Dow Jones despenca 400 pontos após Trump mencionar recessão e aciona queda de 3,5% no Nasdaq

O mercado financeiro começou a semana em forte retração, refletindo a preocupação dos investidores com a possibilidade de recessão nos Estados Unidos. O Dow Jones Industrial Average caiu mais de 400 pontos, representando uma queda superior a 1%, enquanto o Nasdaq Composite sofreu uma retração de 3,5%, afastando-se ainda mais de sua média móvel de 200 dias. O movimento negativo foi intensificado após declarações do presidente Donald Trump, que não descartou uma recessão, alimentando incertezas sobre o cenário econômico. A tensão se espalhou por Wall Street, impactando diversas ações de tecnologia e grandes companhias, com a Nvidia caindo 5%, a Apple sofrendo fortes perdas e o Goldman Sachs sendo atingido pela onda de pessimismo.

O S&P 500 também registrou recuo significativo, atingindo mínimas não vistas desde a sexta-feira anterior, com uma queda superior a 2%. O setor de tecnologia foi um dos mais afetados, arrastando consigo grandes empresas como Tesla e Palantir, ambas com desvalorizações expressivas. O volume de negociações foi misto nas bolsas de valores de Nova York e Nasdaq, indicando um aumento da volatilidade no mercado.

As declarações de Trump sobre tarifas comerciais e sua estratégia para fortalecer a economia dos Estados Unidos elevaram a cautela entre os investidores. O discurso reforçou a incerteza econômica, uma vez que o governo vem adotando uma postura agressiva no comércio global, especialmente com a China.

Impacto direto nas bolsas e nas grandes corporações dos EUA

A turbulência no mercado de ações afeta diretamente gigantes do setor tecnológico e financeiro, trazendo desdobramentos importantes para investidores e empresas. A Nvidia, uma das maiores empresas do setor de inteligência artificial, viu seu valor de mercado encolher consideravelmente após sua ação despencar 5% no pregão. A Apple, que já enfrentava desafios internos, sofreu mais uma rodada de liquidação de papéis, contribuindo para o recuo do S&P 500.

A Palantir Technologies segue um movimento semelhante ao de outras companhias de tecnologia que enfrentam dificuldades após um período de forte valorização. Após subir mais de 340% em 2024 e ingressar no índice S&P 500, suas ações agora enfrentam uma desvalorização que já ultrapassa 37% desde sua máxima em fevereiro. A empresa de análise de dados e inteligência artificial parece perder força diante das preocupações com o mercado e o futuro da tecnologia.

O índice Russell 2000, que acompanha small caps, também foi afetado, registrando queda de 2%. Enquanto isso, setores mais tradicionais, como energia e serviços públicos, mostraram maior resistência, evitando perdas mais acentuadas no pregão.

Trump eleva tensão ao falar sobre recessão e reforça postura comercial agressiva

As declarações do presidente Trump sobre uma possível recessão adicionaram ainda mais nervosismo ao mercado financeiro. Durante entrevista à Fox News, ele afirmou que “odeia prever coisas assim”, mas deixou claro que há um período de transição em andamento na economia dos EUA. A fala foi interpretada por analistas como um sinal de que o governo está ciente das dificuldades econômicas atuais e da instabilidade gerada por suas políticas comerciais.

Trump também enfatizou que seu principal objetivo é “construir um país forte” e que não se pode observar apenas o comportamento do mercado de ações. Ele comparou a estratégia dos Estados Unidos com a da China, afirmando que o país asiático opera com uma visão de longo prazo de 100 anos. A postura protecionista do governo americano já levou a novas tarifas sobre importações chinesas, que agora atingem 20% em uma ampla gama de produtos agrícolas.

A resposta da China foi imediata, impondo tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA, elevando as tensões comerciais e afetando diretamente o agronegócio americano. Esse cenário aumenta a preocupação dos investidores sobre o impacto de longo prazo das políticas protecionistas na economia global.

Setores mais afetados e desempenho das principais ações no mercado financeiro

  • Tecnologia em queda: Empresas como Nvidia, Apple e Palantir foram fortemente impactadas pela instabilidade do mercado.
  • Pequenas empresas sofrem: O índice Russell 2000 caiu 2%, refletindo dificuldades para small caps diante da volatilidade econômica.
  • Setores resilientes: Energia e serviços públicos registraram menor impacto, mostrando maior resistência em meio à turbulência do mercado.

Tesla perde metade do valor de mercado e enfrenta dificuldades com Musk no comando

As ações da Tesla foram duramente atingidas no pregão, acumulando uma perda de mais de 8% no dia e ampliando sua desvalorização total para 50% desde dezembro. O CEO Elon Musk, frequentemente envolvido em polêmicas políticas, viu sua proximidade com a administração Trump gerar preocupações sobre a percepção da marca no mercado. Investidores temem que as declarações e atitudes de Musk afastem consumidores e afetem a imagem da empresa, especialmente em um período de forte concorrência no setor de veículos elétricos.

A Tesla tem encontrado dificuldades para manter seu valor de mercado desde a eleição presidencial. O movimento de queda das ações ganhou força após um embate público entre Musk e o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, sobre o acesso à rede Starlink. Durante a discussão, Musk chegou a chamar o ministro polonês de “homem pequeno”, o que gerou forte repercussão negativa.

A classificação da Tesla no IBD Composite caiu para 66 de 99, sinalizando um enfraquecimento da confiança dos investidores na empresa. A preocupação com a condução estratégica da companhia pode agravar ainda mais as perdas no mercado.

Novo Nordisk decepciona investidores após resultados abaixo das expectativas

A farmacêutica Novo Nordisk registrou uma forte queda no mercado de ações após divulgar resultados considerados abaixo do esperado para seu medicamento de perda de peso CagriSema. Os testes indicaram que pacientes obesos ou com sobrepeso perderam em média 16% do peso em 68 semanas, um resultado inferior às projeções anteriores, que apontavam uma redução de até 25%.

Os números frustraram Wall Street, levando a uma reação imediata no mercado financeiro. Em comparação com um teste anterior, divulgado em dezembro, que indicava uma perda de 23%, a nova análise gerou ainda mais pessimismo sobre o futuro do medicamento.

A reação negativa dos investidores demonstra o nível de exigência do mercado em relação a avanços no setor farmacêutico, especialmente quando há grandes expectativas em torno de novos tratamentos para obesidade e diabetes.

Histórico de quedas e momentos de maior instabilidade no mercado de ações dos EUA

  • Crise de 2008: O colapso do setor imobiliário levou o mercado a uma das piores recessões da história moderna.
  • Pandemia de 2020: A volatilidade extrema e os lockdowns causaram quedas expressivas no Dow Jones e S&P 500.
  • Guerra comercial EUA-China: A imposição de tarifas ao longo dos anos aumentou a instabilidade nas bolsas globais.

Tensões comerciais e cenário econômico desafiam investidores em 2025

A escalada da guerra comercial e as políticas protecionistas do governo americano adicionam desafios à economia global. A alta das tarifas sobre importações chinesas e a retaliação imediata da China reforçam um ambiente de incerteza que pode continuar pressionando os mercados.

Os investidores seguem atentos aos próximos passos da administração Trump, especialmente em relação a novas tarifas e medidas econômicas que podem impactar diretamente as empresas listadas nas bolsas americanas. Enquanto a volatilidade persiste, setores mais tradicionais, como energia, tentam se manter resilientes diante do cenário instável.