Projeto em fazenda de gado busca proteger espécie de raposa que só existe no Brasil

CORUMBAÍBA, Goiás – Elas apareceram ao crepúsculo. O dia terminava em um céu mesclado de rosa e amarelo quando um filhote se mexeu na relva. A mãe surgiu em seguida, ruiva da cor da terra, pequena, delgada. Krahô-Kanela é uma mãe experiente, já teve pelo menos quatro ninhadas em seus seis anos estimados de vida. A quantidade de parceiros não fica aquém: atualmente ela está com MacDonald, o quinto, padrasto de seus três novos filhotes. O ciclo da vida foi lhe tirando os parceiros, e também a ponta do rabo, mas ela segue resiliente na sua jornada em meio a áreas de gado no município goiano de Corumbaíba. A raposa-do-campo (Lycalopex vetulus), ou raposinha, é um animal pequeno, mas de superlativos: a menor entre as espécies de canídeo que ocorrem no Brasil é a única endêmica não só do Cerrado, mas também do país. É também a única que tem os cupins como sua principal fonte de alimento, o que a leva a viver em campos limpos e abertos do bioma, onde a vegetação é mais baixa e os cupinzeiros são mais aparentes. Costuma morar em buracos antes abertos por tatu-pebas. A ninhada nasce no mês de setembro, e a mãe e o pai dividem as tarefas na criação dos bebês, buscando comida e vigiando a toca para afugentar predadores. Os filhotes começam a desmamar em dezembro, e o cuidado parental vai diminuindo a partir de então. O pai e a mãe já não moram na mesma toca que os…This article was originally published on Mongabay