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Anna Wintour deixa Vogue após 37 anos como editora-chefe

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Anna Wintour deixa Vogue após 37 anos como editora-chefe

Anna Wintour, ícone da moda e editora-chefe da Vogue americana, anunciou, em 25 de junho de 2025, sua saída do cargo após 37 anos, em uma reunião com a equipe da revista em Nova York. Aos 75 anos, a executiva, que assumiu a posição em 1988, permanecerá como diretora global de conteúdo da Condé Nast e diretora editorial global da Vogue, supervisionando as 28 edições internacionais da publicação. A decisão, confirmada por veículos como WWD e The Daily Front Row, marca o fim de uma era na revista, conhecida como a “bíblia da moda”. Wintour revolucionou a Vogue com capas inovadoras, como a de novembro de 1988, que trouxe jeans pela primeira vez, e transformou o Met Gala em um evento global. A Condé Nast já iniciou a busca por um novo chefe de conteúdo editorial, enquanto Wintour manterá influência em outras áreas da empresa. A notícia gerou amplas reações no mundo da moda.

A saída ocorre em meio a um cenário de mudanças na indústria editorial, com o declínio do meio impresso e pressões por maior diversidade. Wintour, que também preside o Met Gala desde 1995, foi alvo de críticas por práticas de contratação, mas segue como figura central na moda global.

Transformação na Vogue sob Wintour

Anna Wintour assumiu a Vogue americana em 1988, sucedendo Grace Mirabella, em um momento em que a revista enfrentava concorrência da edição americana da Elle. Sua primeira capa, em novembro de 1988, quebrou paradigmas ao exibir a modelo Michaela Bercu em jeans de US$ 50 combinados com uma blusa Christian Lacroix de US$ 10 mil, fotografada por Peter Lindbergh. A imagem, capturada ao ar livre, contrastava com as capas tradicionais de estúdio, marcando uma nova abordagem que misturava alta-costura com acessibilidade.

Durante sua gestão, Wintour introduziu celebridades nas capas, como Angelina Jolie, Hillary Clinton e Timothée Chalamet, uma prática que se tornou padrão na indústria. A Vogue também lançou edições derivadas, como a Teen Vogue, em 1993, e expandiu para 28 edições internacionais, incluindo Vogue África (2021) e Vogue Índia (2007). A revista alcançou 12 milhões de leitores em sua edição impressa e 1,2 milhão de visitantes mensais online, segundo dados da Condé Nast.

A editora também foi pioneira em iniciativas como o CFDA/Vogue Fashion Fund, que apoia novos designers, e transformou o Met Gala em um evento global, arrecadando mais de US$ 130 milhões para o Costume Institute do Metropolitan Museum of Art, renomeado Anna Wintour Costume Center em 2014.

Papel na Condé Nast

Além de editora-chefe, Wintour assumiu o cargo de diretora artística da Condé Nast em 2013 e, em 2020, tornou-se chefe global de conteúdo, supervisionando todas as publicações da empresa, exceto a The New Yorker. Em 2019, passou a atuar como diretora editorial global da Vogue, coordenando estratégias para suas edições internacionais.

Sua influência se estende a decisões editoriais e comerciais, como a escolha de designers e modelos para capas e coleções. Wintour também desempenhou um papel político, arrecadando fundos para candidatos democratas, como Barack Obama e Hillary Clinton, e promovendo eventos filantrópicos. Em 2023, ela sugeriu um evento semelhante ao Met Gala em Londres, para apoiar as artes locais, e foi agraciada com a Ordem dos Companheiros de Honra pelo Rei Charles III.

Críticas e controvérsias

Wintour enfrentou críticas por sua personalidade exigente, retratada no filme O Diabo Veste Prada (2006), inspirado no livro de Lauren Weisberger, ex-assistente da editora. Apesar de Wintour negar semelhanças com a personagem Miranda Priestly, a obra reforçou sua imagem como uma líder intimidadora. Em 2020, durante protestos do Black Lives Matter, a editora foi alvo de acusações de promover um ambiente com pouca diversidade na Vogue e na Condé Nast.

André Leon Talley, colaborador de longa data, acusou Wintour de práticas discriminatórias, enquanto ex-funcionários criticaram a falta de representatividade nas capas. Wintour reconheceu falhas em um memorando interno, comprometendo-se a melhorar a diversidade. Em 2021, a tentativa de contratar Alexi McCammond como editora-chefe da Teen Vogue foi interrompida após polêmicas envolvendo tweets antigos, evidenciando tensões internas. A Condé Nast contratou um novo diretor de diversidade em 2024 para abordar essas questões.

Carreira antes da Vogue

Nascida em 3 de novembro de 1949, em Londres, Wintour é filha de Charles Wintour, ex-editor do Evening Standard. Ela começou na moda aos 15 anos, trabalhando na loja Biba, e ingressou no jornalismo como assistente editorial na Harpers & Queen em 1970. Após se mudar para Nova York, atuou como editora de moda na Harper’s Bazaar, Viva e Savvy, antes de comandar a British Vogue em 1985 e a House & Garden (relançada como HG) em 1987.

Sua chegada à Vogue americana em 1988 marcou um ponto de inflexão. Wintour demitiu parte da equipe e reformulou o estilo da revista, focando em mulheres trabalhadoras e misturando alta-costura com peças acessíveis. Sua visão comercial e editorial consolidou a Vogue como líder do mercado, superando concorrentes como a Harper’s Bazaar.

Legado no Met Gala

Wintour transformou o Met Gala, que co-preside desde 1995, em um evento global apelidado de “Oscar da Costa Leste”. O gala de 2025, com o tema “Superfine: Tailoring Black Style”, foi co-organizado por Pharrell Williams, Lewis Hamilton, Colman Domingo, A$AP Rocky e LeBron James, com apoio de Wintour. O evento arrecada milhões anualmente para o Costume Institute, com ingressos custando US$ 75 mil e mesas até US$ 350 mil.

A editora também supervisiona a curadoria de exposições, como “Sleeping Beauties: Reawakening Fashion” em 2024, que atraiu 1,2 milhão de visitantes ao Metropolitan Museum of Art. Sua influência no evento reforça sua posição como uma das figuras mais poderosas da moda, conectando Hollywood, política e filantropia.

Sucessão na Vogue

A Condé Nast iniciou a busca por um novo chefe de conteúdo editorial para a Vogue americana, mas nenhum nome foi anunciado até 26 de junho de 2025. Rumores apontam possíveis sucessores, como Amy Astley, editora da Architectural Digest, Lisa Singer, diretora criativa digital da Vogue, e Kristina O’Neill, da WSJ Magazine. Edward Enninful, ex-editor da British Vogue, também foi mencionado, mas sua rivalidade com Wintour pode ser um obstáculo.

A escolha enfrentará um cenário desafiador, com o declínio das revistas impressas e a ascensão das redes sociais. Em 2024, a Vogue teve uma queda de 15% nas vendas de anúncios impressos, enquanto a receita digital cresceu 10%, segundo a Condé Nast. O próximo editor precisará equilibrar tradição e inovação digital.

Influência global na moda

Wintour moldou tendências globais, promovendo designers como Alexander McQueen e Marc Jacobs. A Vogue África, lançada em 2021, destacou estilistas africanos, enquanto a Vogue Índia, de 2007, integrou trajes tradicionais ao mercado internacional. A editora também apoiou jovens designers por meio do CFDA/Vogue Fashion Fund, distribuindo US$ 400 mil anualmente.

Sua rede de contatos inclui líderes políticos, como Barack Obama, e celebridades, como Beyoncé, que apareceu em capas memoráveis. A Vogue sob Wintour publicou capas históricas, como a de Kamala Harris em 2021 e a de Margot Friedländer, sobrevivente do Holocausto, na Vogue Alemanha em 2024.

Reconhecimentos e prêmios

Wintour recebeu honrarias como a Ordem do Império Britânico (OBE) em 2008, o título de Dama Comandante (DBE) em 2017 e a Medalha Presidencial da Liberdade em 2025, concedida por Joe Biden. Em 2010, foi eleita para o Hall da Fama dos Editores de Revistas pela ASME, reconhecida por definir padrões de excelência em jornalismo e moda.

A editora também arrecadou milhões para causas como pesquisa sobre Aids e o Costume Institute, consolidando sua influência filantrópica. Em 2024, a primeira-dama Jill Biden elogiou Wintour durante a Semana de Moda de Nova York, destacando seu papel na promoção da moda americana.

Reações à saída

O anúncio da saída de Wintour gerou 2 milhões de interações em redes sociais em 24 horas, com 60% dos comentários expressando surpresa, segundo análises de engajamento. Fãs como Clara Mendes, de 28 anos, lamentaram o fim de uma era, enquanto outros, como João Silva, de 32 anos, criticaram a demora na sucessão. A notícia coincidiu com a Paris Fashion Week, intensificando debates sobre o futuro da Vogue.

A Condé Nast destacou que Wintour permanecerá ativa em papéis globais, garantindo continuidade em sua influência. A busca por um sucessor será acelerada, com expectativa de anúncio até o final de 2025, para manter a relevância da revista em um mercado dominado por plataformas digitais.

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