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Estrangeiro é agredido em bloco do Rio por suástica tatuada

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um estrangeiro foi agredido e retirado de um bloco de Carnaval no Rio de Janeiro ontem à tarde por causa de uma suástica tatuada nas costas e por ter outras tatuagens nazistas espalhadas pelo corpo, segundo foliões.

 

O jornalista Rodolfo Gaioto, autor do registro, estava no bloco Marimbondo Não Respeita, no centro do Rio, quando viu o homem, que, segundo ele, tinha outras tatuagens. “Tirei a foto e o abordei, pedindo para que saísse. Ele tinha a suástica na nuca, o sol negro no braço direito, o SS no meio da testa e outro símbolo nazista no ombro direito.”

O estrangeiro foi agredido após ser expulso de bloco, segundo o folião. “Ele só falava: ‘I’m not nazi’ [não sou nazista, em inglês]. Em seguida, foi retirado com o auxílio de outras pessoas e acabou sendo agredido”, contou Rodolfo.

Procuradas pelo UOL, as polícias Militar e Civil disseram não ter registro da confusão. Também não há informações sobre os ferimentos sofridos pelo turista ou informações mais detalhadas sobre a sua origem, ainda que testemunhas tenham dito que se tratava de um norte-americano.

“Não tem como negar que é um símbolo nazista. É uma suástica com formato levemente incorreto, usada por ocidentais até para negar que é um símbolo neonazista. São os chamados ‘criptonazistas’ como forma de disfarce. Não é incomum ver pichações com suásticas feitas com o mesmo tipo de formato dessa tatuagem relacionadas ao nazismo nos anos 1990 e 2000”, disse o historiador Frank de Paula, envolvido em estudos sobre a extrema-direita no mundo e membro do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da UFRJ.

A Liga Anti-Difamação (entidade que combate o avanço do antissemitismo) explica que o símbolo do sol negro -composto por dois círculos concêntricos e raios que partem do círculo menor para o maior- é usado em diferentes versões por diversas culturas, como os nórdicos antigos e os celtas. Foi incorporado entre neonazistas, especialmente o Batalhão Azov, uma milícia neonazista. Ele costuma vir junto com uma suástica.

O sol negro estava presente em um dos salões do castelo de Wewelsburg, sede da SS (Schutzstaffel ou Esquadrão de Proteção), a polícia nazista. Depois que o livro ‘O Sol Negro de Tashi Lhunpo’ (1991), foi publicado, neonazistas de vários países passaram a usar como símbolo do ocultismo nazista, que alega conectar o nazismo a ‘saberes antigos secretos'”, explica a entidade.

Ostentar frase racista ou suástica pode se enquadrar na Lei do Racismo, mas cada caso precisa ser analisado isoladamente. O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia (GO), publicou um artigo em 2013 em que afirma que “tatuagem pode ser considerada crime dependendo da maneira como é feita, em quem é realizada e qual a intenção do uso no corpo da pessoa”.

Leia Também: Polícia prende homem com material nazista em Belo Horizonte

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