Xapuri, AC – 14 de julho de 2025 – No contrafluxo do desmatamento, o Acre começa a ver florescer um novo tipo de agro: o que cresce dentro da floresta, sem destruí-la. Em cidades como Xapuri, Brasiléia e Porto Acre, produtores estão apostando nos chamados sistemas agroflorestais — que misturam culturas agrícolas com espécies nativas, respeitando o solo, a biodiversidade e os ciclos da natureza.
Em Xapuri, berço de Chico Mendes, a Associação Andiroba coordena projetos de agroflorestas familiares que já geram renda para mais de 100 famílias. Castanha, banana, açaí, mandioca e cumaru são cultivados juntos em um mesmo lote, alternando sombras e colheitas ao longo do ano. Os produtos abastecem feiras locais, mercados em Rio Branco e até cooperativas que exportam para o Sudeste e Europa.
O modelo ganha força com apoio do Governo do Estado e financiamento de fundos climáticos. O Plano Estadual de Sustentabilidade Agrícola prevê ampliar em 60% as áreas agroflorestais até 2027, com foco em pequenos agricultores. A expectativa é aumentar a produtividade em áreas já abertas, sem ampliar o desmatamento.
Já em Tarauacá e Feijó, as experiências envolvem criação de galinhas caipiras integradas à lavoura, irrigação por gotejamento sustentável e uso de tecnologias simples, como compostagem em leiras e biofertilizantes. Técnicos do IDAF e da Embrapa Acre vêm capacitando as comunidades para manter a floresta em pé e, ao mesmo tempo, garantir alimento e renda.
Segundo o economista rural Eronildo Freitas, da Fundação Amazônia Sustentável, o Acre pode se tornar referência nacional em produção com base agroecológica. “É uma mudança de cultura. Antes, se derrubava pra plantar. Agora, se convive com a floresta. Isso gera emprego, reduz CO₂ e valoriza o bioma amazônico”, diz.
É a economia da floresta. E ela já começou.
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