A partir de 1º de janeiro de 2025, o salário mínimo nacional foi oficialmente ajustado para R$ 1.518, um aumento de 7,5% em relação aos R$ 1.412 vigentes em 2024, conforme sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Orçamento de 2025. O novo valor, pago a partir de fevereiro, beneficia cerca de 59 milhões de trabalhadores formais, domésticos, autônomos e beneficiários do INSS. O reajuste, que superou a inflação acumulada, foi calculado com base na política de valorização do salário mínimo, considerando a inflação pelo INPC e o crescimento do PIB de 2023, limitado a 2,5%. A medida, implementada em todo o Brasil, reforça o poder de compra e atualiza benefícios sociais.
O aumento, embora expressivo, ficou abaixo das expectativas iniciais devido a restrições orçamentárias aprovadas em dezembro de 2024. A nova fórmula de cálculo, que impõe um teto de 2,5% para o ganho real, gerou debates entre economistas e sindicatos. Para trabalhadores, o ajuste representa um alívio financeiro, mas desafios persistem diante do custo de vida elevado. A seguir, alguns pontos-chave do reajuste:
- Aumento de R$ 106 em relação a 2024.
- Primeiros pagamentos com o novo valor em fevereiro.
- Benefícios do INSS e programas sociais também ajustados.
O governo federal destacou que o novo piso busca equilibrar a sustentabilidade fiscal e a valorização dos trabalhadores. A sanção do Orçamento 2025, publicada em abril, trouxe outras medidas para adequar despesas sociais obrigatórias.
Novo cálculo do piso salarial
O reajuste do salário mínimo em 2025 seguiu a Lei nº 14.663/2023, que define a política de valorização do piso nacional. Diferentemente de anos anteriores, a fórmula agora inclui um limite de 2,5% para o ganho real, mesmo que o PIB de dois anos antes, neste caso 2023, tenha crescido 2,91%. A inflação acumulada até novembro de 2024, medida pelo INPC, foi de 4,84%, resultando no aumento total de 7,5%.
Essa mudança na metodologia gerou críticas de especialistas, que apontam uma redução no ganho real em comparação com a regra anterior. Se aplicada a fórmula antiga, o salário mínimo poderia ter alcançado R$ 1.525. Sindicatos argumentam que o teto de 2,5% limita a recuperação do poder de compra, especialmente em regiões com custo de vida elevado.
O governo, por outro lado, defende que a limitação garante equilíbrio fiscal, evitando pressões excessivas sobre as contas públicas. O Orçamento 2025 prevê uma economia de R$ 2 bilhões com a nova regra, parte de um plano que estima R$ 110 bilhões até 2030.
Benefícios atrelados ao novo valor
O salário mínimo serve como referência para diversos benefícios sociais e trabalhistas, impactando diretamente milhões de brasileiros. Com o reajuste, aposentadorias e pensões do INSS vinculadas ao piso foram automaticamente atualizadas para R$ 1.518. O mesmo ocorreu com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos de baixa renda e pessoas com deficiência.
Outros programas também foram ajustados:
- Abono salarial (PIS/Pasep): Recalculado com base no novo piso.
- Seguro-desemprego: Valor mínimo acompanhou o reajuste.
- Pensões alimentícias: Atualizadas quando referenciadas ao salário mínimo.
Para trabalhadores domésticos, empregadores devem atualizar manualmente o valor no sistema eSocial. A medida exige atenção para evitar irregularidades no pagamento. Dados do INSS indicam que cerca de 70% dos aposentados e pensionistas, aproximadamente 40,7 milhões de pessoas, recebem o piso nacional, reforçando a relevância do reajuste.

Pisos regionais em destaque
Além do salário mínimo nacional, cinco estados brasileiros mantêm pisos regionais superiores, ajustados conforme o custo de vida local. Em São Paulo, o salário mínimo regional foi fixado em R$ 1.804 a partir de 1º de julho de 2025, um aumento de 10% sobre os R$ 1.640 anteriores. No Paraná, os valores variam entre R$ 1.856,94 e R$ 2.134,88, dependendo da categoria profissional.
No Rio Grande do Sul, o piso regional, reajustado em 5,25% em dezembro de 2024, varia de R$ 1.656,52 a R$ 2.099,27. Santa Catarina estabeleceu faixas entre R$ 1.612,26 e R$ 1.844,40, enquanto o Rio de Janeiro, sem atualização desde 2019, mantém valores de R$ 1.238,11 a R$ 3.158,96. Esses pisos regionais atendem a especificidades econômicas, mas, caso não superem o nacional, o valor de R$ 1.518 prevalece.
Histórico de valorização
O salário mínimo no Brasil, instituído em 1940 durante o governo de Getúlio Vargas, passou por diversas transformações. Inicialmente, existiam 14 valores regionais, com diferenças significativas. A unificação ocorreu com a Constituição de 1988, estabelecendo um piso nacional. Entre 2003 e 2016, políticas de valorização resultaram em um aumento real de 77,18%, segundo o Dieese.
Nos últimos anos, os reajustes têm buscado equilibrar a reposição inflacionária e o ganho real. Contudo, entre 1999 e 2002, o valor do piso sofreu retração devido a reajustes inferiores à inflação. A trajetória reflete os desafios de manter o poder de compra em um contexto de pressões econômicas.
Impacto na economia local
O aumento do salário mínimo injeta recursos na economia, especialmente em setores dependentes do consumo popular, como comércio e serviços. Economistas estimam que o reajuste de 7,5% pode estimular o mercado interno, mas alertam para possíveis pressões inflacionárias em bens de primeira necessidade.
Pequenas empresas, que frequentemente remuneram funcionários com base no piso, enfrentam custos adicionais. Em contrapartida, trabalhadores com maior renda disponível podem impulsionar vendas, compensando parte do impacto. A Tendências Consultoria prevê que a nova política de reajuste gerará economia pública, mas o efeito imediato no consumo é positivo.
Desafios do custo de vida
Apesar do aumento, o salário mínimo ainda está distante do necessário para atender às necessidades básicas de uma família de quatro pessoas. Segundo o Dieese, em janeiro de 2025, o valor ideal seria de R$ 7.156,15, considerando alimentação, moradia, saúde, educação, transporte e lazer. O piso atual, de R$ 1.518, representa cerca de 21% desse montante.
Em centros urbanos, onde o custo de vida é mais elevado, o reajuste oferece alívio limitado. Aluguéis, transporte e alimentos continuam pressionando o orçamento familiar. Trabalhadores entrevistados em portais de notícias relatam que o aumento ajuda, mas não resolve dificuldades estruturais.
Ajustes no INSS e descontos
O novo salário mínimo também altera as contribuições previdenciárias. Trabalhadores que recebem o piso contribuem com 7,5% para o INSS, resultando em um desconto de R$ 113,85. Assim, o valor líquido é de R$ 1.404,15, caso não haja outros descontos, como vale-transporte.
O teto previdenciário subiu de R$ 7.786,02 em 2024 para R$ 8.157,41 em 2025, com alíquota máxima de 14%. Essa atualização impacta trabalhadores com salários mais altos, mas mantém a estrutura progressiva de descontos.
Projeções para os próximos anos
O governo federal divulgou estimativas para o salário mínimo nos anos seguintes, com base no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO). Para 2026, o valor previsto é de R$ 1.630, um aumento de 7,37%. As projeções indicam:
- 2027: R$ 1.724.
- 2028: R$ 1.823.
- 2029: R$ 1.925.
Esses valores consideram a continuidade da política de valorização, mas estão sujeitos a variações na inflação e no PIB. O limite de 2,5% para o ganho real permanecerá até 2030, conforme a legislação atual.
Debate sobre o valor ideal
A discussão sobre o salário mínimo ideal ganhou força com a divulgação do Dieese. O valor de R$ 7.156,15, calculado com base no Decreto-Lei nº 399 de 1938, reflete o custo de uma cesta básica ampliada. Comparações internacionais, como as da OCDE, mostram que o piso brasileiro está abaixo de países desenvolvidos, mas acima de alguns vizinhos latino-americanos.
Sindicatos defendem a ampliação do ganho real, enquanto o governo prioriza a sustentabilidade fiscal. A nova regra, aprovada em dezembro de 2024, busca um meio-termo, mas não elimina as tensões entre trabalhadores e gestores públicos.
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