Talvez seja porque, com o tempo, eu percebi que a vida não cabe num story de 15 segundos.
Nem num feed em ordem cromática.
Nem numa frase bonita seguida de uma selfie em boa luz.
Posto pouco porque aprendi a gostar do silêncio.
E a desconfiar da pressa de compartilhar tudo.
Tem coisa que a gente vive pra entender — não pra mostrar.
Já fui de querer que todo mundo visse.
Hoje prefiro que quase ninguém saiba.
Não por medo, nem por vergonha.
Mas por respeito ao que é meu. Às minhas dores, aos meus processos, às minhas alegrias que não nasceram pra serem aplauso.
Posto pouco porque estou ocupado vivendo.
Porque descobri que tem coisa que amadurece melhor longe da exposição.
Porque a felicidade que precisa ser provada o tempo todo costuma estar no fio da ansiedade.
Também porque nem tudo que é íntimo precisa virar conteúdo.
E nem toda opinião precisa de plateia.
Às vezes, o que eu penso só interessa a mim — e isso é libertador.
Posto pouco porque entendi que minha identidade não está no que os outros veem, mas no que eu sustento quando ninguém está olhando.
E, sinceramente?
Não tenho tempo pra moldar personagem. Já tenho trabalho demais sendo eu.
Não é desinteresse.
É discernimento.
Não é ausência.
É presença — em mim mesmo.
Posto pouco…
Porque talvez esse seja meu jeito de dizer:
“Tô aqui. Só não tô disponível pra todo mundo.”





