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Mauro Cid, ex-ajudante de ordens Bolsonaro disse que firmou o acordo de delação premiada com a PF

Delação de Mauro Cid

Mauro Cid enfrentou um momento decisivo durante audiência conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF). A gravação, tornada pública nesta quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025, expõe a tensão no depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que foi duramente advertido sobre a necessidade de apresentar “fatos” concretos. O ministro foi enfático ao afirmar que aquela seria a última oportunidade de Cid esclarecer pontos nebulosos de sua delação premiada, após a Polícia Federal detectar inconsistências e omissões em suas declarações anteriores. Diante da gravidade do momento, Cid demonstrou emoção ao ser confrontado sobre pedidos de financiamento ao Partido Liberal (PL) para operações que poderiam inviabilizar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. A postura do ex-militar e as revelações do depoimento reforçam a complexidade das investigações que miram uma possível tentativa de golpe de Estado no Brasil.

O ministro Alexandre de Moraes destacou que a colaboração premiada não pode ser seletiva, direcionada ou pautada em conveniências políticas. Ele ressaltou que cabe ao Ministério Público e à Procuradoria-Geral da República decidir quem será processado, e não ao delator. A insistência de Cid em omitir informações relevantes pode comprometer sua credibilidade e benefícios legais, agravando sua situação jurídica.

As imagens do depoimento indicam que a pressão exercida por Moraes fez Mauro Cid refletir sobre as implicações de seu silêncio ou meias-verdades. Durante os questionamentos, a tensão ficou evidente, e o ex-ajudante de ordens foi flagrado enxugando lágrimas, em um gesto que evidenciou o peso das acusações e o impacto da audiência sobre ele.

Investigação de tramas golpistas e papel da Polícia Federal

As investigações sobre uma possível trama golpista envolvendo figuras do alto escalão do governo Bolsonaro avançam com a análise de depoimentos e provas coletadas pela Polícia Federal. Documentos, áudios e mensagens interceptadas indicam que havia articulações para impedir a posse de Lula, com envolvimento de diversos setores políticos e militares. A Procuradoria-Geral da República denunciou formalmente Jair Bolsonaro, o ex-ministro Walter Braga Netto e outras 32 pessoas por participação em uma organização criminosa que pretendia minar a democracia e alterar os rumos políticos do país por meios ilícitos.

A Polícia Federal identificou tentativas de levantar recursos financeiros para custear ações relacionadas a esses planos, incluindo abordagens a dirigentes do Partido Liberal. Relatos indicam que Mauro Cid teria procurado apoio financeiro para operações de desestabilização institucional. A gravidade dessas revelações torna a colaboração premiada um elemento crucial para elucidar os detalhes da trama e responsabilizar os envolvidos.

Os investigadores têm analisado provas que vão além dos depoimentos de Mauro Cid. Conversas extraídas de celulares apreendidos, documentos internos e testemunhos de outros envolvidos compõem um vasto material probatório. As informações obtidas até agora apontam para uma articulação que envolvia não apenas militares da ativa e da reserva, mas também políticos e empresários com interesses alinhados ao governo anterior.

Contradições e riscos na delação de Mauro Cid

A delação de Mauro Cid passou a ser questionada por autoridades, especialmente após a Polícia Federal apontar lacunas e inconsistências em suas declarações. O ex-ajudante de ordens já havia prestado diversos depoimentos, mas as investigações demonstraram que ele omitiu informações relevantes ou tentou minimizar o impacto de suas revelações sobre determinadas figuras políticas. O ministro Alexandre de Moraes enfatizou que um colaborador precisa apresentar a verdade de forma integral, sob pena de perder os benefícios da delação premiada.

Caso as contradições se confirmem, Mauro Cid poderá enfrentar um agravamento em sua pena, além de perder a credibilidade junto aos investigadores. Moraes deixou claro que a proteção jurídica concedida ao delator depende de sua disposição para esclarecer os fatos sem manipulação ou seletividade. Com a divulgação dos vídeos da audiência, a sociedade passa a ter acesso ao teor dos depoimentos e à forma como as investigações vêm sendo conduzidas.

A delação de Cid é peça-chave na apuração de crimes que incluem não apenas a tentativa de golpe de Estado, mas também fraudes na vacinação contra a Covid-19 e a venda irregular de presentes oficiais recebidos pelo governo brasileiro. Essas investigações abrangem uma série de ilícitos cometidos no período em que Jair Bolsonaro estava na Presidência da República e expõem o funcionamento de esquemas internos da gestão anterior.

A relação de Mauro Cid com Bolsonaro e os impactos da delação

Mauro Cid era uma das figuras mais próximas de Jair Bolsonaro, exercendo o papel de ajudante de ordens do ex-presidente ao longo do mandato. Sua proximidade com Bolsonaro fez dele um dos principais alvos das investigações sobre atos ilícitos cometidos durante o governo. Os investigadores acreditam que Cid não apenas acompanhava decisões estratégicas do ex-presidente, mas também participava ativamente de algumas ações irregulares, incluindo a manipulação de documentos e a tentativa de viabilizar um plano golpista.

O impacto de sua delação sobre Bolsonaro pode ser devastador, pois reforça as suspeitas de que havia um esquema coordenado para impedir a posse do presidente eleito Lula. Caso novas provas confirmem as alegações apresentadas por Cid, o ex-presidente poderá enfrentar processos criminais que incluem a participação em uma organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e outros crimes de natureza gravíssima.

A defesa de Bolsonaro nega qualquer envolvimento do ex-presidente em planos golpistas e tem classificado as investigações como perseguição política. No entanto, as provas reunidas até agora indicam um cenário preocupante para o ex-mandatário, que já enfrenta múltiplas frentes de investigação.

Pontos-chave da audiência e próximos passos das investigações

  • Abertura dos vídeos: A decisão de Moraes em divulgar as imagens da audiência reforça a transparência do processo e permite que a sociedade acompanhe os desdobramentos das investigações.
  • Pressão sobre Cid: O ministro deixou claro que essa era a última chance de Cid apresentar informações verídicas, sem omissões ou distorções.
  • Possíveis consequências: Caso Cid continue omitindo fatos, ele pode perder os benefícios da delação premiada e enfrentar uma pena mais severa.
  • Ligação com Bolsonaro: A proximidade de Cid com o ex-presidente levanta questões sobre até que ponto Bolsonaro estava envolvido nos planos investigados.
  • Provas complementares: A Polícia Federal segue analisando documentos, mensagens e outros elementos que podem comprovar a existência de uma trama golpista.

Com a continuidade das investigações e a análise minuciosa de provas e depoimentos, espera-se que os responsáveis pelos atos ilícitos sejam devidamente processados e punidos. O caso representa um dos capítulos mais complexos da história política recente do Brasil, com desdobramentos que podem impactar profundamente o cenário nacional.

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