
Edu Guedes, apresentador e chef de 51 anos, compartilhou um desabafo emocionante em seu canal no YouTube na quarta-feira, 9 de julho de 2025, detalhando a descoberta de um tumor no pâncreas e as quatro cirurgias realizadas em duas semanas no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Internado após uma crise renal que revelou o câncer em estágio inicial, Guedes passou por uma pancreatectomia de seis horas para retirada da cauda do pâncreas, nódulos adjacentes e do baço. O vídeo, gravado no quarto do hospital após deixar a UTI, destaca sua gratidão à equipe médica, à esposa Ana Hickmann e aos fãs, além de alertar sobre a importância de ouvir os sinais do corpo. A doença, detectada por acaso durante exames renais, reforça a relevância do diagnóstico precoce.
O relato de Guedes começou com dores intensas em abril, inicialmente confundidas com problemas musculares. Ele descreveu como a crise renal, que o levou ao hospital, foi crucial para a descoberta do tumor.
A transparência do apresentador no vídeo visa combater rumores e inspirar cuidados com a saúde.
- Momentos-chave do desabafo de Edu Guedes:
- Dor nas costas em abril, ignorada como muscular.
- Crise renal em junho, com desmaio e internação.
- Descoberta de tumor na cauda do pâncreas.
- Quatro cirurgias, incluindo retirada do baço.
Primeiros sinais: uma crise ignorada
Tudo começou em abril de 2025, durante treinos para uma corrida em Interlagos, São Paulo. Guedes sentiu dores fortes nas costas, que atribuiu a problemas musculares. Ele tomou anti-inflamatórios e fez massagens, sem procurar ajuda médica. No dia da corrida, expeliu uma pedra renal de cerca de 0,5 cm, acompanhada de sangue na urina. Como já tinha histórico de cálculos renais, ignorou o episódio.
A situação mudou em junho, durante um almoço com o amigo Pedrinho Aguiar. Guedes sentiu uma dor tão intensa que descreveu como semelhante a um ataque cardíaco. Quase desmaiando no banheiro, pediu para ser levado ao pronto-socorro. Exames revelaram uma pedra de 1,6 cm no rim, exigindo cirurgia imediata.
Foi durante esses exames que os médicos notaram algo incomum no pâncreas. “O doutor me disse: ‘Edu, vi algo estranho na imagem. Acredito que seja um tumor’”, relatou o apresentador. A confirmação veio com testes adicionais, mostrando um tumor de 2 cm na cauda do pâncreas.
Cirurgia complexa: seis horas no centro cirúrgico
A pancreatectomia corpo-caudal com esplenectomia, realizada no sábado, 5 de julho, foi conduzida pelo cirurgião oncológico Marcelo Bruno Rezende. O procedimento, que durou seis horas, removeu a cauda do pâncreas, nódulos próximos e o baço, devido à proximidade com o tumor e ao risco de comprometimento linfático. Guedes passou por mais três cirurgias para tratar os cálculos renais, totalizando quatro operações em 15 dias.
O tumor na cauda do pâncreas, menos crítica que a cabeça do órgão, aumentou as chances de cura. “Tive sorte, porque foi detectado no início”, disse Guedes. Após a cirurgia, ele permaneceu na UTI e, desde a alta para o quarto, faz fisioterapia, incluindo exercícios respiratórios, para acelerar a recuperação.
A retirada do baço exige vacinas específicas contra bactérias encapsuladas e acompanhamento para imunidade. Guedes também usa drenos abdominais, com previsão de remoção nos próximos dias.
- Detalhes da cirurgia principal:
- Duração: 6 horas.
- Órgãos afetados: Cauda do pâncreas, baço, nódulos adjacentes.
- Técnica: Pancreatectomia robótica.
- Recuperação: Fisioterapia e monitoramento na UTI.
Câncer de pâncreas: um inimigo silencioso
O câncer de pâncreas é um dos mais letais, representando cerca de 3% dos tumores sólidos, mas com alta taxa de mortalidade devido ao diagnóstico tardio. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, 90% dos casos são adenocarcinomas, que se desenvolvem no tecido glandular e são agressivos. Tumores na cauda, como o de Guedes, são menos comuns e oferecem melhores prognósticos se detectados cedo.
Sintomas como dor abdominal, icterícia, perda de peso e fadiga só aparecem em estágios avançados. No caso de Guedes, a crise renal foi crucial para a descoberta precoce. Fatores de risco incluem tabagismo, obesidade, diabetes tipo 2, pancreatite crônica e histórico familiar.
A cirurgia é a principal opção curativa, mas apenas 15 a 20% dos pacientes são diagnosticados em tempo. Quando o tumor se espalha, quimioterapia e radioterapia são usadas para controle.
Apoio de Ana Hickmann e dos fãs
Ana Hickmann, noiva de Guedes, esteve ao seu lado desde a internação. “A Ana esteve comigo todos os dias. Brinquei que já usei quatro das minhas sete vidas”, disse ele, citando acidentes anteriores, como ser atropelado e perder o movimento do braço. Hickmann publicou uma mensagem nas redes sociais, reforçando sua força: “Amor, Deus está ao seu lado. Te amo”.
Os fãs enviaram milhares de mensagens de apoio, que Guedes destacou como fundamentais para sua recuperação. “O médico disse que minha recuperação rápida veio também desse amor todo”, afirmou. Ele agradeceu ainda à equipe médica, incluindo os doutores Joaquim de Almeida e Marcelo Bruno Rezende, pela agilidade no diagnóstico e tratamento.
Recuperação: um dia de cada vez
Atualmente no quarto do hospital, Guedes segue com drenos abdominais e faz fisioterapia para fortalecer a respiração e a mobilidade. Ele relatou estar se sentindo melhor, embora ainda enfrente limitações pós-cirúrgicas. A equipe médica considera os próximos dias críticos, com monitoramento rigoroso para evitar infecções ou complicações.
O apresentador prometeu novos vídeos para atualizar os fãs sobre sua saúde. “No próximo, estarei com uma cara melhor”, disse, mantendo o otimismo. A RedeTV, onde apresenta o programa Fica Com a Gente, ajustou a programação para cobrir sua ausência, sem previsão de retorno.
Importância do diagnóstico precoce
A história de Guedes destaca a raridade de detectar o câncer de pâncreas em estágio inicial. “As pedras que pareciam a pior coisa do mundo salvaram minha vida”, afirmou, referindo-se aos cálculos renais que levaram aos exames. Especialistas reforçam que tomografias e ressonâncias são essenciais para identificar anomalias em pacientes com sintomas inespecíficos.
Cerca de 10% a 15% dos casos de câncer de pâncreas têm origem hereditária, segundo o Inca. Pessoas com histórico familiar ou pancreatite crônica devem fazer acompanhamento regular. A ausência de rastreamento populacional para a doença torna a atenção aos sinais do corpo ainda mais crucial.
- Sinais de alerta do câncer de pâncreas:
- Dor abdominal ou nas costas.
- Icterícia (pele amarelada).
- Perda de peso sem causa aparente.
- Fadiga e falta de apetite.
Fatores de risco e prevenção
Embora não haja prevenção específica, algumas medidas podem reduzir o risco de câncer de pâncreas. Evitar o tabagismo é fundamental, já que o cigarro está ligado a 20% dos casos. Manter um peso saudável e reduzir o consumo de álcool também ajudam.
Atividades físicas regulares e uma dieta rica em vegetais diminuem a probabilidade de desenvolver a doença. Pessoas com diabetes tipo 2 ou infecções por Helicobacter pylori devem monitorar a saúde com exames periódicos.
Trabalhadores expostos a produtos químicos, como agrotóxicos ou solventes, enfrentam maior risco e precisam de acompanhamento. Guedes, que não mencionou esses fatores, enfatizou a importância de não ignorar sintomas persistentes.
Vida após a cirurgia
A retirada parcial do pâncreas e do baço exige ajustes na vida do paciente. Guedes pode precisar de enzimas digestivas para absorção de nutrientes e insulina para controle glicêmico, já que o pâncreas regula a glicose. A ausência do baço aumenta o risco de infecções, exigindo vacinas e profilaxia.
A recuperação de uma pancreatectomia varia de semanas a meses, com acompanhamento oncológico para monitorar recidivas. Guedes, que já caminha e faz fisioterapia, mostra sinais positivos, mas o pós-operatório exige cuidado.
A mensagem de transparência
Ao compartilhar sua experiência, Guedes buscou combater especulações e inspirar cuidados preventivos. “A melhor forma de acabar com coisas ruins é falando com transparência”, disse no vídeo. Ele destacou que a dor renal, inicialmente vista como um problema, foi o que permitiu o diagnóstico precoce.
O apresentador reforçou a importância de exames regulares, especialmente para quem tem histórico de problemas de saúde. Sua história ressoa com o público, que lotou as redes sociais com mensagens de apoio, reforçando o impacto de sua mensagem.





