Comitê da Rua: a política da invisibilidade social?
Na segunda-feira, 21 de julho, a Prefeitura de Rio Branco anunciou a criação do Comitê Gestor para Políticas Públicas voltadas à população em situação de rua. A fala foi técnica, a mesa repleta de autoridades e o discurso envolvente. Mas na prática, a dúvida persiste: será mais um grupo de trabalho que termina em ata ou um ponto de virada para centenas que dormem nas calçadas da Capital?
A proposta envolve articulação entre secretarias municipais, Defensoria Pública e outras instituições. O desafio é transformar isso em ações concretas, pois o histórico acreano é cheio de planos que ficaram em papel timbrado e nunca chegaram à rua. A realidade hoje é visível a olho nu: marquises com colchões improvisados, praças que viram dormitório e uma cidade que finge não ver.
Sem orçamento claro e sem metas divulgadas, o Comitê corre o risco de se tornar apenas um escudo institucional — um discurso bonito pra uma tragédia social crônica. E o que a rua quer, afinal? Não é reunião, é dignidade.
Assinado por Eliton Lobato Muniz – Cidade AC News – Rio Branco – Acre





