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Abertura do Festival Transamazônico de Cinema LGBTQIAPN+ celebra diversidade e marca noite de resistência

Unindo o amor pela sétima arte e a celebração da pluralidade da sociedade acreana, na noite desta terça-feira, 25, foi realizada a abertura do Festival Transamazônico de Cinema LGBTQIAPN+, em Rio Branco. Em sua terceira edição, o evento oferece uma programação presencial e inteiramente gratuita, democratizando o acesso à cultura com exibições de curtas, longas-metragens e oficinas.

Exibição de filmes e curtas LGBTQIAPN+ chamou atenção de membros da comunidade e simpatizantes. Foto: Ingrid Kelly/Secom

No Cine Teatro Recreio, foram reunidos apreciadores de cinema, ativistas de direitos humanos e autoridades comprometidas com o progresso na luta pela igualdade no Acre, celebrando o movimento coletivo e apreciando produções que retratam vivências plurais e estimulam reflexões sociais.

Festival Transamazônico está sendo realizado no Cine Teatro Recreio até quinta-feira, 27. Foto: Ingrid Kelly/Secom

O produtor cultural Moisés Alencastro é o principal idealizador do evento e compartilhou sua impressão sobre a importância do projeto: “Sou um amante de cinema e enxerguei no festival a oportunidade de criar um espaço de troca. Mais do que assistir a filmes, buscamos abrir diálogos e ampliar vozes”.

“Estou muito feliz, essa é a realização de um sonho. Não é fácil trabalhar com cultura, mas é extremamente recompensante”, exalta Moisés Alencastro. Foto: Ingrid Kelly/Secom

Alencastro destacou ainda a importância da ocupação de espaços por meio da arte: “Em nosso país, os direitos da população LGBTQIAPN+ são constantemente atacados e o festival é uma ferramenta de resistência e visibilidade, com o poder de contar as nossas histórias e nos expressar. O cinema tem o poder de dar luz para pessoas que estão na escuridão do preconceito”.

Representando o governo do Acre, o chefe da Divisão de Promoção dos Direitos das Pessoas LGBTI+ da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), Germano Marino, prestigiou a solenidade e afirmou: “Esse festival está de parabéns, por ser um exemplo de luta e de resistência. Atividades como esta afirmam o nosso lugar na sociedade e ajudam a enfrentar os preconceitos que adoecem a nossa sociedade”.

Representando o governo do Acre, Germano Marino apoiou a realização do festival frente à sua importância. Foto: Ingrid Kelly/Secom

Além da SEASDH, o governo do Acre atua como aliado da causa, promovendo as ações com o apoio da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) e da Fundação Elias Mansour (FEM) e contribuindo com a divulgação, mobilização do público e cessão do espaço.

O Festival Transamazônico é um projeto aprovado pela Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), que representa o maior investimento direto já realizado no setor cultural do Brasil, destinando R$ 3,8 bilhões para a execução de ações e projetos culturais em todo o território nacional.

Sessão de estreia

No primeiro dia de festival, foi realizada uma sessão extra com os curtas Serei a Descartada, Seus Lábios, Lembrar que a Dor não é o Único Jeito de Existir e Quebramar, que abordaram temas pungentes para a comunidade, como identidade, laços familiares e amor.

Com predominância de histórias nortistas, curtas apresentados no primeiro dia se aprofundaram em assuntos recorrentes na vivência de pessoas LGBTQIAPN+. Foto: Ingrid Kelly/Secom

Após a cerimônia de abertura, a exibição seguiu com o curta acreano O Nome, dirigido por Rose Farias. Trabalhando com cultura há mais de 20 anos, essa é a estreia de Rose na direção de um produto audiovisual. “Sempre escrevi sobre histórias e dessa vez quis ir além, mostrando na tela grande a relação de duas pessoas trans com seus respectivos processos de retificação, de maneira contemplativa, sob o olhar das mães”, relatou.

No curta O Nome, Rose Farias aborda a questão do nome de pessoas transsexuais pela visão humanizada das mães dos personagens. Foto: Ingrid Kelly/Secom

O Nome adentra a vida de Rubby Rodrigues e Murilo Augusto Farias de forma sensível, vislumbrando suas dinâmicas familiares e dedicando um aceno a vidas que deixaram para trás, ao conquistarem os seus verdadeiros nomes, abordando de maneira tenra uma das principais reivindicações de pessoas transsexuais. 

Murilo Farias é acadêmico de geografia na Universidade Federal do Acre e esteve presente no lançamento do curta em Rio Branco, quando agradeceu o olhar dedicado da diretora: “É muito gratificante ver o cuidado ao contar a minha história, principalmente pela participação da minha mãe. A família é a base da minha vida e ver isso em tela é emocionante”.

Para o futuro, Rose está preparando dois projetos, um deles intitulado Ela/Dela, atualmente em processo de montagem, em que também aborda a narrativa transsexual. O segundo está em busca de financiamento e se chama As Combatentes, que discorre sobre a jornada invisibilizada de três mulheres que tiveram papel fundamental durante a Revolução Acreana.

Murilo Farias define como “emocionante” a participação de sua mãe no curta O Nome. Foto: Ingrid Kelly/Secom

O longa-metragem Paloma foi o responsável por fechar a primeira noite de exibições do festival. Lançado em 2022 e dirigido por Marcelo Gomes, o drama é protagonizado por Kika Sena e conta a história de uma mulher transexual, produtora rural, que sonha em casar na igreja com seu namorado, mas enfrenta resistência da igreja e da sociedade local. 

Noite de abertura também contou com uma performance musical da cantora Saliza. Foto: Ingrid Kelly/Secom

Na quarta-feira, 26, e quinta, 27, o festival continua com uma seleção diversificada de produções que exploram diferentes perspectivas da vivência LGBTQIAPN+. A programação completa inclui curtas, longas-metragens e performances a partir das 16 horas no Cine Teatro Recreio.

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