O sistema de saúde infantil do Acre opera sob forte pressão nesta segunda-feira (2), diante do aumento expressivo nas internações por doenças respiratórias. O Hospital da Criança, em Rio Branco, já registra 80% de ocupação em suas UTIs pediátricas — 16 dos 20 leitos disponíveis estão ocupados. Nos leitos clínicos, a situação também é preocupante: 77% estão em uso, com 54 das 70 vagas preenchidas.
A situação é reflexo direto do avanço dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado. Diante do cenário, o governo decretou emergência em saúde pública no dia 10 de maio, como forma de tentar aliviar a sobrecarga nas unidades hospitalares. A medida vale para toda a rede estadual, incluindo hospitais particulares.
O crescimento das internações vem sendo monitorado por autoridades sanitárias e está associado à circulação de vírus como o Influenza A e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que afetam principalmente crianças pequenas e pessoas idosas. De acordo com o boletim InfoGripe da Fiocruz, o Acre está entre os estados brasileiros com tendência de alta nos casos graves de doenças respiratórias.
Entre janeiro e maio deste ano, 953 pessoas foram internadas com diagnóstico de SRAG, segundo dados do boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). Crianças de até 9 anos concentram a maioria dos casos, seguidas por idosos com 60 anos ou mais — os dois públicos considerados mais suscetíveis a agravamentos.
Rio Branco lidera o número de internações, com 455 registros, seguida por Cruzeiro do Sul, com 122. Os dados também apontam que, a partir da segunda quinzena de abril, houve um aumento contínuo na procura por atendimento hospitalar, tendência que segue em ascensão nas últimas semanas.
Autoridades recomendam a intensificação da vacinação contra a gripe, o uso de máscaras em ambientes fechados e a procura precoce por atendimento médico em casos de febre, tosse ou dificuldade para respirar.
