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Alexandre Pato oferece custeio para traslado de brasileira morta em vulcão na Indonésia

Alexandre Pato oferece custeio para traslado de brasileira morta em vulcão na Indonésia

Tragédia no Monte Rinjani chocou o Brasil: Juliana Marins, de 24 anos, morreu após cair 300 metros durante uma trilha no vulcão, na ilha de Lombok, Indonésia, em 20 de junho de 2025. A jovem, natural de Niterói (RJ), ficou quatro dias desaparecida enquanto equipes de resgate enfrentavam condições adversas para localizá-la. Seu corpo foi encontrado em 24 de junho, a 650 metros de profundidade, e a operação de evacuação durou mais de 14 horas. O ex-jogador Alexandre Pato se ofereceu para custear o traslado do corpo ao Brasil, após o Itamaraty informar que não pode arcar com as despesas, conforme legislação vigente. A família da vítima, que denunciou negligência no resgate, busca justiça.

A operação de resgate foi marcada por desafios climáticos e geográficos, com neblina densa e terreno instável dificultando o acesso. Juliana, que estava mochilando pela Ásia, era dançarina de pole dance e publicitária formada pela UFRJ. Seu caso gerou comoção nacional e levantou debates sobre a segurança em trilhas de vulcões ativos.

O Itamaraty acompanha o caso, mas, por lei, não pode financiar o traslado. A iniciativa de Pato trouxe alívio à família, que enfrenta custos elevados para repatriar o corpo.

Detalhes do acidente no Monte Rinjani
Juliana Marins realizava uma trilha guiada no Monte Rinjani, o segundo maior vulcão da Indonésia, com 3.726 metros de altitude, quando caiu na região de Cemara Nunggal, um trecho conhecido por sua instabilidade. A trilha, próxima ao cume, tem declives acentuados e solo arenoso, o que aumenta o risco de acidentes. A jovem estava acompanhada de cinco amigos e um guia local, mas o grupo não conseguiu evitar a tragédia, que ocorreu às 6h30 de sexta-feira, horário local.

O guia, Musthofa, de 20 anos, relatou que estava apenas três minutos à frente de Juliana quando percebeu sua ausência. Ele voltou ao ponto de encontro, mas não a encontrou. As buscas começaram imediatamente, com drones e equipes de resgate descendo a encosta. No entanto, a neblina densa e as chuvas intensas limitaram a visibilidade, atrasando os esforços.

A família de Juliana foi informada do acidente no mesmo dia e passou a acompanhar as operações por redes sociais, pedindo apoio para agilizar o resgate. Imagens captadas por drones mostraram a jovem inicialmente a 300 metros de profundidade, mas ela escorregou ainda mais, alcançando 650 metros.

O papel de Alexandre Pato na repatriação
Alexandre Pato, ex-jogador de futebol com passagens por São Paulo, Corinthians e Internacional, entrou em contato com a família de Juliana após a confirmação de sua morte. Fontes próximas ao atleta confirmaram que ele se ofereceu para custear integralmente o traslado do corpo de Lombok, na Indonésia, para Niterói, no Rio de Janeiro. O gesto foi motivado pela comoção gerada pelo caso e pela dificuldade financeira enfrentada pela família.

O custo de um traslado internacional pode variar entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, dependendo da distância e da logística. A oferta de Pato alivia a pressão sobre os familiares, que já lidam com o luto e com a busca por respostas sobre o acidente. O jogador não fez declarações públicas sobre o assunto até o momento, mas sua iniciativa foi amplamente comentada nas redes sociais.

A família de Juliana expressou gratidão pelo apoio, mas manteve o foco em cobrar investigações sobre as circunstâncias do resgate.

Limitações legais do Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por meio do Itamaraty, informou que não pode custear o traslado do corpo de Juliana, conforme o artigo 257 do decreto 9.199/2017. A legislação determina que a assistência consular inclui acompanhamento em casos de falecimento, mas exclui despesas com sepultamento ou repatriação, salvo em situações humanitárias excepcionais.

O Itamaraty confirmou que a embaixada em Jacarta prestou suporte à família desde o início, coordenando com as autoridades indonésias e fornecendo orientações sobre os procedimentos necessários. A pasta também emitiu nota lamentando a tragédia e reforçando seu compromisso em auxiliar os familiares dentro dos limites legais.

Esforços de resgate e condições adversas
A operação para localizar e resgatar Juliana envolveu mais de 50 agentes da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas), além de drones térmicos e helicópteros. O chefe da Basarnas, marechal Mohammad Syafii, destacou que o terreno rochoso e a neblina densa tornaram o resgate “extremamente arriscado”. Equipes especializadas, incluindo o esquadrão Rinjani, desceram a encosta em dois pontos: um grupo a 400 metros e outro a 600 metros de profundidade.

No sábado, dia do acidente, resgatistas ouviram gritos de Juliana, mas não conseguiram alcançá-la devido ao mau tempo. No domingo, drones localizaram a jovem a 300 metros, mas ela escorregou ainda mais na segunda-feira, chegando a 650 metros. Na terça-feira, após quatro dias de buscas, o corpo foi encontrado sem sinais vitais. A evacuação, concluída na quarta-feira, levou 14 horas devido à inclinação do terreno e às condições climáticas.

O Parque Nacional do Monte Rinjani anunciou o fechamento temporário das trilhas para facilitar a operação e por respeito à família da vítima.

Acusações de negligência pela família
A família de Juliana Marins publicou uma nota nas redes sociais denunciando “negligência” por parte das equipes de resgate. Segundo os parentes, a demora em alcançar a jovem, que permaneceu viva por pelo menos dois dias após a queda, foi decisiva para o desfecho trágico. Eles alegaram que, se o resgate tivesse ocorrido dentro das sete horas previstas inicialmente, Juliana poderia ter sobrevivido.

A irmã da vítima destacou que as condições climáticas e a falta de equipamentos adequados dificultaram a operação. A família anunciou que pretende buscar justiça, cobrando investigações sobre a conduta das autoridades locais e do guia. Especialistas em montanhismo consultados pela imprensa indonésia ponderaram que o mau tempo foi o principal obstáculo, mas reconheceram que a logística do resgate poderia ter sido mais eficiente.

Juliana Marins
Juliana Marins – Foto: Reprodução

Perfil de Juliana Marins
Juliana, de 24 anos, era uma jovem aventureira que mochilava pela Ásia desde fevereiro de 2025. Formada em publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela também era dançarina de pole dance e compartilhava suas viagens nas redes sociais. Antes de chegar à Indonésia, passou por Filipinas, Tailândia e Vietnã, registrando paisagens e experiências culturais.

No dia do acidente, Juliana gravou um vídeo com uma amiga, a italiana Federica Matricardi, comentando sarcasticamente que a vista no topo do Rinjani, coberta por nuvens, “valeu a pena”. As imagens, divulgadas após a tragédia, mostram a jovem sorridente, sem prever o perigo iminente. Seus posts mais recentes, de 11 de junho, destacavam a beleza das ilhas indonésias.

Riscos do Monte Rinjani
O Monte Rinjani, localizado na ilha de Lombok, é um destino popular entre turistas, mas também perigoso. Nos últimos cinco anos, pelo menos nove mortes foram registradas na região, incluindo a de um turista malaio em maio de 2025. As trilhas estreitas, o terreno instável e as mudanças climáticas bruscas aumentam os riscos.

Autoridades locais recomendam que os visitantes contratem guias certificados e evitem trilhas durante a estação chuvosa. Após o acidente, o governo indonésio anunciou uma revisão das normas de segurança no parque nacional.

Repercussão no Brasil
A morte de Juliana gerou comoção no Brasil, com mensagens de apoio de figuras públicas e anônimos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou uma nota lamentando o ocorrido e reforçando o apoio do governo à família. A ex-ministra Tereza Cristina também se manifestou, cobrando investigações sobre o resgate.

Nas redes sociais, a hashtag #JustiçaPorJuliana ganhou força, com usuários criticando a demora no socorro e pedindo maior segurança em destinos turísticos de risco. A família criou uma conta no Instagram para atualizar o público sobre as buscas, que alcançou mais de um milhão de seguidores em poucos dias.

Próximos passos para a repatriação
Com o apoio de Alexandre Pato, a família de Juliana organiza o traslado do corpo, que foi levado ao hospital Bhayangkara, em Mataram, na Indonésia. A liberação depende de trâmites burocráticos, como a emissão de documentos e a autorização das autoridades locais. O processo pode levar até uma semana, dependendo das condições climáticas e da logística.

O Itamaraty informou que a embaixada em Jacarta continuará acompanhando o caso, auxiliando a família com orientações e contatos com empresas especializadas em traslados internacionais. A expectativa é que o corpo chegue ao Brasil até o início de julho.

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