Coluna do Ton
DREX: a moeda digital do Banco Central que promete futuro, mas entrega controle
O Banco Central jurou que está trazendo o futuro para sua carteira digital. O nome da criança é DREX, estreia marcada para 2026. Parece coisa de ficção científica, mas a essência é bem terrena: controle.
Vamos por partes. O PIX foi o coelho que saiu da cartola — rápido, prático e gratuito. Virou o queridinho do povo. Já o Bitcoin e suas primas criptográficas nasceram rebeldes, descentralizados, fora das garras de governo. O DREX? Nada disso. Ele é um real digital, mas com uma diferença crucial: toda transação vai passar pelo Banco Central. Não tem blockchain, não tem anonimato, não tem mistério. É dinheiro com coleira.
E aqui está o pulo do gato: se com o PIX você só transfere, com o DREX você entrega a chave de casa. Cada compra, cada cafezinho, cada pinga no boteco vai estar registrada nos cofres digitais da autoridade monetária. Transparência? Talvez. Fiscalização? Com certeza.
Não é à toa que já tem gente pulando fora do barco. Um engenheiro que trabalhava no projeto resumiu bem: “O DREX não é o dinheiro do futuro, é a preservação do passado e do controle”. Tradução: é mais fácil rastrear você do que reformar o Estado brasileiro.
O Brasil, que nunca conseguiu nem digitalizar de forma decente o prontuário médico, agora promete gerenciar a vida financeira de 200 milhões de pessoas no detalhe. Ingenuidade acreditar que isso é só modernidade. No jogo do poder, dados valem mais que ouro — e o DREX é o mapa do tesouro.
No fim, o Banco Central pode vender como revolução, mas a cara é de vigilância com verniz high-tech. O futuro? Talvez seja digital. Mas a lógica é velha: quem controla o dinheiro, controla você.
✍️ Coluna do Ton
A política e a economia do Acre sem retoque: ironia, crítica e verdades que incomodam.
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