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COP 30 no Brasil: Um Gasto Bilionário Questionável em Meio à Irrelevância Global

O Brasil está se arrumando para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro de 2025, em Belém, no Pará. À primeira vista, parece uma oportunidade de ouro para mostrar ao mundo que o país leva a sério o clima global. Só que, olhando mais de perto, o custo assusta: cerca de R$ 5 bilhões, que vão sair do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Itaipu Binacional e do Orçamento Geral da União (OGU). E olha que potências como Estados Unidos e China já deixaram a Conferência das Partes (COP) de lado.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

Quem levantou a voz contra essa gastança foi o senador Marcio Bittar, que usou a bancada do Senado para criticar esses bilhões que pesam no bolso e no coração dos brasileiros. Dá pra entender o porquê: será que vale a pena? Neste texto, a gente vai mostrar por que o governo federal tá pisando na bola com nosso dinheiro, quem tá por trás disso, por que a COP tá perdendo o gás e o que dava pra fazer de melhor com essa grana toda.

O Contexto da COP 30 e o Compromisso Financeiro Brasileiro

A escolha de Belém como sede da COP 30 foi anunciada com pompa pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enxerga no evento uma oportunidade de posicionar o Brasil como líder nas negociações climáticas globais. O plano envolve a preparação da cidade para receber cerca de 60 mil pessoas, incluindo delegações de 193 países, cientistas, ativistas e líderes empresariais. Para isso, o governo federal destinou R$ 4,7 bilhões iniciais, conforme anunciado em novembro de 2024, com promessas de aportes adicionais que podem elevar o custo total para algo entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões, segundo estimativas extraoficiais baseadas em obras de infraestrutura, logística e segurança.

Os recursos estão sendo canalizados por meio de três fontes principais: o BNDES, instituição pública que deveria priorizar o desenvolvimento econômico e social do país; a Itaipu Binacional, cuja missão histórica é gerar energia e não financiar eventos internacionais; e o Orçamento Geral da União, que já enfrenta restrições severas para atender às demandas básicas da população. A combinação dessas fontes revela uma decisão política que privilegia a visibilidade internacional em detrimento das prioridades domésticas.

COP 30 no Brasil: Um Gasto Bilionário Questionável em Meio à Irrelevância Global

Entre os projetos financiados, destacam-se a construção do Parque da Cidade (R$ 980 milhões), a Vila Líderes (R$ 224 milhões) e obras de mobilidade urbana, como o Parque Linear da Doca (R$ 366 milhões). Embora o governo alegue que essas intervenções deixarão um “legado” para Belém, a crítica é inevitável: o custo elevado e a concentração de recursos em uma única cidade contrastam com as carências estruturais de outras regiões do país.

Quem Está por Trás Dessa Decisão?

A articulação para a realização da COP 30 no Brasil envolve figuras-chave do governo federal e do estado do Pará. O presidente Lula é o principal entusiasta, enxergando no evento uma chance de recuperar sua imagem internacional após anos de críticas à política ambiental brasileira. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, liderado por Marina Silva, desempenha um papel central na justificativa técnica e ideológica do projeto, enquanto a Casa Civil, sob comando de Rui Costa, coordena a liberação dos recursos. No âmbito estadual, o governador do Pará, Helder Barbalho, celebra a escolha de Belém como um marco histórico, prometendo uma “COP da Floresta” que, segundo ele, será a mais impactante de todos os tempos.

Helder Barbalho Governador do Pará

Além disso, o BNDES, presidido por Aloizio Mercadante, e a Itaipu, dirigida por Enio Verri, foram mobilizados para viabilizar o financiamento, mesmo que suas finalidades institucionais estejam distantes de eventos como esse. A Secretaria Extraordinária para a COP 30 (Secop), criada em 2024 e chefiada por Valter Correia, é outro órgão pivotal, responsável por articular as ações entre União, estado e município. Essa estrutura demonstra um esforço conjunto para garantir a realização do evento, mas também expõe a falta de transparência sobre os custos reais e os critérios de priorização.

A Irrelevância da COP no Cenário Global

COP 30 no Brasil: Um Gasto Bilionário Questionável em Meio à Irrelevância Global

A Conferência das Partes, instituída pela ONU em 1992, já foi um foro essencial para discutir o aquecimento global e estabelecer metas como as do Acordo de Paris (COP 21, 2015). No entanto, sua relevância vem diminuindo drasticamente. Os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump em seu novo mandato iniciado em 2025, reafirmaram a saída do Acordo de Paris, reduzindo drasticamente sua contribuição financeira e tecnológica para a governança climática. A China, maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, também adota uma postura distante, priorizando interesses econômicos internos sobre compromissos multilaterais.

Sem essas duas potências, responsáveis por cerca de 40% das emissões globais, a COP perde força como mecanismo de mudança real. As metas de financiamento climático, como os US$ 100 bilhões anuais prometidos aos países em desenvolvimento, nunca foram plenamente cumpridas, e a COP 29, realizada em Baku (Azerbaijão) em 2024, resultou em compromissos vagos de US$ 300 bilhões que, segundo analistas, dificilmente se concretizarão. Nesse contexto, o Brasil insiste em sediar a COP 30, gastando bilhões para um evento que, na prática, terá impacto limitado na redução das emissões globais.

A escolha de Belém, embora simbólica por estar no coração da Amazônia, não altera o fato de que as decisões mais relevantes sobre o clima estão sendo tomadas fora da COP, em fóruns como o G20 ou em acordos bilaterais entre grandes economias. Assim, o investimento brasileiro parece mais um exercício de autopromoção do governo Lula do que uma estratégia efetiva para enfrentar a crise climática.

COP 30 no Brasil: Um Gasto Bilionário Questionável em Meio à Irrelevância Global

Uma Crítica ao Uso do Erário Público

O uso de R$ 5 bilhões do erário público para a COP 30 é um despropósito em um país com tantas demandas urgentes. O Brasil enfrenta uma taxa de desemprego de 6,8% (IBGE, 2025), um déficit habitacional de 6 milhões de moradias e um sistema de saúde pública que agoniza com filas de espera e falta de medicamentos. Gastar bilhões em um evento internacional de resultados incertos é uma afronta aos brasileiros que lutam diariamente por condições básicas de vida.

O envolvimento do BNDES, que deveria financiar pequenas e médias empresas para estimular a economia, e da Itaipu, cuja receita vem da geração de energia elétrica acessível, é particularmente questionável. Esses recursos poderiam ser direcionados a setores estratégicos, como a educação, que sofre com escolas em condições precárias, ou a segurança pública, onde o aumento da violência urbana clama por investimentos. O governo federal, ao priorizar a COP 30, demonstra uma desconexão com as reais necessidades da população.

Além disso, o discurso do “legado” para Belém é frágil. Obras como o Parque da Cidade e a Vila Líderes beneficiarão diretamente uma pequena parcela da população paraense, enquanto os custos serão arcados por todos os contribuintes brasileiros. A falta de um debate amplo no Congresso Nacional sobre o uso desses recursos reforça a percepção de que a decisão foi tomada de forma unilateral, sem considerar alternativas mais eficazes.

O Custo Final Estimado e Suas Implicações

Embora o governo tenha anunciado oficialmente R$ 4,7 bilhões, especialistas apontam que o custo final da COP 30 pode ultrapassar R$ 8 bilhões. Esse valor inclui não apenas as obras de infraestrutura já em andamento, mas também despesas adicionais com segurança (envolvendo Forças Armadas e polícias locais), logística (transporte de delegações e equipamentos), e compensações ambientais prometidas para tornar o evento “sustentável”. A contratação de navios cruzeiros para hospedar 5 mil pessoas e a construção de hotéis cinco estrelas na área portuária de Belém são exemplos de gastos que podem inflar ainda mais a conta.

Para um evento que durará apenas 12 dias (10 a 21 de novembro de 2025), esse montante é desproporcional. Comparado ao orçamento da ONU para 2020, de US$ 3,1 bilhões (cerca de R$ 18 bilhões na cotação atual), o Brasil está destinando quase metade desse valor a uma única conferência, enquanto a organização global financia operações em seus três pilares — paz, desenvolvimento e direitos humanos — por um ano inteiro.

COP 30 no Brasil: Um Gasto Bilionário Questionável em Meio à Irrelevância Global

Onde Poderíamos Investir Esses Bilhões?

Os R$ 5 bilhões a R$ 8 bilhões previstos para a COP 30 poderiam ser realocados para áreas críticas do país, trazendo benefícios concretos e duradouros. Aqui estão algumas alternativas:

  1. Saúde Pública: Com R$ 5 bilhões, seria possível construir cerca de 500 unidades básicas de saúde (UBS), equipadas para atender comunidades carentes, ou adquirir milhões de doses de vacinas para campanhas nacionais. O SUS, que atende 75% da população, sofre com subfinanciamento crônico e poderia ter um alívio significativo.
  2. Educação: Investir em infraestrutura escolar poderia reformar ou construir 10 mil escolas, beneficiando milhões de estudantes. Alternativamente, o valor poderia ampliar programas como o Bolsa Família, garantindo educação e alimentação para crianças em situação de vulnerabilidade.
  3. Habitação: O déficit habitacional poderia ser reduzido com a construção de 100 mil moradias populares, ao custo médio de R$ 50 mil por unidade, oferecendo dignidade a famílias que vivem em condições precárias.
  4. Segurança Alimentar: Em um país onde 33 milhões de pessoas enfrentaram fome em 2022, os recursos poderiam financiar programas de agricultura familiar, gerando empregos e reduzindo a insegurança alimentar.
  5. Transição Energética: Se o objetivo é combater a crise climática, investir em energia renovável, como solar e eólica, seria mais eficaz do que um evento simbólico. Com R$ 5 bilhões, o Brasil poderia instalar milhares de painéis solares em comunidades isoladas da Amazônia, promovendo desenvolvimento sustentável local.

Essas alternativas teriam impacto direto na vida dos brasileiros, ao contrário da COP 30, cujos resultados são incertos e dependem de fatores externos, como o comprometimento de outros países — muitos dos quais já abandonaram o processo.

Palavras-Chave

  • COP 30: O evento central da discussão, criticado por seu custo e relevância.
  • BNDES: Fonte de financiamento questionada por desviar de sua missão original.
  • Itaipu: Empresa pública utilizada de forma controversa para bancar a conferência.
  • Orçamento Geral da União: Erário público colocado em xeque por priorizar um evento internacional.
  • Clima Global: Tema da COP, mas com soluções reais fora de seu alcance atual.
  • Estados Unidos: Potência ausente que enfraquece a relevância da COP.
  • China: Outro gigante que distancia a conferência de resultados concretos.
  • Aquecimento Global: Problema real, mas mal abordado por um evento caro e simbólico.
  • Lula: Líder político por trás da decisão, alvo de críticas pela gestão dos recursos.
  • Belém: Cidade beneficiada localmente, mas à custa de todo o país.

Um Investimento de Retorno Duvidoso

A COP 30 no Brasil é um exemplo clássico de como boas intenções podem se transformar em desperdício de recursos públicos. Com Estados Unidos e China fora do jogo, a conferência perdeu sua capacidade de influenciar o clima global de maneira significativa, tornando-se um palco para discursos vazios e promessas não cumpridas. O governo federal, ao destinar R$ 5 bilhões — com risco de chegar a R$ 8 bilhões — do BNDES, da Itaipu e do OGU, ignora as prioridades do povo brasileiro em prol de uma vitrine internacional.

Enquanto Belém recebe obras de infraestrutura, o resto do país continua a lidar com desemprego, fome e falta de moradia. Os bilhões gastos na COP 30 poderiam transformar vidas, financiar a educação, fortalecer o SUS ou impulsionar a transição energética de forma concreta. Em vez disso, o Brasil aposta em um evento de relevância duvidosa, cujos resultados dificilmente justificarão o investimento. Cabe à sociedade e aos parlamentares, como o senador Marcio Bittar, exigir transparência e reavaliar essa escolha antes que o prejuízo se torne irreversível.

Senador Marcio Bittar

O senador Marcio Bittar nasceu em 1963, em Franca (SP), e desde 2019 representa o Acre no Senado, hoje filiado ao União Brasil. Economista formado pela UnB, ele não é de ficar quieto: gosta de falar claro, defendendo menos interferência do governo e mais liberdade para as pessoas. No Congresso, ele bate de frente com gastos que acha exagerados, como a COP 30, e já foi relator do Orçamento, passando a tesoura no que considera desnecessário. No Acre, ele levanta a bandeira de um desenvolvimento real para um estado amazônico que, na visão dele, precisa de atenção de verdade, não de eventos caros e cheios de pompa. Para Bittar, o dinheiro público tem que servir ao povo, não a festas internacionais, o que o coloca como uma figura de peso nesse debate.

  • Bittar quer dinheiro do povo para o povo, não para show externo.

Senador Marcio sempre defende essa pauta porque acredita que o dinheiro público deve atender às necessidades reais dos brasileiros, como saúde, educação e moradia, em vez de ser gasto em eventos internacionais caros, como a COP 30. Como economista e liberal, ele acha que o governo não deve desperdiçar recursos em coisas que não trazem retorno claro para a população, ainda mais em um estado como o Acre, que sofre com falta de infraestrutura e desenvolvimento. Para ele, a prioridade é o cidadão, não a imagem do Brasil lá fora.

Por: Adm. Eliton Muniz

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