Roraima é o primeiro estado a realizar o microplanejamento para a eliminação de infecções e doenças determinadas socialmente

Teve início nesta segunda-feira (3) a oficina de microplanejamento Brasil Saudável – Unir para Cuidar em Roraima. Uma comitiva com 30 pessoas dos 14 ministérios membros do Programa está em Boa Vista para, em parceria com gestão local e sociedade civil, elencar problemas e respectivas formas para acelerar a eliminação de infecções e doenças determinadas socialmente no estado. A oficina termina na sexta-feira (7).

Roraima é o primeiro território a realizar a atividade e, para o assessor especial do gabinete da ministra da saúde, Valcler Rangel, o Programa tem um objetivo grandioso, mas para alcançá-lo é necessário considerar as peculiaridades de cada local. “O Ministério da Saúde estar nos territórios significa que ele está próximo às dificuldades e com maior capacidade de unificar sociedade civil, governos municipais, governo estadual e todas as instâncias, forças e potências que o território tem para podermos eliminar as doenças previstas pelo Brasil Saudável”, explica.

Para a representante da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids (RNP+ Brasil), Vanessa Campos, é fundamental que um Programa com o mote “Unir para cuidar” inclua a população na definição de suas estratégias. “A gente entende que é fundamental a participação da sociedade civil em cada território, então esse microplanejamento aqui em Roraima é muito importante. É vital que gestores estaduais e municipais compreendam que a sociedade civil deve ser ouvida e incluída”, afirma.

De acordo com o coordenador executivo do Programa, Draurio Barreira, a oficina será realizada em todos os municípios prioritários do Brasil Saudável, no entanto, iniciar em Roraima tem uma simbologia de superposição de vulnerabilidade das populações mais acometidas pelas infecções e doenças a serem eliminadas.

“Para além da questão biomédica, temos a questão social muito sensível no estado neste momento, seja por causa da migração, das populações indígenas – especialmente dos povos yanomami e warao – seja devido ao garimpo”, informa Draurio Barreira.

Neste contexto, o Dílson Ingaricó, secretário adjunto da Secretaria dos Povos Indígenas do Estado de Roraima, reforçou a importância da primeira oficina que reúne as três esferas de Governo para construir estratégias considerando as infecções e doenças que acometem a população indígena no território. “Os povos indígenas serão inclusos nesse processo, considerando que 46% do território do estado concentram 80 mil indígenas, que enfrentam dificuldades específicas de acordo com suas regiões, tradições e culturas”. 

 

Adria Albarado e Lorany Silva

Ministério da Saúde