Com vendas 29% maiores que em 2024, artesãos locais se consolidam como força econômica e cultural do estado

Durante a 50ª Expoacre, encerrada no domingo (3), o setor de artesanato do Acre registrou um crescimento de 29% nas vendas em comparação com 2024, consolidando-se como uma das atrações mais rentáveis da feira. Com cerca de 150 expositores, o espaço “Arte e Raiz” atraiu turistas, lojistas e grandes compradores do setor criativo, gerando mais de R$ 1 milhão em movimentação direta — um marco para a economia da cultura popular.
Feito à mão, valorizado no mercado
O estande do artesanato acreano se destacou por oferecer peças de fibra de buriti, cerâmica, tecelagem, biojoias, marchetaria e produtos indígenas. A curadoria ficou a cargo da Fundação Elias Mansour e da SEICT (Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia).
“Nunca vendemos tanto. Tem cliente do Ceará levando pulseira feita em Xapuri”, comemora Dona Antônia Pinho, artesã há 22 anos.
Segundo a coordenação do espaço, a feira movimentou em média R$ 700 por dia por artesão.
Crescimento impulsionado por curadoria e redes sociais
O crescimento nas vendas foi atribuído à melhoria no layout dos estandes, capacitações pré-feira e ações de divulgação em redes sociais — com lives e catálogos digitais promovidos por jovens influenciadores.
A Prefeitura de Rio Branco também garantiu transporte e estrutura para artesãos dos bairros Taquari, Belo Jardim e São Francisco, reduzindo custos logísticos e aumentando a diversidade de produtos.
Cultura como vetor econômico
A Expoacre 2025 mostrou que o artesanato não é apenas atração estética, mas força econômica real. Segundo dados da Fundação de Cultura, o setor representa:
- 8% do PIB da economia criativa acreana;
- Geração de renda para mais de 1.200 famílias;
- Produção em 19 dos 22 municípios do estado.
“O Acre é uma potência em artesanato. A gente não precisa importar identidade”, afirmou o diretor de Cultura, Fernando Souza.
Conclusão: o valor está na raiz
Enquanto muitos focam apenas nos grandes negócios da Expoacre, é no barro moldado, na palha trançada e na madeira esculpida que o Acre reafirma sua alma. O artesanato é mais que ofício: é símbolo de resistência, pertencimento e futuro sustentável. Quando a cultura vira renda, todo mundo ganha — inclusive quem nunca pegou numa agulha.
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Assinado por:
Eliton L. Muniz – Estagiário
Cidade AC News – www.cidadeacnews.com.br
Fontes:
- Fundação Elias Mansour – Balanço Expoacre 2025
- Secretaria de Cultura e SEICT
- Entrevistas com artesãos e coordenadores de estandes





