Uma tragédia chocou a cidade de São Paulo nesta semana: uma menina de 11 anos morreu após inalar desodorante em um desafio da internet. O caso, que aconteceu na última terça-feira, 9 de março de 2025, levanta mais uma vez o alerta sobre os perigos das brincadeiras virais que circulam nas redes sociais e o impacto delas na vida de crianças e adolescentes. A vítima, cujo nome não foi divulgado, participava de um “challenge” que incentiva jovens a inalar produtos químicos, como aerosóis, para experimentar sensações momentâneas. O incidente terminou em uma fatalidade que poderia ter sido evitada.
De acordo com informações divulgadas pela polícia, a menina estava em casa com amigos quando decidiu realizar o desafio. Ela inalou grandes quantidades de desodorante em spray, o que causou uma parada cardiorrespiratória quase imediata. Os amigos, assustados, chamaram os pais da vítima, que acionaram o serviço de emergência. Apesar da rápida chegada do Samu, a criança não resistiu e faleceu antes mesmo de ser levada ao hospital. O caso está sendo investigado como morte acidental, mas reacende o debate sobre a segurança online e a supervisão parental.
Os desafios da internet não são novidade, mas têm se tornado cada vez mais perigosos. Especialistas apontam que a busca por likes, visualizações e aprovação nas redes sociais leva muitos jovens a ignorarem os riscos. “Inalar desodorante pode causar asfixia, arritmia cardíaca ou até danos irreversíveis ao cérebro”, explica a pediatra Dra. Mariana Lopes, em entrevista ao portal. Segundo ela, os pais precisam estar atentos ao que os filhos consomem na internet e dialogar sobre os perigos dessas brincadeiras.
A morte da menina de 11 anos não é um caso isolado. Nos últimos anos, outros incidentes semelhantes foram registrados no Brasil e no mundo. Em 2023, um adolescente de 14 anos, no Rio de Janeiro, ficou em coma após participar de um desafio parecido. Esses episódios trágicos mostram como a falta de regulação nas plataformas digitais e a exposição precoce a conteúdos perigosos podem ter consequências devastadoras. A hashtag relacionada ao desafio já circula em plataformas como TikTok e Instagram, o que preocupa autoridades e educadores.
A família da vítima, ainda abalada, não quis dar declarações à imprensa. Vizinhos relataram que a menina era curiosa e adorava gravar vídeos para as redes sociais. “Ela era uma criança cheia de vida, é inacreditável que isso tenha acontecido”, disse uma moradora da região, que preferiu não se identificar. O caso também gerou comoção nas redes sociais, com internautas pedindo mais controle sobre os conteúdos que incentivam desafios perigosos.
Autoridades de saúde e segurança pública reforçam a necessidade de campanhas educativas. “As escolas e os pais têm um papel fundamental em orientar as crianças sobre os riscos da internet”, afirma o delegado responsável pelo caso, João Silva. Ele também destaca que as plataformas digitais devem ser responsabilizadas por permitir a disseminação de conteúdos nocivos. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê medidas de proteção, mas a aplicação em casos como esse ainda é um desafio.
Para evitar novas tragédias, especialistas recomendam que os pais monitorem o uso de celulares e redes sociais pelos filhos, além de estabelecer conversas abertas sobre segurança digital. “É importante criar um ambiente de confiança para que as crianças saibam diferenciar o que é brincadeira inofensiva do que pode machucar”, orienta a psicóloga infantil Ana Clara Mendes.
O caso da menina de 11 anos que morreu após inalar desodorante em um desafio da internet serve como um alerta. A combinação de curiosidade infantil, pressão social e falta de supervisão pode ser fatal. Que essa perda trágica motive mudanças e maior conscientização.