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Putin faz oferta de exploração mineral conjunta a Trump

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No dia em que a Guerra da Ucrânia completa três anos, o presidente Vladimir Putin fez uma oferta de exploração conjunta de minerais estratégicos e fornecimento de alumínio para os Estados Unidos, como parte da negociação tentando acabar com o conflito.

 

Com isso, o russo atravessa o caminho do rival Volodimir Zelenski, que está em difíceis tratativas semelhantes com Donald Trump, que pede US$ 500 bilhões (R$ 2,8 trilhões) em terras raras usadas em indústria de alta tecnologia e outros minerais ucranianos em troca do apoio que já deu e pode vir a dar a Kiev.

No começo da tarde, Trump havia dito que esperava não só a paz, mas “grandes transações de desenvolvimento econômico com a Rússia”. Putin então reuniu-se com os ministros da área e, duas horas depois, anunciou sua proposta.

Hoje, não há negócios de monta entre empresas ocidentais e a Rússia, submetida a sanções devido à guerra. “Nós estamos prontos para oferecer a nossos parceiros americanos, e quando eu digo parceiros eu me refiro não só às estruturas administrativa e governamental, mas também empresas, se elas mostrarem interesse em trabalho conjunto”, disse Putin.

Além das cobiçadas terras raras, o russo falou especificamente sobre produzir alumínio em parceria com os EUA na região de Krasnoiarsk, na Sibéria. Ele disse que é possível direcionar 2 milhões de toneladas anuais para os americanos, voltando à situação do pré-guerra, quando a Rússia fornecia 15% do alumínio consumido pelos EUA.

Putin disse não se preocupar com o acordo que possa ser costurado por Trump e Zelenski. “Nós temos, sem dúvida, significativamente mais recursos desse tipo do que a Ucrânia”, afirmou.

O aspecto comercial da abordagem polêmica de Trump, que anulou toda a política americana para a guerra até aqui, tem sido reforçado. Negociadores russos dizem que há diversos acordos a serem feitos, apesar do temor de que Trump ou traia Putin, ou vise afastá-lo da aliada China, a principal rival estratégica de Washington.

Na Casa Branca, Trump disse também nesta segunda não se opor ao envio de uma força de paz europeia para salvaguardar um acordo de paz

Ele se encontrou com um dos entusiastas da proposta, o presidente francês, Emmanuel Macron, na primeira visita de um líder europeu desde que ele assumiu o governo, há pouco mais de um mês. Para Trump, que já disse que encerraria o conflito em um dia, a guerra pode acabar “em algumas semanas”.
O francês foi em missão de paz, por assim dizer, após duas semanas em que Trump praticamente rompeu com Zelenski e abriu negociações diretas com o russo Vladimir Putin acerca do fim do conflito -sem enviados de Kiev ou da Europa à mesa na Arábia Saudita, onde as conversas começaram.

O americano também havia dito que Zelenski era um “ditador sem eleições” e dispensável por obstruir acordos.

Na semana passada, o Kremlin disse que a presença de forças da Otan, a aliança militar liderada pelos EUA com 30 sócios europeus e o Canadá, era inaceitável. A proposta franco-britânica, vazada à imprensa, previa 30 mil soldados em cidades próximas, mas não na linha de frente a ser congelada.

Trump disse nesta segunda que Putin irá aceitar a força, caso ela seja estabelecida. Após as reações horrorizadas de líderes europeus ante os movimentos do republicano, Macron buscou pontos de consenso durante a fala conjunta a jornalistas.

Ele disse que o acordo de minerais de Trump “é uma boa ideia”, como Zelenski já havia indicado no fim de semana, após afirmar que não poderia “vender o país”.

Macron também apoiou o emprego dos US$ 300 bilhões (R$ 1,7 trilhão) em reservas tomadas dos russos na Europa para reconstruir a Ucrânia, conforme haviam sinalizado negociadores americanos. “Isso está sobre a mesa”, disse o francês, ressaltando que só seria legalmente correto usar os juros acumulados sobre os valores.

Tocando música para Trump, que sempre pede mais investimento europeu em defesa e cujo vice, J. D. Vance, sugeriu que os EUA podem retirar suas tropas do continente, Macron afirmou que tal despesa é necessária. Hoje, 8 dos 32 membros da Otan não cumprem a meta de 2% do PIB aplicados no setor.

A ofensiva europeia para tentar voltar ao jogo no tema da guerra continua na quinta (27), quando o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, visitará Trump na Casa Branca.

O presidente americano, questionado sobre as perdas territoriais que ele mesmo já disse serem inevitáveis para Kiev, disse: “Vamos ver”. Hoje, Putin controla quase 20% da Ucrânia, contando aí os 7% representados pela Crimeia, anexada em 2014.

Trump disse que, “se tudo der certo”, visitará Moscou, “mas não a tempo do 9 de maio”, em referência à data na qual a Rússia comemora a vitória na Segunda Guerra Mundial. Putin comandará novamente um grande desfile militar, no qual deverão estar presentes o chinês Xi Jinping e líderes como Lula (PT).

O republicano não enviou ninguém ou participou virtualmente dos eventos marcando o terceiro aniversário do conflito, o maior na Europa desde a Segunda Guerra (1939-45). Mais cedo, ele e Macron estiveram juntos no Salão Oval em uma videoconferência com líderes do G7 da qual Zelenski participou.

O ucraniano disse, ao lado de líderes europeus de países médios que o visitaram nesta segunda em Kiev que quer “acabar com a guerra ainda neste ano”.

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