Operações da Polícia Civil em Rio Branco, entre 27 e 28 de agosto, resultaram na prisão de suspeitos de feminicídio e de ataques a motoristas de aplicativo, acendendo alerta sobre a escalada da violência no Acre.
A Polícia Civil do Acre prendeu, entre os dias 27 e 28 de agosto, suspeitos de envolvimento em feminicídio e em uma série de assaltos contra motoristas de aplicativo em Rio Branco. As ações fazem parte de operações distintas, mas que apontam para a mesma preocupação: o avanço da violência contra mulheres e a crescente insegurança no setor de transporte por aplicativos.
O que aconteceu
Segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), um dos detidos é apontado como principal suspeito de feminicídio registrado no início do mês. O crime teria ocorrido em circunstâncias que ainda são mantidas sob investigação, mas que envolvem violência doméstica e reincidência de agressões anteriores.
Paralelamente, equipes da Delegacia de Combate a Roubos e Extorsões (DCORE) prenderam dois homens suspeitos de integrarem uma quadrilha responsável por ataques a motoristas de aplicativo. O grupo, de acordo com a investigação, atraía os profissionais com chamadas falsas para áreas de risco, onde rendia as vítimas, roubava os veículos e, em alguns casos, os deixava amarrados em matas próximas.
Por que importa
Os dois casos revelam fragilidades que atingem diretamente a vida dos acreanos.
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Feminicídio: o Acre tem uma das taxas mais altas do país de violência contra mulheres. Cada prisão é um passo, mas também é um lembrete de que a prevenção ainda falha.
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Assaltos a motoristas de app: a categoria é uma das mais expostas à criminalidade urbana. Sem políticas de segurança efetivas, cada corrida pode se transformar em risco de morte.
Essas prisões mostram que a Polícia Civil atua, mas também levantam a pergunta que ecoa nas ruas: até quando a repressão isolada será suficiente sem prevenção de fato?
Repercussão
Coletivos de mulheres reforçaram a necessidade de medidas protetivas mais rápidas e de campanhas permanentes de conscientização. Já motoristas de aplicativo relataram em grupos de mensagens que “a cada semana tem alguém que sofre assalto”, pedindo maior presença policial em áreas periféricas e integração dos aplicativos com a segurança pública.
“É um alívio ver prisões, mas amanhã ou depois tem mais. A gente roda com medo”, disse um motorista de 34 anos que preferiu não se identificar.
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Contexto histórico
O Acre tem registrado nos últimos anos uma escalada de crimes ligados a facções, que muitas vezes usam delitos “comuns” — como assaltos a motoristas e violência contra mulheres — para manter o controle em bairros vulneráveis. Feminicídios também cresceram em paralelo ao aumento de registros de medidas protetivas descumpridas.
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Segundo dados do Observatório de Violência de Gênero do Acre, 7 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado apenas no primeiro semestre de 2025. Já a categoria de motoristas de aplicativo contabiliza dezenas de boletins de ocorrência de assaltos, com casos de violência física e psicológica.
Próximos passos
A Polícia Civil informou que os suspeitos estão sendo ouvidos e devem ser indiciados nos próximos dias. No caso do feminicídio, o inquérito deve ser concluído ainda nesta semana. Já os envolvidos nos assaltos a motoristas de aplicativo podem responder por roubo majorado, sequestro-relâmpago e associação criminosa.
A expectativa é que o Ministério Público do Acre (MPAC) apresente denúncia formal em breve, enquanto as categorias afetadas aguardam medidas que ultrapassem a repressão e cheguem à prevenção real.
Conclusão — Segurança em xeque
As prisões são importantes, mas não encerram o debate. Enquanto o Acre continuar convivendo com estatísticas altas de feminicídios e crimes contra trabalhadores que movimentam a economia digital, o medo seguirá dirigindo a rotina das famílias e profissionais.
É hora de pensar em integração: polícia, aplicativos, poder público e sociedade. Só assim será possível transformar manchetes de prisões em manchetes de redução da violência.
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✍️ Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
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