sexta-feira, 5 dezembro, 2025

Soja e milho recuam em Chicago mesmo com redução nas estimativas de safra dos EUA

Por mais um mês, as estimativas de oferta do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) jogaram um “balde de água fria” nos investidores na bolsa de Chicago. Eles esperavam ajustes agressivos nas produções de soja e milho dos EUA, o que não ocorreu. O resultado foi queda para as cotações na bolsa, com destaque para o milho. Os papéis para dezembro tiveram baixa de 2,55% nesta sexta-feira (14/11), a US$ 4,3025 o bushel.
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Hoje, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu para 425,53 milhões de toneladas a previsão para colheita de milho no país em 2025/26. Houve queda de quase 2 milhões de toneladas que o calculado no último relatório, divulgado em setembro. Ainda que o número indicasse aperto na oferta, ele ficou bem acima das projeções de analistas de mercado, que esperavam um ajuste para 419,12 milhões de toneladas.
“A safra de milho foi muito boa neste ano, mas parece que muita gente se esqueceu disso. Talvez a gente possa ver novos ajustes na safra americana, mas não para perto das 410 milhões de toneladas como alguns estavam prevendo”, afirma Ismael Menezes, sócio da MD Commodities.
Ele enxerga um quadro de preços mais baixos para o milho em Chicago. Um recuo que só não é maior devido ao aumento das exportações nos EUA. O USDA elevou em 3,4% sua estimativa para vendas externas de milho no país, que devem atingir 78,11 milhões de toneladas.
Soja
A soja também registrou queda na bolsa impactada pelas novas projeções de oferta e demanda. Os lotes da oleaginosa para janeiro recuaram 1,96%, a US$ 11,2450 o bushel.
A grande expectativa do mercado estava nos números para a safra de soja dos EUA, mas os dados ficaram aquém das apostas, favorecendo a queda das cotações. O USDA cortou em 1,1% a projeção para a safra americana, que deverá atingir 115,75 milhões de toneladas. Analistas de mercado acreditavam que esse número seria de 114,31 milhões.
Ismael Menezes, da MD Commodities, pontua que o ajuste não surpreendeu os números da consultoria, que já esperavam cortes mais tímidos nas estimativas. Para ele, no entanto, o departamento precisa mexer nas projeções para as exportações de soja americanas. Hoje, o USDA reduziu em 3% a previsão para os embarques no país, que devem chegar a 44,5 milhões de toneladas.
“Considerando a janela principal de exportação dos EUA, que vai de outubro a janeiro, a alta nos preços no mercado americano e o aumento das exportações da Argentina, o USDA precisa diminuir ainda mais essa previsão para as exportações” nos próximos relatórios, afirma Menezes.
Na avaliação de Vlamir Brandalizze, consultor independente de mercado, o levantamento do USDA deste mês pode ter sido prejudicado pela paralisação dos servidores públicos dos Estados Unidos, e por isso os ajustes esperados por parte do mercado não aconteceram.
Ao falar sobre tendência de preços, Menezes avalia que a soja não está “respeitando os fundamentos de mercado”, que indica boa oferta neste momento e fraca demanda pela soja dos EUA. “Se for considerar o fundamento de mercado, era para esse preço estar na faixa dos US$ 10 e US$ 10,50, olhando também para a condição de clima favorável que temos na América do Sul”, diz o analista da MD.
Trigo
O trigo se desvalorizou na bolsa de Chicago, pressionado pela manutenção do sentimento de ampla oferta no mundo. Os lotes do cereal para março de 2026 caíram 1,95%, com o valor de US$ 5,4150 o bushel.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos elevou sua estimativa de produção mundial de trigo na safra 2025/26 para 828,89 milhões de toneladas, acima das 816,2 milhões estimadas em setembro, puxados por revisões positivas em diversos grandes exportadores, como Cazaquistão, Argentina, União Europeia, Estados Unidos, Austrália, Rússia e Canadá.
Para os números dos Estados Unidos, que geralmente têm um peso maior sobre o mercado, o USDA elevou de 52,45 milhões para 54,01 milhões de toneladas sua projeção de colheita em 2025/26.

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