Enquanto gerações anteriores viam o êxodo como único caminho, a juventude acreana de hoje vem mostrando outro roteiro: ficar, resistir e construir. Comportamentos mais ligados à valorização do território, cultura e pertencimento têm ganhado força, principalmente nas periferias e zonas rurais.
Com o avanço da internet, a ascensão de criadores de conteúdo locais e um novo orgulho regional em alta, muitos jovens acreanos estão dizendo “não” à migração para centros maiores como São Paulo ou Brasília. Em bairros como Calafate e Tancredo Neves, é crescente o número de adolescentes que sonham em empreender, estudar e fazer carreira sem sair do estado.
Pesquisas feitas por estudantes da Ufac indicam que mais de 60% dos jovens entrevistados entre 16 e 24 anos afirmam preferir viver no Acre “se houver oportunidade”. E elas começam a surgir: da popularização dos eventos culturais nos bairros, passando pela explosão da cena musical local e até pelo sucesso de empreendimentos criativos como brechós e sebos digitais.
Essa mudança também vem com um discurso mais politizado e conectado a pautas socioambientais. Jovens como Ana Clara Lima, 19, ativista do bairro Seis de Agosto, têm usado as redes para mostrar o cotidiano no estado e atrair seguidores do Brasil inteiro. “O Acre é o centro do mundo, eles que não sabem ainda”, brinca.
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✍️ Eliton Muniz – Caboco das Manchetes
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