📍 Rio Branco – AC | 29 de setembro de 2025 | Atualizado há 2h

O Acre está prestes a alcançar um marco histórico no comércio exterior: a expectativa de ultrapassar US$ 100 milhões em exportações ainda em 2025. Esse número, que parecia distante até poucos anos atrás, ganha força com a consolidação de cadeias produtivas locais, a abertura de novos mercados e a credibilidade obtida junto a compradores internacionais. Trata-se de um feito que reflete uma mudança estrutural na economia acreana. O ponto de virada real ocorreu a partir de 2019, durante a gestão do governador Gladson Cameli (PP), quando o estado deixou para trás a estagnação e começou a registrar aumentos consistentes no volume exportado. A marca de 2025 simboliza não apenas um salto numérico, mas a entrada do Acre em um novo ciclo de desenvolvimento regional voltado para a bioeconomia e para o comércio global.
Linha do tempo das exportações e governadores
- Jorge Viana (PT) – 1999 a 2006
Criou a narrativa da florestania e projetou internacionalmente a pauta ambiental, associando o Acre a um modelo sustentável de desenvolvimento. Sua gestão levou o estado a fóruns globais e consolidou a imagem do Acre como referência amazônica. No entanto, em termos de resultados concretos de exportação, o impacto foi limitado. O valor exportado oscilava entre US$ 10 e 20 milhões, um patamar ainda modesto diante do potencial da região. - Binho Marques (PT) – 2007 a 2010
Deu continuidade ao modelo florestal herdado, com ênfase na educação e em políticas sociais, mas sem mudanças significativas no campo do comércio exterior. O Acre seguiu com um perfil de exportações reduzido, concentrado em poucos produtos e mercados, o que impediu avanços expressivos. O período manteve o estado na mesma média dos anos anteriores, sem ultrapassar a barreira simbólica dos US$ 20 milhões. - Tião Viana (PT) – 2011 a 2018
Apostou em cadeias como a castanha-do-Brasil, a borracha e a madeira de manejo legalizado. Houve investimento em cooperativas, em tentativas de industrialização local e em projetos de diversificação. Apesar disso, os resultados ainda foram tímidos: as exportações variaram entre US$ 20 e 40 milhões, com crescimento lento e dependente de fatores externos. A ausência de uma logística competitiva e de abertura de mercados limitou o alcance. - Gladson Cameli (PP) – 2019 a 2026 (reeleito em 2022)
É sob sua administração que ocorre o verdadeiro salto. A partir de 2019, o Acre passou a conquistar espaço de forma consistente.- 2019–2020: manteve-se próximo dos US$ 40 milhões, já em trajetória superior à da década anterior.
- 2021–2022: ultrapassou a barreira dos US$ 60 milhões, marcando um crescimento de mais de 50% em relação aos períodos anteriores.
- 2023: bateu recorde histórico com US$ 87 milhões, consolidando o Acre no radar nacional de exportações.
- 2025: a projeção é superar US$ 100 milhões, número que coloca o estado em um patamar inédito, fruto de políticas locais, conjuntura internacional e apoio de órgãos federais.
Quem torna isso possível (proporcionalmente)
- Governadores → 30% | contexto e gestão local
O papel dos governadores é fundamental para criar as bases institucionais e estratégicas. Jorge Viana foi responsável por abrir portas no cenário internacional, ainda que com números baixos. Binho Marques manteve a linha, mas sem transformações. Tião Viana consolidou cadeias tradicionais, como a castanha e a borracha, ainda com limitações. Já Gladson Cameli é creditado pelo salto quantitativo: promoveu maior abertura para o setor privado, buscou aproximação com mercados e se beneficiou de uma conjuntura mais favorável. Sua gestão marca o início da fase em que o Acre passou a ser levado a sério no comércio exterior. - ApexBrasil → 30% | promoção e acesso a compradores
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos foi decisiva ao dar visibilidade internacional ao Acre. Desde 2023 sob a presidência de Jorge Viana, a ApexBrasil organizou rodadas de negócios, trouxe compradores estrangeiros ao estado e inseriu a bioeconomia acreana na pauta global. O programa Exporta Mais Amazônia 2025 exemplifica essa estratégia: reuniu dezenas de empresas locais e conectou o Acre a gigantes do varejo mundial. Essa atuação expandiu mercados, reduziu dependências e ampliou as chances de diversificação. - MAPA → 40% | autorização e credibilidade para exportar
A peça mais decisiva do mecanismo é o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). É ele quem habilita frigoríficos, cooperativas e agroindústrias a exportarem, garantindo credibilidade sanitária perante o mundo. O Selo de Inspeção Federal (SIF) e os certificados emitidos pelo MAPA são o passaporte para que produtos do Acre cheguem a mercados exigentes como União Europeia, Estados Unidos e Japão. Sem essa chancela técnica, nenhuma promoção internacional seria suficiente. O MAPA garante que o Acre não apenas produza, mas que seus produtos sejam aceitos globalmente.
O que se sabe até agora
- O Acre multiplicou por cinco suas exportações em 15 anos, saindo da faixa de US$ 20 milhões para a expectativa de US$ 100 milhões.
- O ponto de virada real ocorreu em 2019, com salto constante até o recorde atual.
- O crescimento é resultado de uma engrenagem coletiva: gestão estadual (30%), promoção internacional (30%) e chancela sanitária federal (40%).
- A meta de US$ 100 milhões em 2025 não é apenas um número, mas o símbolo de que o Acre entrou de vez no mapa nacional das exportações.
FAQ
1. Quanto o Acre já exportou em 2025?
👉 US$ 69 milhões até setembro.
2. Por que 2019 é considerado ponto de virada?
👉 Porque marcou a saída da estagnação de US$ 20–40 milhões e início de trajetória crescente acima dos US$ 60 milhões anuais.
3. Qual o papel do MAPA?
👉 Habilitar e autorizar empresas locais a exportarem, garantindo credibilidade internacional.
4. O Acre tem potencial para crescer mais?
👉 Sim. A bioeconomia e a logística de saída para o Pacífico são vistas como vetores estratégicos para novas exportações.
✍️ Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
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