Trabalhadores com carteira assinada têm uma data marcada para receber os salários de março: até 7 de abril, uma segunda-feira. Esse prazo segue a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que, no artigo 459, determina o pagamento até o quinto dia útil de cada mês, excluindo sábados, domingos e feriados do cálculo. Em abril de 2025, o calendário apresenta peculiaridades que afetam a contagem, mas não alteram a data final para o depósito dos vencimentos. O mês começa em uma terça-feira, dia 1º, e segue com dias úteis até sexta-feira, dia 4. O sábado, dia 5, embora considerado dia útil pela legislação trabalhista, é seguido pelo domingo, dia 6, que não entra na conta. Assim, o quinto dia útil cai em 7 de abril, garantindo que empregadores tenham até essa data para cumprir suas obrigações. A Páscoa, celebrada em 20 de abril, e a Sexta-feira Santa, em 18 de abril, não interferem, pois ocorrem após o prazo. Já o feriado de Tiradentes, em 21 de abril, também não impacta, mantendo o cronograma intacto.
Para os empregadores, cumprir esse limite é essencial para evitar multas e ações trabalhistas. A CLT prevê penalidades como o pagamento em dobro do valor devido em caso de atraso, além de possíveis reclamações junto aos sindicatos ou ao Ministério do Trabalho. Dados recentes mostram que, em 2024, cerca de 15% das reclamações trabalhistas no Brasil estavam ligadas a atrasos salariais, um número que reforça a importância de respeitar o calendário.
Milhões de trabalhadores aguardam ansiosamente por esse dia, especialmente em um mês como abril, que traz feriados prolongados. Enquanto a Páscoa e Tiradentes oferecem descanso, o pagamento até o quinto dia útil assegura que as finanças estejam em ordem antes das comemorações. O próximo mês, maio, terá um ajuste por causa do Dia do Trabalhador, mas, por enquanto, o foco está em abril.
Entenda o cálculo dos dias úteis
O cálculo do quinto dia útil segue regras claras da CLT. Apenas os dias de expediente normal — de segunda a sexta-feira — são considerados, excluindo feriados nacionais. Em abril, os primeiros dias úteis são 1º, 2, 3, 4 e 7, com o sábado e o domingo fora da contagem oficial para esse fim.
A legislação trabalhista reconhece o sábado como dia útil, mas sua posição no calendário pode gerar dúvidas. Como o dia 5 é sábado, o prazo se estende ao dia útil seguinte, segunda-feira, dia 7, para facilitar o processamento bancário e o acesso dos trabalhadores aos valores.
Feriados que não mudam o prazo
A Páscoa de 2025, marcada para 20 de abril, cai em um domingo e não afeta os primeiros dias do mês. A Sexta-feira Santa, em 18 de abril, também fica fora do período crítico de pagamento, assim como o feriado de Tiradentes, em 21 de abril, que será uma segunda-feira.
Por que o prazo é importante
Cumprir o quinto dia útil é mais do que uma obrigação legal: é uma garantia de estabilidade financeira para os trabalhadores. Atrasos podem gerar multas de até 5% sobre o valor devido, além de juros, e comprometer a relação entre empresas e empregados.
O que diz a legislação trabalhista
A CLT estabelece que o pagamento deve ocorrer até o quinto dia útil do mês seguinte ao trabalhado. Para março de 2025, isso significa que os salários devem estar na conta até 7 de abril. O artigo 459 é claro: qualquer descumprimento pode levar a sanções, incluindo pagamento em dobro se o atraso for injustificado.
A regra vale para todos os trabalhadores com carteira assinada, sejam de empresas privadas ou públicas que seguem o regime celetista. Em 2024, cerca de 38 milhões de brasileiros estavam nesse regime, segundo o IBGE, o que mostra o alcance dessa determinação.
Impacto dos feriados em maio
Embora abril não sofra alterações por feriados, maio terá um ajuste. O Dia do Trabalhador, em 1º de maio, é uma quinta-feira e não conta como dia útil. Assim, o quinto dia útil de maio será 8 de maio, uma quinta-feira, adiando o pagamento em um dia em relação ao padrão.
Esse deslocamento é comum quando feriados caem no início do mês, exigindo planejamento das empresas. Empregadores que usam sistemas de folha de pagamento digitais já ajustam automaticamente essas datas, mas a atenção manual ainda é necessária em muitos casos.

Calendário anual de pagamentos
Confira os quintos dias úteis de 2025:
- Janeiro: 7 (terça-feira)
- Fevereiro: 6 (quinta-feira)
- Março: 7 (sexta-feira)
- Abril: 7 (segunda-feira)
- Maio: 8 (quinta-feira)
- Junho: 6 (sexta-feira)
- Julho: 7 (segunda-feira)
- Agosto: 7 (quinta-feira)
- Setembro: 5 (sexta-feira)
- Outubro: 7 (terça-feira)
- Novembro: 7 (sexta-feira)
- Dezembro: 5 (sexta-feira)
Como as empresas se preparam
Empresas de todos os tamanhos precisam planejar o fluxo de caixa para cumprir o prazo. Em abril, o dia 7 dá uma margem confortável após o fim de semana, mas a proximidade de feriados como Páscoa e Tiradentes exige organização para evitar atrasos nas transferências bancárias.
Muitas organizações antecipam os depósitos para sexta-feira, dia 4, especialmente em setores como varejo e serviços, onde os funcionários dependem do salário para despesas imediatas. Em 2024, cerca de 60% das empresas brasileiras adotaram essa prática, segundo pesquisa da Febraban.
Variações regionais e feriados locais
Além dos feriados nacionais, alguns estados e municípios têm datas comemorativas que podem ser dias não úteis localmente. Em São Paulo, por exemplo, o feriado de 9 de julho (Revolução Constitucionalista) não afeta abril, mas pode influenciar julho. Em abril, porém, não há feriados locais que mudem o cálculo do quinto dia útil.
Trabalhadores devem verificar com seus empregadores se há ajustes por convenções coletivas ou regras internas, já que algumas empresas pagam antes do prazo legal, como no último dia do mês ou no primeiro dia útil.
Dicas para os trabalhadores
Para quem depende do salário, acompanhar o calendário é essencial. Anotar o quinto dia útil e confirmar com o empregador evita surpresas. Se o pagamento atrasar, o trabalhador pode procurar o RH da empresa ou o sindicato da categoria para registrar a reclamação.
Outra dica é monitorar os feriados do mês. Embora abril de 2025 não tenha interferências no início, entender como eles afetam o fluxo de caixa mensal ajuda no planejamento financeiro pessoal.
Consequências do descumprimento
Quando o prazo não é cumprido, a CLT prevê penalidades severas. Além da multa em dobro, o empregador pode enfrentar ações trabalhistas que resultam em indenizações por danos morais, especialmente se o atraso for recorrente. Em 2023, o Tribunal Superior do Trabalho julgou mais de 10 mil casos relacionados a atrasos salariais, um alerta para as empresas.
O impacto vai além do financeiro: a confiança entre trabalhador e empregador é abalada, o que pode aumentar a rotatividade e prejudicar a produtividade. Para os funcionários, o atraso compromete contas, aluguéis e até o sustento familiar.
Setores mais afetados pelos prazos
Indústrias como construção civil, varejo e serviços, que empregam grande número de trabalhadores celetistas, são mais sensíveis aos prazos de pagamento. Nessas áreas, o salário é muitas vezes a única fonte de renda, tornando o cumprimento do quinto dia útil ainda mais crítico.
Em 2024, o setor de serviços respondeu por 45% das reclamações trabalhistas por atrasos, seguido pelo comércio, com 30%, segundo o Ministério do Trabalho. Em abril, a proximidade de feriados pode pressionar ainda mais essas empresas a se organizarem.