A Secretaria de Educação, Cultura e Esportes do Acre anunciou nesta segunda-feira (21) a
abertura de 100 vagas remanescentes para cursos gratuitos na Escola de Musica do Acre (Emac), reacendendo a discussão sobre o papel do Estado no incentivo a formação artística.
As oportunidades contemplam cursos básicos e intermediários de violão, teclado, técnica vocal, musicalização infantil, entre outros, destinados a alunos de diferentes faixas etárias. As inscrições, que seguem ate a próxima sexta-feira, podem ser feitas presencialmente na sede da escola, localizada no centro de Rio Branco. A iniciativa ocorre em um contexto de crescente demanda por acesso a cultura e atividades extracurriculares de qualidade, especialmente entre jovens de baixa renda.
Para muitos estudantes, trata-se da única porta de entrada ao universo musical, uma vez
que escolas regulares ainda não incorporam, de forma estruturada, o ensino de musica no
currículo. Segundo o coordenador da Emac, professor Anderson Souza, a reabertura dessas vagas e resultado de uma reorganização interna que permitiu redirecionar recursos humanos e logísticos. ‘Mesmo com orçamento apertado, conseguimos criar brechas para incluir mais alunos e cumprir nosso papel social’, afirmou.
A Emac e referencia no Acre quando se trata de educação musical publica. Criada em 2003, a escola já formou centenas de jovens músicos que hoje atuam profissionalmente ou seguem seus estudos em instituições superiores fora do estado. A estrutura conta com salas climatizadas, instrumentos próprios e instrutores capacitados. De acordo com
dados da SEE, mais de 1.200 pessoas já passaram pela Emac nos últimos cinco anos.
No entanto, apenas cerca de 15% dos inscritos concluem os cursos, o que indica gargalos como evasão, dificuldades de locomoção e falta de apoio familiar. Para tentar reverter esse cenário, o novo edital também prevê uma turma especial com aulas aos sábados e bolsas de apoio para alunos em situação de vulnerabilidade.
A medida e considerada estratégica, principalmente porque a taxa de desistência entre adolescentes do ensino médio e duas vezes maior do que entre crianças do fundamental. A reabertura das vagas também mobilizou artistas locais, que passaram a divulgar a oportunidade em redes sociais e espaços culturais.
O maestro Daniel Freitas, da Orquestra Jovem do Acre, destacou que a escola e um celeiro de talentos. ‘Muitos dos meus alunos começaram na Emac. E onde a musica deixa de ser sonho e vira caminho’, declarou. A iniciativa da Emac e, portanto, mais do que uma abertura de vagas: e um ato politico em defesa da educação integral, da inclusão cultural e da valorização da arte como ferramenta de transformação social.
Em um estado onde as estatísticas de evasão escolar preocupam e a oferta de lazer educativo ainda e escassa, a manutenção e expansão de espaços como a Emac se tornam pilares para uma juventude mais engajada, criativa e protegida da marginalização.





