O governo do Acre, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), entregou nesta quarta-feira, 25, a Sala Memória, em Porto Acre. O espaço já passou por várias reformas desde que foi aberto, no fim de 1980, mas desta vez foi preciso revitalizar toda a parte física, mantendo as características originais que acolhem um acervo histórico com mais de três mil peças e artefatos catalogados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Construída no local no fim de 1940, a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré sediou eventos religiosos da cidade até meados de 1980. A partir de então, a comunidade decidiu que a igrejinha seria transformada em sala de memória, abrigando documentos, fotografias e objetos históricos referentes aos conflitos da Revolução Acreana e ao cotidiano dos moradores de Porto Acre.
“Estamos muito satisfeitos em devolver não só para a população de Porto Acre, mas também para todos aqueles que desejam conhecer mais a nossa história, a Sala Memória, que conta a história dos diversos períodos do Acre. Temos muito orgulho de cumprir essa determinação do governador Gladson Cameli de revitalizar esses locais tão importantes para a valorização do nosso povo. Isso reflete o nosso respeito à identidade e à cultura da nossa população”, enfatizou o presidente da FEM, Minoru Kinpara.
Artur Sena, o “guardião de Porto Acre”
O grande homenageado do dia foi o servidor público aposentado Artur Sena, primeiro coordenador da Sala Memória de Porto Acre, responsável pela coleta da maioria dos objetos históricos que estão no local.
Hoje com 81 anos, Artur Sena lembra que quando assumiu a missão havia apenas 53 peças no espaço e teve a ideia de estimular a população a doar o que tinha em casa, por meio de sorteio de eletrodomésticos. Dessa forma, em apenas uma das campanhas de arrecadação, conseguiu coletar 400 artefatos, que passaram a fazer parte do acervo.
“Tivemos que dar um incentivo para que as pessoas trouxessem os objetos históricos. Pedimos apoio do comércio, para doar os produtos, e fazíamos os sorteios. Se [a pessoa] trouxesse duas peças, ganhava dois cupons do sorteio. Era difícil convencer as pessoas, mas, após duas décadas de trabalho, consegui deixar aqui mais de 800 peças catalogadas pelo Iphan”, celebra.
Filha de seu Artur e titular da Secretaria Municipal de Planejamento, Esporte e Lazer e de Finanças de Porto Acre, Vânia Cláudia de Souza agradeceu ao governador Gladson Cameli e ao presidente da FEM pela homenagem ao pai, o “guardião de Porto Acre”, em suas palavras.
“Em nome da minha família, quero agradecer por todo esse carinho. Sabemos como isso é importante para ele e o quanto lutou, ao longo de 20 anos, para fortalecer esse espaço de memória. A felicidade dele é a preservação desse local e ficamos muito emocionados com o respeito e a admiração de todos”, disse.
Além de Vânia Cláudia, que representou o prefeito Bené Damasceno, e de Artur Sena, integraram o dispositivo de honra da solenidade o presidente da FEM, Minoru Kinpara; a superintendente substituta do Iphan no Acre, Antônia Barbosa; e Lérida Nascimento.
A Sala Memória é aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h. Para visitação nos fins de semana é preciso fazer agendamento.
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