A previsão para sábado, 27 de setembro de 2025, em Rio Branco, é de um dia tipicamente quente para o período de transição na Amazônia.
O dia deve ser marcado por sol forte e altas temperaturas, características do fim do período de menor volume de chuvas na Amazônia Ocidental.
O Clima do Acre em Setembro: Transição e Calor
O estado do Acre, situado na Amazônia Ocidental, possui um clima Equatorial Quente e Úmido (classificação Am), que se caracteriza por ter temperaturas elevadas e alta umidade durante todo o ano, com médias que oscilam entre e .
Setembro é um mês crucial de transição entre a estação seca (que ocorre geralmente entre maio e setembro) e a estação chuvosa (que se intensifica a partir de outubro).
1. Temperaturas Elevadas
Historicamente, setembro e o início de outubro são os períodos mais quentes do ano no Acre:
- Médias Máximas: As temperaturas máximas diárias médias ficam consistentemente acima de . Raramente caem abaixo de , e podem facilmente ultrapassar os ou nos dias de pico de calor.
- A “Culminação do Calor”: O final do período seco concentra a maior radiação solar e menor nebulosidade, permitindo o intenso aquecimento da superfície e do ar, antes que as chuvas mais frequentes de outubro comecem a refrescar a atmosfera.
2. Aumento da Umidade e das Chuvas
Apesar de ainda estar na transição, a precipitação começa a aumentar em setembro, indicando o fim da estiagem:
- Precipitação: A média móvel de chuvas em Rio Branco aumenta rapidamente ao longo de setembro, começando o mês com cerca de 54 milímetros e terminando com cerca de 100 milímetros. Isso é um sinal claro de que a estação chuvosa (o “inverno amazônico”) está prestes a começar, tipicamente a partir de outubro.
- Instabilidade: A umidade trazida pela Massa Equatorial Continental (mEc) e o calor acumulado criam condições para o desenvolvimento de pancadas de chuva e temporais isolados no final da tarde, especialmente na segunda metade do mês, como o previsto para o domingo seguinte, 28 de setembro de 2025.
Fatores Climáticos de Influência
O tempo no Acre é regido pela dinâmica da circulação atmosférica na América do Sul, destacando-se dois fenômenos principais:
1. A Massa Polar Atlântica e a “Friagem”
Um fenômeno exclusivo da região, que contrasta com o calor equatorial, é a “friagem”.
- O que é: É o avanço de massas de Ar Polar Atlântico (mPa) frias e úmidas, originadas perto da Patagônia. Essas massas de ar conseguem penetrar profundamente no continente, seguindo as planícies e depressões do interior da América do Sul (como o corredor do Pantanal e o Vale do Rio Paraná/Paraguai), alcançando a Amazônia Ocidental.
- Efeito: Ocorre uma queda brusca de temperatura, que pode derrubar as mínimas para menos de , o que é considerado frio intenso para a região.
- Setembro/Outubro: Embora as friagens sejam mais comuns no auge do inverno (junho e julho), elas podem ocorrer na transição, mas são menos prováveis no final de setembro, que é o período mais quente. A previsão para 27/09/2025 não indica friagem.
2. Influência do El Niño e La Niña
O clima global também afeta o Acre através do ciclo El Niño-Oscilação Sul (ENOS), que impacta a região de maneiras opostas:
- El Niño: O aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial (El Niño) geralmente causa redução das chuvas e, consequentemente, o aumento das temperaturas na porção sul e oeste da Amazônia, incluindo o Acre. Isso intensifica a estiagem.
- La Niña: O resfriamento anormal das águas (La Niña) tende a causar o aumento das chuvas na Amazônia, resultando em cheias mais severas nos rios e menor risco de secas extremas.
Portanto, a previsão de um sábado muito quente e com baixa precipitação (27/09/2025) reflete as características climáticas médias de setembro no Acre, onde o calor domina antes da chegada efetiva da estação chuvosa. A tendência para o final de setembro, com a proximidade do equinócio da primavera (22 de setembro), é de um aumento gradual na instabilidade, com tempestades de verão tornando-se mais frequentes.
Previsões de longo prazo, como esta para 2025, são baseadas em modelos climáticos e tendências históricas, e devem ser consideradas apenas como uma indicação, pois o tempo pode mudar. Para viagens ou planos específicos, a consulta a previsões com menor antecedência é sempre mais precisa.




