Senador acreano assume discurso de mudança, mas alianças ainda estão no balcão do ourives
📍 Rio Branco – AC | 26 de setembro de 2025 | Atualizado há 3h
Alan Rick decidiu. Foi para o Republicanos. O senador que vinha cortejado por MDB, Novo e PSD escolheu a sigla de Tarcísio de Freitas. O gesto dá manchete, mas não fecha equação. Porque a política, no Acre, ainda está sendo lapidada no ourives.
Convites ou testagem de mercado?
Rick repete que recebeu convites de vários partidos. Verdade. Mas, convenhamos, em Brasília convites valem menos que cafezinho. O que conta é quem banca palanque, quem tem estrutura e quem se compromete no fio do bigode.
O pedido de Tarcísio pesou. Mas Tarcísio não vota no Acre. O eleitorado local ainda precisa ver se essa filiação vem acompanhada de musculatura ou se é só mais um episódio de marketing partidário.
MDB e Republicanos: aliança ou choque?
O senador fala em federação com o MDB, como se fosse um jogo simples de encaixe. Mas o MDB tem tradição própria, quadros históricos e interesses divergentes. Marcus Alexandre, por exemplo, sabe o peso que carrega. O Republicanos, por sua vez, empurra nomes como Mara Rocha. Conciliar esses mundos não é costura de boutique; é remendo grosso que, se mal alinhavado, rasga no primeiro comício.
Pesquisas: realidade ou ilusão passageira?
Os 44,5% da Paraná Pesquisas impressionam. Mas pesquisa é fotografia, não filme. A liderança de hoje pode ser fumaça amanhã, quando alianças apertarem, quando adversários jogarem pesado e quando a máquina do governo decidir queimar gasolina.
Rick fala em “clamor da sociedade”. Bonito no discurso, mas perigoso na prática. O Acre já viu candidatos embalados pelo clamor minguarem quando a campanha entrou no chão de fábrica, aquele da visita ao ramal, da promessa no mercado, da conversa na beira do rio.
Editorial — A pedra ainda não virou joia
Alan Rick fez seu movimento, mas o jogo real ainda não começou. A filiação ao Republicanos é mais um ensaio de poder do que uma definição estratégica. Ele se coloca como alternativa, mas depende de arranjos que ainda estão em gestação — e no Acre, parto político é sempre demorado e doloroso.
Nota de rodapé
No Acre, não basta posar de novidade em rede nacional nem exibir números de pesquisa: quem quer governar precisa sujar a bota no barro, lidar com aliados traiçoeiros, enfrentar a máquina de um Estado quebrado e encarar a paciência curta do eleitor que já cansou de discursos de salvação. Quem não entende isso, vira estatística na próxima eleição.
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