Ícone do site Cidade AC News | Notícias do Acre, Amazônia e Brasil

AMEACRE: 5 falhas expostas no Fórum 2025

AMEACRE

No Fórum 2025, a AMEACRE mostrou mais discursos que resultados. Emendas sem clareza, cestas sem transparência e uma presidência apagada reforçam a dúvida: pra quê existe?

No Fórum 2025, a AMEACRE mostrou mais discursos que resultados. Emendas sem clareza, cestas sem transparência e uma presidência apagada reforçam a dúvida: pra quê existe?


Promessa de cidadania, entrega de palanque

A AMEACRE gosta de se apresentar como entidade que fortalece a cidadania. No palco, as palavras parecem grandiosas; nas fotos, a plateia lotada sugere força. Mas basta olhar além da moldura para perceber: nada de concreto se sustenta. O que deveria virar programa social, política comunitária ou ação duradoura se resume a discursos protocolares e registros fotográficos. Cidadania, aqui, é mais um enfeite de auditório do que prática cotidiana.


Integração ou dependência do Estado?

Outro mantra repetido pela associação é o de integrar fé e sociedade. Em tese, é um caminho legítimo: aproximar igrejas da vida pública, dialogar sobre ética, colaborar com políticas sociais. Só que, na prática, tudo depende do Estado. Fóruns, marchas e shows gospel só saem do papel porque contam com patrocínio oficial. Sem dinheiro público, dificilmente a AMEACRE teria fôlego para manter a mesma agenda. A promessa de integração acaba soando mais como vitrine de governo do que missão independente.


Representatividade sem provas

A entidade também se vende como voz de centenas de igrejas acreanas. É um discurso que impressiona, mas carece de provas. Até hoje, não existe relatório consolidado que mostre quantas igrejas de fato são representadas, nem auditorias externas que confirmem esse alcance. O nome pomposo substitui a falta de números, e a legitimidade fica suspensa no ar, sustentada apenas em declarações genéricas de lideranças.


Ação social ou marketing de evento?

Quando o assunto é ação social, o contraste é ainda mais evidente. Em vez de projetos permanentes, o que se vê são gestos pontuais: distribuição de cestas básicas sem lista de beneficiários, sem critérios claros, sem acompanhamento. A caridade, sem transparência, se transforma em marketing. Eventos brilhantes no palco; resultado social invisível nos bairros.


Voz ética ou eco do poder público?

Talvez o ponto mais delicado seja a autodefinição da AMEACRE como “voz ética do Acre”. A imagem poderia ser nobre, mas o eco que ressoa é outro: uma entidade que só se move quando o Estado financia, que troca independência por palanque. Ao invés de consciência crítica, funciona como extensão política. Ética não deveria depender de convênios, mas, no caso da AMEACRE, parece estar sempre condicionada a verbas e holofotes.


A promessa dourada

O 2º Fórum Evangélico do Acre foi anunciado com pompa. Palestras de nomes ligados à Sociedade Bíblica do Brasil, debates sobre fé e política e encerramento com noite gospel na Concha Acústica. Tudo aberto ao público, com discurso de integração entre fé, sociedade e cidadania.


O discurso oficial da AMEACRE

De acordo com a coordenação, o evento buscou “fortalecer o diálogo entre fé e sociedade, promover cidadania e construir soluções conjuntas para desafios locais”. Para os organizadores, foi um espaço gratuito, de reflexão e cooperação, com apoio direto do Governo do Estado e do Instituto Inova.


O contraponto inevitável

Bonito no papel, mas frágil na prática. Não há relatórios que mostrem o impacto do fórum, nem metas sociais estabelecidas. O discurso é redondo, mas a execução não resiste à checagem. O que deveria ser vitrine de cidadania virou, mais uma vez, um palco de discursos embalados em microfone e luz, sem comprovação de resultados.


A entrega cinzenta

Durante o fórum, autoridades prometeram recursos milionários para entidades sociais. Em público, falaram em valores robustos. Mas ao consultar o Portal da Transparência, o que aparece são pacotes genéricos de R$ 19,7 milhões em obras e programas — sem clareza se esse dinheiro chegou, ou chegará, às comunidades religiosas. A promessa soa dourada; a entrega, cinzenta.


O presidente decorativo

Oficialmente, a associação é presidida pelo pastor Eldo Gama. Ele aparece em notas, discursos e fotos. Mas não há documentos recentes que confirmem sua liderança em 2025, nem relatórios assinados que sustentem a sua gestão. Presença tem; transparência, não. É um presidente de vitrine, não de execução.


Holofote aceso, resultado apagado

Na Expoacre 2025, a AMEACRE anunciou participação na arrecadação de cestas durante a Noite Gospel com Fernanda Brum. O governo confirmou a entrega de mais de 4 mil cestas a instituições sociais (Agência de Notícias do Acre). Mas a pergunta que persiste: quais instituições? Quais bairros? Quais famílias? O show brilhou na Concha Acústica, mas os números da entrega social seguem no escuro.


O que falta (e não é pouco)

Prestação de contas. Metas sociais reais. Relatórios anuais. Independência. Quatro pilares básicos de qualquer entidade que se diz representante da fé e da cidadania. Nenhum deles aparece de forma consistente na atuação da AMEACRE.


O peso do vazio

Se a AMEACRE deixasse de existir hoje, marchas, shows gospel e fóruns continuariam acontecendo, organizados por igrejas e pelo próprio governo. O que a entidade faz não é criar, mas carimbar. É um selo institucional que legitima, mas não entrega.


Necessidade ou oportunismo?

Associações como a AMEACRE surgem entre a necessidade de organizar pastores e o oportunismo de se aproximar do poder. São espaços que poderiam dar voz à fé, mas acabam servindo de atalho político. No Acre, a AMEACRE virou exatamente isso: um nome que aparece quando há microfone, shows ou recursos, mas que desaparece quando a pergunta é sobre resultados e impacto real.


Nota Editorial

A AMEACRE adora decidir quem sobe ou desce do trio elétrico, quem entra ou não no camarim, onde será o próximo evento e até como serão distribuídas as arrecadações. É uma central de bastidores. O detalhe é que tudo isso já era feito antes — por igrejas, pastores e movimentos independentes. A diferença é que agora existe uma entidade que concentrou funções simples e lhes deu verniz de poder, sem prestar contas à sociedade.


Conclusão 

A AMEACRE Acre tem nome imponente, mas entrega mínima. É vitrine de discursos e palco de shows, não ponte de transformação social. Enquanto não apresentar relatórios claros, metas sociais consistentes e dados públicos, seguirá como entidade de fachada, sustentada por promessas, flashes e microfones.

🔗 Externo: Página oficial da AMEACRE no Facebook


Cidade AC News cobra

Sem isso, o discurso continua no palco, mas a realidade segue do lado de fora.

Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
Baixe os apps do grupo: App Apple Store | App Android Store
Leia Notícias: Portal de Notícias Cidade AC | News
Rádio Ao Vivo: #Ouça #Curta e #Compartilhe


Editorial de Jornalismo Portal Cidade AC | News — Rio Branco — Acre / Brasil
Fundado em 2023 em Rio Branco, Acre, o Cidade AC News consolidou-se como referência no jornalismo regional e nacional. Combinando rádio, portal e redes sociais, entrega informação com clareza, velocidade e confiança. Mantém foco em cobertura hiperlocal, credibilidade editorial e inovação digital a serviço da comunidade.

Sair da versão mobile