As chuvas intensas que castigam o estado do Acre em março de 2025 têm transformado a vida de milhares de pessoas em um cenário de incerteza e desespero. O Rio Acre, principal curso d’água da região, ultrapassou a cota de transbordamento em Rio Branco, alcançando 14,20 metros no início da tarde de 10 de março, segundo informações do deputado estadual Fagner Calegário em postagem no X. Esse nível elevado já afeta diretamente a população, com bairros alagados, famílias desabrigadas e um esforço conjunto de autoridades para minimizar os danos. Mas o que está por trás dessa crise? E como ela impacta a vida dos acreanos?
O Cenário Atual das Enchentes
De acordo com a Defesa Civil Municipal de Rio Branco, o Rio Acre atingiu 14,13 metros na manhã de 10 de março, afetando 10 bairros e cerca de 300 famílias na capital, conforme publicado pelo portal Valor & Mercado RO. A cota de transbordamento, fixada em 14 metros, foi superada após dias de chuvas intensas, que elevaram o nível do rio em ritmo alarmante. No sábado, 8 de março, o jornalista Martinello Silva informou no X que o rio subiu 65 cm em 24 horas, chegando a 12,85 metros, já próximo da cota de alerta. No domingo, a marca de 13,76 metros indicava que o transbordamento era iminente, com os bairros Ayrton Senna e Base sendo os primeiros atingidos.
A situação não se restringe à capital. O governo do Acre decretou estado de emergência em 11 de março, abrangendo os rios Acre, Juruá, Purus e Envira, todos acima de suas cotas de transbordamento, conforme noticiado pelo SBT Jornalismo. Esse decreto reflete a gravidade de um desastre que já é recorrente na região, mas que, em 2025, ganha contornos ainda mais dramáticos devido às condições climáticas extremas.
Impactos na Vida das Pessoas
Por trás dos números, estão histórias de luta e resiliência. Famílias têm sido retiradas de suas casas às pressas, muitas vezes levando apenas o que conseguem carregar. No bairro Ayrton Senna, as primeiras águas invadiram residências no domingo, enquanto no bairro da Base, moradores tentam salvar móveis e pertences em meio ao avanço da enchente. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros trabalham incansavelmente, mas a extensão do problema desafia até mesmo as equipes mais preparadas.
Em 2024, o Acre já havia enfrentado uma cheia histórica, com o Rio Acre alcançando 17,84 metros em Rio Branco, afetando mais de 100 mil pessoas, segundo a Agência Brasil. Este ano, embora os níveis ainda não tenham atingido essa marca, a rapidez da subida das águas preocupa. O Serviço Geológico do Brasil (SGB) alertou em 10 de março que o Rio Acre chegou a 14,09 metros, e chuvas previstas até o dia 16 podem agravar o quadro, especialmente com a contribuição do afluente Riozinho do Rola.
Resposta das Autoridades e Previsões
O governo estadual, em parceria com a Defesa Civil, intensificou as ações de monitoramento e assistência. Abrigos temporários foram montados no Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco, para acolher as vítimas, conforme relatado pelo ac24horas. Além disso, o Flood Hub do Google emitiu alertas sobre a tendência de elevação do rio, prevendo um novo pico por volta do dia 17 de março.
Apesar disso, há esperança de estabilização. O SGB indica que o nível do Rio Acre pode se estabilizar na capital e reduzir ao longo da calha principal, mas a atenção segue redobrada. O coronel Carlos Batista, da Defesa Civil Estadual, destacou a importância do acompanhamento em tempo real para mitigar os impactos.
Um Chamado à Solidariedade
A situação de inundação perto do Rio Acre é mais do que um evento climático: é um drama humano que clama por solidariedade e soluções de longo prazo. Enquanto as águas sobem, a união entre governo, sociedade e voluntários se torna essencial para amparar os afetados. Para os acreanos, resta a força de quem já enfrentou outras cheias e a esperança de dias melhores.
Fontes:
- Defesa Civil Municipal de Rio Branco via Valor & Mercado RO
- Serviço Geológico do Brasil (SGB)
- SBT Jornalismo
- Agência Brasil
- ac24horas
- Postagens no X de @CalegarioFagner e @martinellosilv