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Bikes motorizadas: o barulho que adoece Rio Branco e ninguém enfrenta

População implora por silêncio enquanto autoridades ignoram o caos noturno

População implora por silêncio enquanto autoridades ignoram o caos noturno

População implora por silêncio enquanto autoridades ignoram o caos noturno

📍 Manoel Julião, Rio Branco (AC)15/11/2025, 23h10

Bikes motorizadas: o barulho que adoece Rio Branco e ninguém enfrenta

O caos provocado pelas bikes motorizadas com motor 2 tempos — que tiram o sono de moradores de Rio Branco, especialmente crianças especiais, idosos e pessoas com depressão, ansiedade e insônia — tem se repetido madrugada após madrugada nos bairros Manoel Julião, Solar, Vila Ivonete e adjacentes, causando violência sonora, crises emocionais e adoecimento coletivo, enquanto as autoridades, mesmo cientes de pontos fixos de abastecimento e manutenção dessas bikes motorizadas, permanecem omissas, permitindo que a população siga pedindo, implorando e sofrendo sem qualquer ação efetiva para garantir o básico: silêncio e descanso.

Bikes motorizadas e o barulho que virou violência sonora em Rio Branco

Rio Branco está adoecendo. As bikes motorizadas transformaram a madrugada em um cenário permanente de rachas, gritaria e escapamentos adulterados. Nos bairros Manoel Julião, Solar, Vila Ivonete, Conjunto Tropical e Isaura, a rotina é a mesma: noites destruídas por barulho contínuo produzido por bikes motorizadas irregulares.

E não é só incômodo.
É agressão sonora que afeta diretamente crianças especiais, idosos, pessoas com depressão, ansiedade e insônia, que agora vivem sob efeito de estresse permanente.

E o motivo é cruel:
o barulho não para — e as autoridades também não fazem nada.

O caos mental que o barulho das bikes motorizadas provoca

Bikes motorizadas- o barulho que adoece Rio Branco e ninguém enfrenta

Para quem toma remédio para dormir, o barulho virou tortura

Moradores relatam o mesmo drama:
Eu durmo medicado e acordo com barulho — é desumano.

As bikes motorizadas não apenas perturbam: adoecem.
Causam taquicardia, irritação, crises de ansiedade e deterioração emocional.

Crianças especiais e idosos: os mais atingidos


O que se sabe até agora

Enquanto o povo perde o sono, as autoridades seguem dormindo — e muito bem.


Teresina resolveu. E Rio Branco?

Enquanto aqui engolimos barulho, insônia e omissão, Teresina aprovou por unanimidade uma lei que proíbe escapamentos adulterados, kadrons, remoção de silenciadores e motores que ultrapassam os limites do Conama.

A lei foi sancionada pelo prefeito Silvio Mendes e autoriza multa, retenção do veículo e uso obrigatório de decibelímetro.

De acordo com a resolução 252 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), publicada em 1999, alguns dos limites máximos de ruídos emitidos por veículos parados – e que serão medidos pelos decibelímetros – são:

  • Veículo de passageiros até nove lugares: 95 decibéis (db) no motor dianteiro;
  • Motocicleta, motoneta, ciclomotor, bicicleta com motor auxiliar e assemelhado: 99 db em todos os motores.
  • Veículo de carga ou de tração (com peso bruto total entre 2 mil e 3,5 mil kg): 95 db no motor dianteiro e 103 db no motor traseiro;
  • Veículo de carga ou de tração (com peso bruto total acima de 3,5 mil kg): 101 db em todos os motores.

Se houver infração à lei, os motoristas podem ser enquadrados no artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que proíbe a condução de veículos, entre outras situaçõe

Ou seja: quando existe vontade política, existe solução. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, de 08 de março de 1990


Perguntas que o povo está fazendo e ninguém responde

Essas bikes motorizadas são permitidas?

Não. Com motor adulterado e escapamento barulhento, são ilegais.

Por que ninguém fiscaliza?

Porque quem fiscaliza não mora nos bairros afetados.

O barulho pode adoecer?

Sim — ansiedade, insônia, depressão, crises sensoriais, desgaste físico e emocional.

Dá para resolver?

Dá. Basta querer — como fez Teresina.

Qual é a lógica de transformar uma bicicleta em barulho ambulante?

“Bicicleta com kadron é o cosplay barulhento de quem não tem moto de verdade — barulho tentando compensar potência que não existe.”


Conclusão — Um pedido simples: silêncio

Silêncio não é luxo. É saúde.
É o mínimo para uma família funcionar, para uma criança dormir, para um idoso sobreviver, para alguém com ansiedade não entrar em crise, para quem toma antidepressivo ter estabilidade, para quem sofre insônia não virar um zumbi no dia seguinte.
E, ainda assim, em Rio Branco, o silêncio virou artigo raro — quase clandestino.

A cidade inteira sabe onde estão os pontos de desordem, onde abastecem essas bikes, onde regulam esses kadrons ensurdecedores, onde a madrugada vira pista improvisada.
E sabe também quem poderia resolver e não resolve.

Não é falta de lei.
Não é falta de norma técnica.
Não é falta de instrumento.
Não é falta de denúncia.

É falta de vontade.
De coragem.
De prioridade.
De respeito.

Porque, no fim das contas, a sensação que domina o morador comum é uma só:
se você não mora aqui, você não se importa.

Mas nós moramos.
Nós sentimos.
Nós acordamos três, quatro, cinco vezes por noite.
Nós tomamos remédios para apagar a mente e, mesmo assim, somos arrancados do sono por um motor gritando.
Nós vemos nossos filhos entrarem em crise sensorial.
Nós levantamos para acalmar idosos tremendo de susto.
Nós seguramos nossos animais que estremecem.
Nós vamos trabalhar destruídos, num corpo que não aguenta mais.

E, apesar disso tudo, nada acontece.
Nada muda.
Nada melhora.

Por isso, fica aqui um recado claro, direto e definitivo:

Se até fogos de artifício já têm lei para proteger animais, então está mais do que na hora de Rio Branco criar — e aplicar — uma lei para proteger seus próprios cidadãos.

A sociedade não aguenta mais ser vítima de omissão institucional.
A população não aguenta mais ser silenciada no pedido mais básico e urgente que existe:

Deixem a gente dormir.
Deixem a gente viver.
Façam alguma coisa.

Se o poder público ainda não entendeu a gravidade, que entenda agora:
uma cidade inteira está adoecendo — e o barulho não é o único culpado.
A omissão também faz estrago.
E a paciência da população está chegando ao fim.

Silêncio não é favor.
Silêncio é direito.
E nós vamos continuar cobrando até ser respeitado.


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Link externo 
➡️ Ministério do Meio Ambiente — Conama (limites de ruído)

Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
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