamento da produção agrícola, o turismo e o abastecimento das cidades do interior.
Sem ela em boas condições, o Acre se torna economicamente vulnerável — e politicamente agitado, como se vê agora.
📊 Impacto econômico da BR-364
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70% da produção agroindustrial do Acre depende da rodovia.
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R$ 250 milhões por ano em prejuízos logísticos com trechos interditados.
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Cerca de 4 mil caminhões trafegam mensalmente.
💡 Fontes: DNIT
“A BR-364 não precisa de pai — precisa de vergonha na gestão.”
Conclusão
A disputa pela paternidade da BR-364 Acre revela o velho jogo de bastidores: quem assegura a verba quer o crédito; quem fica de fora, o discurso.
Mas o povo quer estrada trafegável, não selfie de inauguração.
A cada novo governo, a rodovia volta a ser promessa e palanque, quando deveria ser compromisso e política de Estado.
Enquanto uns disputam a foto, motoristas enfrentam buracos, atoleiros e risco diário.
A BR-364 não precisa de dono, precisa de manutenção, gestão técnica e continuidade.
Sem isso, continuará sendo símbolo do improviso e da vaidade política.
A BR-364 virou órfã de responsabilidade — tem quem queira ser pai na foto, mas não na lama.
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