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Acre realiza primeira eleição de juízes de paz da história

Urna eletrônica utilizada para eleição de juízes de paz

Urna eletrônica utilizada para eleição de juízes de paz

População poderá escolher magistrados leigos por voto direto até 12 de agosto

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O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) deu início, nesta semana, à primeira eleição popular para juízas e juízes de paz da história do estado. A votação, aberta à população, vai até o dia 12 de agosto de 2025 e será realizada de forma presencial, nas sedes dos cartórios de registro civil das cidades participantes. A medida visa democratizar o acesso à justiça comunitária, especialmente em municípios do interior.

 O que faz um juiz de paz?

Juízes de paz não são magistrados togados nem concursados, mas exercem funções relevantes, como:

Eles são considerados agentes de cidadania, com forte presença nas zonas rurais e comunidades de difícil acesso, onde muitas vezes são a única referência de justiça para a população.

Como funciona a eleição

A seleção ocorrerá por voto direto, e cada cidade pode eleger um juiz titular e um suplente. Ao todo, 22 municípios participam desta primeira etapa. Os eleitos cumprirão mandatos de 4 anos, com possibilidade de uma recondução.

Para votar, o cidadão precisa:

Segundo o TJAC, cerca de 118 candidatos se inscreveram. A lista está disponível no site oficial do tribunal.

Perfil dos candidatos e disputa simbólica

Grande parte dos candidatos são líderes comunitários, aposentados, professores e servidores da área social. A maioria não possui formação jurídica, mas cumpre os requisitos legais de idoneidade e escolaridade mínima.

“É uma forma de garantir que a justiça esteja enraizada no cotidiano das pessoas, não num tribunal distante”, disse a desembargadora Denise Castelo, idealizadora do projeto.

Iniciativa inédita no Norte

O Acre é o primeiro estado da região Norte a realizar esse tipo de escolha por sufrágio direto. Em outros estados, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, eleições semelhantes já acontecem desde os anos 2000.

A medida faz parte do projeto “Justiça Comunitária na Base”, aprovado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como modelo-piloto para o país.

Conclusão: mais que votos, confiança social

Escolher juízes de paz por voto direto é um passo simbólico e prático rumo à descentralização da justiça. Em um estado como o Acre, onde o acesso aos tribunais formais ainda é limitado, a medida não só empodera as comunidades, mas resgata a legitimidade da mediação local. O povo do Acre está sendo chamado a eleger, pela primeira vez, aqueles que estarão presentes onde o Judiciário muitas vezes não chega: no batente da porta de casa.

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Assinado por:

Eliton L. Muniz – Estagiário
Cidade AC News – www.cidadeacnews.com.br

Fontes:

 

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