A Bolsa de Valores brasileira, operada pela B3, abriu o pregão desta terça-feira, 3 de junho de 2025, com o Ibovespa futuro registrando leve alta de 0,10% às 9h16, cotado a 137.550 pontos, após iniciar o dia em queda. O movimento reflete a cautela dos investidores diante das tensões comerciais globais, impulsionadas pelas tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, e a expectativa por medidas fiscais no Brasil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reúne-se hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir soluções estruturais para o impasse do IOF e o ajuste das contas públicas. O dólar comercial, que abriu em alta de 0,18% a R$ 5,685, atingiu R$ 5,709 às 9h56, enquanto os juros futuros registraram avanços. A produção industrial brasileira de abril, divulgada pelo IBGE, também está no radar, com alta de 0,1% frente a março.
O mercado acompanha de perto os desdobramentos das negociações comerciais internacionais, especialmente após o presidente norte-americano Donald Trump exigir que países apresentem suas melhores ofertas até quarta-feira. No Brasil, a atenção se volta para os dados econômicos e as declarações de Haddad, que destacou a busca por ajustes fiscais sem penalizar a população vulnerável. A instabilidade em sistemas de negociação da B3, afetando mini-índice e dólar futuro, também marcou o início do dia.
- Principais fatores no radar:
- Reunião de Haddad com Lula para medidas fiscais.
- Impacto das tarifas dos EUA na economia global.
- Dados da produção industrial de abril no Brasil.
- Instabilidade em sistemas de negociação da B3.

Movimentação do Ibovespa no pregão
O Ibovespa futuro oscilou no início da sessão, refletindo a cautela do mercado. Às 9h02, o índice abriu em baixa de 0,03%, aos 137.375 pontos, mas reverteu para alta de 0,03% aos 137.450 pontos às 9h37. A instabilidade no sistema de negociação da B3, que afetou contratos de mini-índice e dólar futuro, gerou dificuldades operacionais. A B3 informou que trabalha para normalizar a situação. O volume negociado na véspera, de R$ 21,10 bilhões, indica um mercado ativo, mas com investidores atentos a fatores externos e domésticos.
A queda de 0,18% do Ibovespa na segunda-feira, fechando a 136.786,65 pontos, foi influenciada por incertezas globais e pelo desempenho de papéis como SMTO3 (-4,82%) e BRKM5 (-4,36%). Por outro lado, ações como GOAU4 (+5,14%) e GGBR4 (+5,05%) registraram fortes altas, mostrando a diversidade de movimentos no índice.
Dólar comercial em alta
O dólar comercial abriu o dia a R$ 5,685 na compra e R$ 5,686 na venda, avançando 0,18%. Às 9h41, a moeda renovou a máxima do dia, subindo 0,28% para R$ 5,691, e alcançou R$ 5,709 às 9h56, alta de 0,60%. A valorização reflete as tensões comerciais globais e a expectativa por definições fiscais no Brasil. Na segunda-feira, a moeda fechou com baixa de 0,75%, a R$ 5,675, após um dia de volatilidade.
O dólar futuro, por sua vez, enfrentou operações inibidas devido a problemas técnicos no sistema da B3, registrando baixa de 0,04% às 9h06, cotado a 5.711,50 pontos. O minidólar com vencimento em julho abriu em alta de 0,05%, a 5.716,50.
Juros futuros sobem
Os contratos de juros futuros (DIs) abriram o dia com altas em toda a curva. O DI1F26 subiu 0,030 pontos percentuais, para 14,800%, enquanto o DI1F27 avançou 0,060 pontos, para 14,170%. Os vencimentos mais longos, como DI1F35, registraram alta de 0,060 pontos, para 13,880%. O movimento acompanha a cautela do mercado diante das incertezas fiscais e das tensões comerciais globais.
Na sessão anterior, os DIs de vencimentos mais curtos fecharam em queda, com o DI1F26 recuando 0,035 pontos, para 14,770%. A variação reflete ajustes dos investidores às expectativas de política monetária e às sinalizações do Banco Central.
- Fatores que influenciam os juros:
- Expectativa por medidas fiscais do governo.
- Sinalizações do Banco Central sobre autonomia financeira.
- Impacto das tarifas globais na inflação.
Produção industrial no foco
A produção industrial brasileira em abril, divulgada pelo IBGE às 9h, registrou alta de 0,1% em relação a março, alinhada às expectativas do mercado. Na comparação com abril de 2024, houve recuo de 0,3%, contra projeção de alta de 0,2%. Em março, o setor havia crescido 1,2% na base mensal e 3,1% na anual. Os dados indicam uma desaceleração no ritmo de recuperação da indústria, influenciada por fatores como a alta dos juros e a incerteza fiscal.
O setor industrial enfrenta desafios globais, com a atividade na China registrando contração em maio, segundo o PMI Caixin/S&P Global, que caiu para 48,3. A queda reflete o impacto das tarifas impostas pelos EUA, afetando exportações e cadeias de suprimento.
Tensões comerciais globais
As tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, sob liderança de Donald Trump, seguem no centro das atenções. Uma carta do Escritório do Representante de Comércio dos EUA solicita que países apresentem suas melhores ofertas comerciais até quarta-feira, 4 de junho. A medida visa acelerar negociações antes do prazo de 8 de julho, quando novas tarifas podem entrar em vigor.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo suas projeções de crescimento global, de 3,3% em 2024 para 2,9% em 2025 e 2026, citando os efeitos das barreiras comerciais. A China enfrenta retração industrial, e a União Europeia, que não recebeu a carta dos EUA, mantém negociações com prazo estendido até 9 de julho.
- Impactos das tarifas:
- Queda nas exportações chinesas e japonesas.
- Revisão de crescimento econômico global pela OCDE.
- Pressão sobre preços de commodities como minério de ferro.
Medidas fiscais no Brasil
O ministro Fernando Haddad afirmou que apresentará ao presidente Lula medidas estruturais para ajustar as contas públicas sem penalizar a população vulnerável. A reunião, marcada para esta terça-feira, ocorre em meio ao impasse sobre o IOF e à busca por soluções que ampliem a arrecadação. O governo avalia a venda antecipada de petróleo da União e novos leilões no pré-sal.
Haddad destacou o alinhamento com o Congresso, mencionando o apoio dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. Às 9h54, o ministro reforçou a preferência por soluções estruturais, descartando mudanças no setor de óleo e gás. A expectativa é que as propostas sejam definidas até as 15h de hoje.
Desempenho de empresas na B3
Ações de empresas listadas na B3 apresentaram movimentos relevantes. O Bradesco (BBDC4) teve sua recomendação elevada para compra pelo BBA, com preço-alvo de R$ 20, indicando potencial de valorização de 23%. A WEG (WEGE3) recebeu cobertura neutra do Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 50, apesar de projeções de crescimento fraco no curto prazo.
A Rede D’Or (RDOR3) anunciou a emissão de R$ 1 bilhão em debêntures, enquanto a TIM (TIMS3) aprovou grupamento e desdobramento de ações, com prazo até 2 de julho para ajustes. A fusão entre Petz e Cobasi foi aprovada pelo Cade sem restrições, com decisão definitiva em 15 dias.
- Movimentos corporativos:
- Elevação de recomendação do Bradesco (BBDC4).
- Emissão de debêntures pela Rede D’Or (RDOR3).
- Aprovação da fusão entre Petz e Cobasi.
Commodities e mercados globais
Os preços do petróleo subiram, com o Brent avançando 0,40% para US$ 64,89 o barril, devido a preocupações com a oferta no Irã e no Canadá. O minério de ferro, por outro lado, caiu 1,14% na bolsa de Dalian, a 695,50 iuanes, pressionado pelas tarifas de Trump e dados fracos da China.
Os mercados europeus operam mistos, com o STOXX 600 em queda de 0,18%, enquanto as bolsas asiáticas fecharam sem direção única. O Nikkei (Japão) recuou 0,06%, e o Hang Seng (Hong Kong) subiu 1,42%. Nos EUA, os índices futuros registram baixas, com o Dow Jones futuro caindo 0,39%.
Autonomia do Banco Central
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que as tratativas para a autonomia financeira da instituição avançam no Senado, com apoio de Haddad. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Autonomia Financeira é vista como um passo para fortalecer a independência do BC, especialmente em um cenário de ajustes fiscais.
Segurança de dados na Telefônica
A Telefônica investiga um possível ataque eletrônico após o vazamento de dados de 1 milhão de clientes no Peru. A empresa, que vendeu sua unidade peruana em abril por 900 mil euros, confirmou que a amostra divulgada corresponde a registros locais. O grupo hacker “Dedale” revendica o acesso a 22 milhões de registros, mas a Telefônica segue apurando a violação.
- Medidas da Telefônica:
- Investigação de suposta violação de segurança.
- Confirmação de amostra de 1 milhão de registros.
- Monitoramento de fóruns de hackers.