Os primeiros dias de 2025 trouxeram mais um capítulo de violência contra os Avá-Guarani no oeste do Paraná. Um ataque de pistoleiros na aldeia Yvy Okaju, localizada na Terra Indígena (TI) Tekoha Guasu Guavirá – a 643 km de Curitiba, capital do Paraná – feriu duas crianças e dois jovens. A TI foi identificada e delimitada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2018, mas a demarcação está paralisada desde 2020 devido a disputas judiciais. As vítimas identificadas como Matidiel Velasque, 7, e Élder Benites, 14, se recuperam em casa. Doroteu Martines Jara, 25, ficou paraplégico e Elísio Galeano, 28, baleado no rosto, continua hospitalizado. “Não nos sentimos seguros dentro da nossa aldeia. Várias vezes fico acordado a noite inteira, não quero morrer dentro da minha casa”, relata o cacique da comunidade, que pediu anonimato. “Eu tenho duas crianças e uma esposa grávida. Para onde vou correr?” O medo é constante. O cacique conta que os moradores vivem um dia de cada vez, sem saber se estarão vivos na manhã seguinte. A insegurança se intensificou desde o final de 2023, quando a aldeia realizou algumas retomadas e ampliações de território. Nesse período, 12 indígenas foram alvejados e ainda carregam cicatrizes e projéteis no corpo. A maioria das vítimas continua com os projéteis no corpo. Foto: Mayala Fernandes Vilma Rios, liderança da aldeia, conta que, desde então, os moradores têm presenciado pessoas rondando as casas enquanto ameaças de novos ataques persistem: “Minhas duas filhas pequenas não conseguem dormir. Elas falam:…This article was originally published on Mongabay
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Cercados pelo medo, Avá-Guarani enfrentam ataques no oeste do Paraná
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