Cidade AC News | Notícias do Acre, Amazônia e Brasil

Ator Hugo Gross processa Globo por R$ 1,8 milhão: presidente do SATED-RJ alega perseguição

Ator Hugo Gross processa Globo por R$ 1,8 milhão: presidente do SATED-RJ alega perseguição

Hugo Gross

Hugo Gross, conhecido por interpretar Léo na novela História de Amor, exibida entre 1995 e 1996, voltou aos holofotes em maio de 2025, mas não por um novo papel na televisão. O ator, que há três anos preside o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos do Rio de Janeiro (SATED-RJ), move uma ação judicial contra a Globo, pedindo R$ 1,8 milhão por suposta perseguição devido à sua atuação sindical. A disputa, que ganhou destaque em portais de entretenimento, revela tensões entre o artista e a emissora, onde Gross construiu parte de sua carreira. A novela História de Amor, atualmente reprisada na faixa Edição Especial da Globo, reacendeu o interesse pelo passado do ator.

Trajetória de Hugo Gross na televisão

Nascido no Rio de Janeiro, Hugo Gross iniciou sua carreira na televisão na década de 1980, estreando em produções da Globo. Sua primeira aparição foi em Pão Pão Beijo Beijo, de 1983, seguida por papéis em Amor com Amor se Paga, de 1984, e Bambolê, de 1987. O ator também integrou o elenco de O Salvador da Pátria, em 1989, consolidando-se como um nome recorrente em folhetins da emissora. Em História de Amor, exibida entre 1995 e 1996, Gross interpretou Léo, filho de Zuleika e Rômulo, vivendo um casamento conturbado com Mariana e um romance com Lu.

A reprise da novela na faixa Edição Especial, após o Jornal Hoje, trouxe Léo de volta à memória do público. A trama, escrita por Manoel Carlos e dirigida por Paulo Ubiratan, destaca-se por sua narrativa envolvente e elenco estelar, incluindo Regina Duarte, José Mayer e Carolina Ferraz. O papel de Gross, embora não central, foi marcante pela complexidade emocional do personagem, que enfrentava crises familiares e amorosas.

Conflito com a Globo: detalhes da ação judicial

A ação movida por Hugo Gross contra a Globo ganhou notoriedade em 2024, quando o portal F5 revelou detalhes do processo. O ator alega que, desde sua eleição como presidente do SATED-RJ em 2022, a emissora passou a excluí-lo de novos projetos, considerando-o “persona non grata”. Gross anexou ao processo e-mails trocados com funcionários da Globo, nos quais, segundo ele, fica evidente a intenção de boicotá-lo por sua atuação sindical. A indenização de R$ 1,8 milhão inclui danos morais e materiais, além de perdas profissionais atribuídas à suposta perseguição.

O SATED-RJ, sob a liderança de Gross, tem defendido melhores condições de trabalho para artistas e técnicos, incluindo regulamentação de contratos e pagamento de direitos autorais. A postura combativa do sindicato, especialmente em negociações com grandes emissoras, teria gerado atritos com a Globo, segundo o ator. A emissora, por sua vez, não se pronunciou publicamente sobre o caso até maio de 2025.

Papel do SATED-RJ na indústria do entretenimento

O Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos do Rio de Janeiro é uma entidade histórica, fundada para representar atores, diretores, técnicos e outros profissionais do setor cultural. Desde que Hugo Gross assumiu a presidência, o SATED-RJ intensificou ações para garantir direitos trabalhistas, como contratos formais, pagamento de cachês justos e proteção contra jornadas exaustivas. A gestão de Gross também focou na valorização de profissionais menos visíveis, como técnicos de som e iluminação.

Em 2023, o sindicato promoveu campanhas para regulamentar o uso de imagens de atores em reprises de novelas, exigindo remuneração adicional. Essas iniciativas, embora bem-recebidas por muitos artistas, geraram tensões com emissoras, que enfrentam custos elevados com direitos autorais. A liderança de Gross é descrita como firme, mas também polêmica, especialmente por sua postura crítica em relação a grandes players do mercado audiovisual.

História de Amor: enredo e relevância da reprise

História de Amor, exibida originalmente entre 1995 e 1996, voltou às tardes da Globo em fevereiro de 2025, substituindo Cabocla na faixa Edição Especial. A novela, ambientada no Rio de Janeiro, acompanha as histórias de amor e conflitos familiares de personagens como Helena, Carlos e Joyce. Hugo Gross, como Léo, integra o núcleo familiar de Zuleika e Rômulo, interpretados por Eva Wilma e Cláudio Corrêa e Castro.

A reprise tem atraído tanto o público nostálgico quanto novos espectadores, com índices de audiência estáveis na faixa vespertina. A direção de Ricardo Waddington, Roberto Naar e Alexandre Avancini, aliada ao texto de Manoel Carlos, garante um ritmo envolvente, com diálogos realistas e temas universais. A presença de atores consagrados, como Regina Duarte e José Mayer, reforça o apelo da trama.

Hugo Gross – Foto: Instagram

Carreira de Gross antes de História de Amor

Antes de se destacar em História de Amor, Hugo Gross acumulou participações em diversas produções da Globo. Em Pão Pão Beijo Beijo, de 1983, ele interpretou um papel secundário, mas já demonstrava versatilidade. Em Amor com Amor se Paga, de 1984, Gross teve mais espaço, participando de cenas cômicas que marcaram a novela. Sua atuação em Bambolê, de 1987, também foi elogiada, com um personagem que explorava conflitos familiares.

O papel em O Salvador da Pátria, de 1989, consolidou Gross como um ator confiável para papéis de apoio. A novela, escrita por Lauro César Muniz, abordava temas políticos e sociais, e Gross integrou o elenco em cenas que exigiam carga dramática. Essas experiências prepararam o ator para o desafio de interpretar Léo, um personagem com conflitos emocionais complexos em História de Amor.

Atuação sindical: ações e conquistas

Desde que assumiu a presidência do SATED-RJ, Hugo Gross liderou iniciativas que impactaram o mercado artístico. Em 2022, o sindicato negociou com produtoras de teatro a criação de contratos mais transparentes, garantindo pagamento mínimo para atores em peças de pequeno porte. No ano seguinte, Gross encabeçou uma campanha para incluir técnicos de bastidores em acordos coletivos, ampliando a proteção trabalhista.

Em 2024, o SATED-RJ lançou um programa de capacitação para jovens artistas, oferecendo oficinas de interpretação e produção cultural. A iniciativa, financiada por editais públicos, beneficiou mais de 300 profissionais em sua primeira edição. A gestão de Gross também pressionou por maior diversidade nos elencos, exigindo cotas para atores negros e indígenas em produções financiadas com recursos públicos.

Repercussão da disputa nas redes sociais

A notícia da ação judicial de Hugo Gross contra a Globo gerou debate nas redes sociais em maio de 2025. Fãs de História de Amor expressaram apoio ao ator, destacando sua atuação como Léo e criticando a suposta exclusão por parte da emissora. Outros usuários, no entanto, questionaram a validade das alegações, apontando que a Globo tem autonomia para escalar seus elencos.

Postagens no X, entre 19 e 20 de maio, mostram a polarização do caso, com hashtags como #HugoGross e #SATEDRJ ganhando tração. Alguns internautas compartilharam trechos da reprise de História de Amor, relembrando cenas marcantes de Léo, enquanto outros discutiram os desafios enfrentados por artistas que assumem papéis sindicais. A Globo, até o momento, não respondeu aos comentários públicos sobre o processo.

Outros atores de História de Amor em destaque

A reprise de História de Amor também trouxe atenção a outros nomes do elenco. Carla Marins, que interpretou Joyce, voltou aos holofotes com sua vida fitness aos 56 anos, compartilhando treinos nas redes sociais. Nuno Leal Maia, o Assunção, afastado das novelas desde 2012, revelou preferir projetos no cinema e streaming. Úrsula Corona, que viveu Aninha, segue ativa na carreira, com papéis recentes em Garota do Momento, da Globo.

Ingrid Fridman e André Ricardo, ex-atores mirins que interpretaram Ritinha e Luizinho, abandonaram a atuação e hoje trabalham como advogados. A trajetória diversa do elenco reflete as diferentes direções que os artistas seguiram após a novela, com alguns permanecendo na mídia e outros optando por carreiras fora do entretenimento.

Contexto do mercado audiovisual no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro permanece um polo central da produção audiovisual brasileira, com a Globo liderando a criação de novelas e séries. No entanto, a relação entre emissoras e sindicatos como o SATED-RJ tem sido marcada por negociações complexas. Em 2024, o sindicato criticou a precarização de contratos temporários para atores coadjuvantes, exigindo maior estabilidade trabalhista.

A gestão de Hugo Gross no SATED-RJ coincidiu com um aumento na produção de conteúdo para streaming, com plataformas como Netflix e Globoplay contratando artistas locais. Essas mudanças ampliaram as oportunidades, mas também intensificaram disputas por direitos, como o pagamento por reprises em serviços digitais. O caso de Gross reflete tensões mais amplas no setor, onde a defesa trabalhista pode gerar atritos com grandes empresas.

Legado de História de Amor na teledramaturgia

História de Amor, escrita por Manoel Carlos, é considerada uma das novelas mais emblemáticas da Globo na década de 1990. Com 209 capítulos, a trama explorou temas como amor, traição e relações familiares, conquistando audiência média de 35 pontos no Ibope à época. A reprise em 2025 mantém a relevância da obra, com debates nas redes sociais sobre os figurinos, trilha sonora e atuações.

O personagem Léo, vivido por Hugo Gross, é lembrado por sua trajetória emocional, marcada por um casamento em crise e um novo romance. A química entre Gross e Monique Curi, intérprete de Mariana, foi um dos destaques do núcleo familiar. A novela também lançou Carolina Ferraz como Paula, consolidando sua carreira na televisão.

Ativismo de Gross fora do sindicato

Além de sua atuação no SATED-RJ, Hugo Gross tem se envolvido em causas sociais no Rio de Janeiro. Em 2023, ele participou de eventos culturais promovidos pela prefeitura, apoiando projetos de teatro comunitário em favelas. O ator também usa suas redes sociais para divulgar campanhas contra a violência de gênero e a favor da preservação ambiental na Baía de Guanabara.

A visibilidade de Gross como líder sindical e ativista contrasta com sua ausência na televisão. Desde sua última aparição em produções da Globo, o ator focou em projetos teatrais e eventos corporativos, mantendo-se ativo no cenário cultural carioca. Sua trajetória reflete a transição de muitos artistas que, após anos na TV, buscam novos caminhos no ativismo e na produção independente.

Sair da versão mobile