A população de Marechal Thaumaturgo, município isolado do Acre e banhado pelo Rio Amônia, está prestes a vivenciar uma transformação significativa em sua mobilidade. O Deracre (Departamento de Estradas de Rodagem do Acre) iniciou nesta semana a construção do terceiro pilar da passarela que ligará as margens do rio, conectando bairros distantes ao centro administrativo da cidade.
A obra, considerada uma das mais simbólicas da atual gestão municipal, visa garantir acesso seguro para pedestres, sobretudo crianças e idosos que atualmente dependem de canoas ou balsas improvisadas para atravessar o rio. O investimento total supera os R$ 2 milhões e é financiado com recursos do governo estadual e emendas parlamentares. A entrega final está prevista para dezembro de 2025.
Durante anos, os moradores de bairros como Triunfo, Foz do Breu e comunidades indígenas da margem oposta enfrentaram grandes dificuldades de deslocamento, especialmente no período chuvoso. O professor Jaime da Silva, que dá aulas em uma escola ribeirinha, relata: “Teve dia em que a correnteza levou a canoa. É um risco diário. Com essa passarela, a vida da gente muda.”
A estrutura da passarela será metálica, com cerca de 100 metros de extensão e piso antiderrapante, adequada ao fluxo de pedestres e cadeirantes. O projeto também contempla iluminação pública, corrimãos e sinalização de segurança. Técnicos do Deracre acompanham as etapas da obra de perto, garantindo que o cronograma siga dentro do prazo.
A prefeitura municipal comemorou o avanço como um marco histórico. “Marechal sempre foi deixado de lado nas grandes obras. Agora temos visibilidade. Essa passarela é dignidade”, afirmou o prefeito Valdelio Furtado, que destacou ainda o impacto da estrutura no escoamento de produtos da agricultura familiar e no acesso aos serviços de saúde.
Entidades locais como a Associação de Moradores de Foz do Breu e o Conselho Municipal de Educação também comemoraram. “Facilita tudo: da criança que vai à escola até o idoso que vai ao hospital. Sem contar que evita acidentes com embarcações lotadas”, pontuou Maria Rita, presidente da associação.
Apesar dos avanços, há alertas sobre a manutenção da obra após a inauguração. Técnicos do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) solicitaram medidas para evitar impacto ambiental nas margens, como o uso de esteios elevados e contenção do barranco. O Deracre informou que todas as licenças estão em dia e que o projeto prevê mitigação ambiental.
A obra está sendo documentada semanalmente nas redes sociais da prefeitura, com fotos dos avanços e entrevistas com moradores. O engajamento da população é alto: muitos voluntários têm ajudado na limpeza da área ao redor da construção e na logística dos operários.
A passarela do Amônia, como já é chamada entre os moradores, representa mais do que uma travessia física. É a ponte entre o isolamento histórico de Marechal Thaumaturgo e uma nova fase de conectividade, dignidade e segurança urbana.
Eliton Lobato Muniz – Cidade AC News – Rio Branco – Acre
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