quinta-feira, 29 maio, 2025
19.3 C
Rio Branco

Eleições Presidenciais: Lula lidera corrida para 2026 com alta rejeição entre eleitores

Presidente Lula

A corrida presidencial para 2026 já movimenta o cenário político brasileiro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece como protagonista em todas as simulações de primeiro e segundo turnos, segundo levantamentos recentes. Apesar de liderar com percentuais que variam entre 28% e 44% nas intenções de voto, o petista enfrenta um desafio significativo: uma rejeição que atinge 49% do eleitorado, a maior registrada em seu terceiro mandato. Esses números refletem a polarização persistente no país e apontam para uma disputa acirrada, especialmente contra nomes da oposição que ainda buscam consolidar apoio. A pesquisa Genial/Quaest, realizada no início de 2025, destaca a força de Lula entre eleitores do Nordeste e de baixa escolaridade, mas também expõe fragilidades em regiões como o Sul e entre evangélicos, onde a desaprovação ao seu governo é mais acentuada.

O levantamento traz um panorama complexo. Lula mantém vantagem em seis cenários de segundo turno, enfrentando adversários como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o cantor Gusttavo Lima, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), e os governadores Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil). No cenário mais competitivo, contra Gusttavo Lima, Lula alcança 41% contra 35% do cantor, que surpreende pelo alto reconhecimento nacional. A rejeição, no entanto, não se limita ao presidente. Nomes como Fernando Haddad (PT), com 56%, e Jair Bolsonaro (PL), com 53%, também enfrentam resistência significativa entre os eleitores, o que sugere um eleitorado dividido e insatisfeito com as opções atuais.

Além disso, a pesquisa aponta que a oposição enfrenta dificuldades para se unificar. Enquanto 49% dos entrevistados desaprovam o governo Lula, nenhum adversário conseguiu canalizar plenamente esse descontentamento. Tarcísio de Freitas, considerado um dos nomes mais fortes da direita, ainda é desconhecido por 45% do eleitorado, o que limita seu alcance nacional. Já figuras como Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, ligados ao bolsonarismo, enfrentam rejeições de 49% e 55%, respectivamente, dificultando a consolidação de um nome competitivo para 2026.

  • Cenários de segundo turno: Lula vence Tarcísio (43% x 34%), Gusttavo Lima (41% x 35%), Eduardo Bolsonaro (44% x 34%), Pablo Marçal (44% x 34%), Zema (45% x 28%) e Caiado (45% x 26%).
  • Rejeição elevada: Haddad lidera com 56%, seguido por Eduardo Bolsonaro (55%), Bolsonaro (53%), Ciro Gomes (52%) e Gusttavo Lima (50%).
  • Desconhecimento de candidatos: Caiado (68%), Zema (62%) e Ratinho Júnior (51%) ainda são pouco conhecidos nacionalmente.

Polarização marca o caminho para 2026

A polarização política, que marcou as eleições de 2022, continua a moldar o cenário para 2026. Lula, apesar da liderança nas pesquisas, enfrenta uma rejeição que cresceu ao longo de seu terceiro mandato. Em maio de 2024, o petista tinha 46,2% de aprovação e 49,6% de reprovação, números que se agravaram em levantamentos posteriores. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a desaprovação ao governo chegou a 58,1% em março de 2025, um aumento de 12 pontos em relação a setembro de 2024. Esse desgaste reflete insatisfações com temas como aumento de impostos, inflação e percepção de fracasso no combate à corrupção, apontados como os principais pontos negativos da gestão.

Por outro lado, a base de apoio de Lula permanece sólida em alguns segmentos. No Nordeste, o presidente alcança 50% das intenções de voto em cenários com múltiplos candidatos, impulsionado por programas sociais como o Bolsa Família, que recebe aprovação de 7,9% dos eleitores. Entre aqueles com ensino fundamental, o petista mantém 43,3% de apoio, um contraste com a rejeição de 51% entre eleitores com ensino superior. Essa divisão reflete não apenas preferências ideológicas, mas também desigualdades regionais e socioeconômicas que seguem influenciando o eleitorado brasileiro.

Desafios da oposição em consolidar um nome

A oposição, embora conte com a insatisfação de quase metade do eleitorado, enfrenta obstáculos para apresentar um candidato competitivo. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, é apontado como o nome mais promissor da direita, mas sua projeção nacional ainda é limitada. Com 13% das intenções de voto em um cenário de primeiro turno, ele fica atrás de Lula, que marca 28%. A falta de conhecimento sobre Tarcísio fora de São Paulo, onde apenas 23% dos eleitores dizem que votariam nele, é um entrave para sua candidatura. Além disso, a fragmentação da direita, com nomes como Gusttavo Lima e Pablo Marçal dividindo o eleitorado bolsonarista, dificulta a formação de uma frente unificada.

Outro fator que complica o cenário para a oposição é a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, condenado por abuso de poder político até 2030. Apesar disso, o ex-presidente mantém influência significativa, com 14% das menções espontâneas em pesquisas. Seus aliados, como Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro, não conseguem herdar integralmente seu capital político. Michelle, por exemplo, viu sua intenção de voto cair de 33% em maio de 2024 para 30,3% em julho do mesmo ano, enquanto Eduardo enfrenta rejeição elevada. Essa dispersão de apoio sugere que a direita precisará de uma estratégia clara para evitar uma divisão que beneficie Lula em 2026.

  • Fatores que limitam a oposição:
    • Fragmentação entre candidatos bolsonaristas e de direita moderada.
    • Alto índice de desconhecimento de governadores como Zema e Caiado.
    • Rejeição significativa a nomes como Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro.
    • Falta de um discurso unificado contra o governo Lula.

Cenários regionais e demográficos em foco

O desempenho de Lula varia significativamente entre regiões e grupos demográficos. No Nordeste, onde o PT historicamente tem forte apoio, o presidente lidera com folga, alcançando 44,9% contra 29% de Bolsonaro em um cenário hipotético. Já no Sul, a vantagem é da oposição, com Bolsonaro alcançando 50% contra 26,5% de Lula. No Sudeste, a disputa é mais equilibrada, mas a rejeição ao governo petista cresceu, especialmente em São Paulo, onde apenas 26% consideram a gestão de Lula ótima ou boa. Esses números indicam que a campanha de 2026 será marcada por estratégias regionais, com candidatos buscando consolidar bases em áreas onde já têm apoio consolidado.

Entre os evangélicos, um grupo que representa cerca de 30% do eleitorado, Lula enfrenta dificuldades. Apenas 41% desse segmento aprova o presidente, enquanto 51% o rejeita. Bolsonaro, por outro lado, mantém 50% das intenções de voto entre evangélicos, um reflexo de sua proximidade com lideranças religiosas durante seu mandato. Já entre católicos, Lula tem vantagem, com 38,6% contra 32,5% do ex-presidente. Esses recortes mostram que a religião continuará a desempenhar um papel central nas eleições, influenciando alianças e discursos de campanha.

Impacto da gestão Lula na percepção do eleitorado

A avaliação do governo Lula é um fator determinante para sua performance nas pesquisas. Em novembro de 2024, o presidente tinha 46,1% de aprovação e 51% de rejeição, números que refletem uma queda em relação ao início do mandato, quando a aprovação era de 54,3%. Entre os pontos positivos, eleitores destacam investimentos em programas sociais, como o Bolsa Família, e em educação pública, mencionada por 6,4% dos entrevistados. No entanto, críticas ao aumento de impostos (6,2%) e à inflação (4,4%) pesam contra a gestão, especialmente entre eleitores de maior renda e escolaridade.

Em regiões como o Rio de Janeiro, a desaprovação é ainda mais acentuada. Um levantamento de abril de 2025 mostrou que 60,4% dos fluminenses rejeitam o governo, com apenas 22,5% classificando a gestão como ótima ou boa. Esse cenário contrasta com o Nordeste, onde a aprovação permanece robusta. A capacidade de Lula de reverter essa percepção negativa será crucial para manter sua liderança nas intenções de voto, especialmente em estados-chave como São Paulo e Rio de Janeiro, que concentram grande parte do eleitorado.

Nomes emergentes e surpresas na disputa

A pesquisa Genial/Quaest trouxe uma surpresa ao incluir o cantor Gusttavo Lima como potencial candidato. Com 18% das intenções de voto em um cenário de primeiro turno, o sertanejo aparece como uma figura competitiva, beneficiado por seu alto reconhecimento nacional, que atinge quase 80% dos eleitores. Sua rejeição, no entanto, é de 50%, o que indica que sua popularidade como artista não se converte automaticamente em apoio político. A inclusão de Lima reflete a busca por nomes fora da política tradicional, um fenômeno que ganhou força com a ascensão de figuras como Pablo Marçal, que marca 11% nas pesquisas.

Outros nomes testados, como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), aparecem com percentuais menores, mas ainda relevantes. Ciro, com 9% a 10% das intenções de voto, mantém uma base fiel, mas enfrenta rejeição de 52%. Tebet, por sua vez, oscila entre 4% e 8%, dependendo do cenário, e é vista como uma opção de centro que pode atrair eleitores descontentes com a polarização. A presença desses candidatos sugere que o centro político ainda busca espaço em uma disputa dominada por Lula e pela direita bolsonarista.

  • Nomes em ascensão para 2026:
    • Gusttavo Lima: 18% em primeiro turno, mas com 50% de rejeição.
    • Pablo Marçal: 11% das intenções, com 42% de rejeição.
    • Tarcísio de Freitas: 13% em primeiro turno, mas desconhecido por 45%.
    • Ciro Gomes: 9% a 10%, com rejeição de 52%.

Calendário político até 2026

O caminho até as eleições de 2026 será marcado por eventos que podem alterar o cenário atual. Governadores como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema e Ronaldo Caiado, que desejem concorrer à Presidência, precisam renunciar aos cargos até abril de 2026, conforme determina a legislação eleitoral. Esse prazo será decisivo para definir quais nomes da oposição estarão na disputa. Além disso, a evolução da situação jurídica de Jair Bolsonaro, que tenta reverter sua inelegibilidade no Supremo Tribunal Federal, pode impactar a estratégia da direita.

  • Datas-chave para 2026:
    • Abril de 2026: Prazo para renúncia de governadores candidatos.
    • Julho de 2026: Início oficial das convenções partidárias.
    • Outubro de 2026: Primeiro turno das eleições presidenciais.
    • Novembro de 2026: Segundo turno, se necessário.

Perspectivas para a campanha presidencial

À medida que 2026 se aproxima, a campanha presidencial promete ser uma das mais disputadas da história recente. Lula, com sua experiência política e base consolidada, mantém a dianteira, mas a alta rejeição exige ajustes na comunicação e na gestão para reconquistar eleitores descontentes. A oposição, por sua vez, enfrenta o desafio de superar a fragmentação e apresentar um candidato capaz de unificar o eleitorado antipetista. Nomes como Tarcísio de Freitas e Gusttavo Lima, embora promissores, ainda precisam construir uma narrativa nacional que os coloque como alternativas viáveis.

A influência de Jair Bolsonaro, mesmo inelegível, continuará a moldar o cenário. Sua capacidade de transferir votos para aliados como Tarcísio ou Michelle Bolsonaro será testada, mas a rejeição a figuras associadas ao bolsonarismo pode limitar esse impacto. Enquanto isso, candidatos de centro, como Ciro Gomes e Simone Tebet, buscam ocupar o espaço deixado pela polarização, mas enfrentam dificuldades em um eleitorado dividido entre extremos. A combinação de rejeição elevada, polarização e novos nomes na disputa sugere que a eleição de 2026 será definida tanto pela capacidade de mobilização quanto pela habilidade de superar resistências no eleitorado.

Mais Lidas

Zé Felipe diz que se separou de Virginia antes de briga e pede fim de ataques

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Mais uma vez, Zé...

Famosos que enfrentaram doenças graves em segredo

Embora figuras públicas vivam constantemente sob os holofotes, muitas...

Mercado financeiro pressiona Hugo Motta para anular aumento do IOF

A pressão do mercado financeiro sobre o presidente da...

Estêvão projeta duelo contra Messi

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Estêvão concedeu uma coletiva...

Contas do Governo Lula têm melhor abril em três anos

Num mês tradicionalmente de forte entrada de receitas no...

Últimas Notícias

Categorias populares

  • https://wms5.webradios.com.br:18904/8904
  • - ao vivo