Os precursores da corrupção na Amazônia: desigualdade e informalidade

Entre os principais desafios sociais e econômicos enfrentados pelos países amazônicos está a desigualdade.  Embora o padrão de vida dos estratos econômicos mais baixos seja melhor agora do que em qualquer outro momento da história, dezenas de milhões de pessoas nos países amazônicos são pobres ou vivem à margem da pobreza. Pior ainda, elas enfrentam barreiras reais e palpáveis para melhorar sua situação econômica. A recente pandemia e a subsequente turbulência econômica restringiram a capacidade dos governos de buscar políticas que mitiguem a desigualdade por meio de transferências de receita e subsídios e, mais importante, de investir em reformas educacionais que possam mudar os impedimentos estruturais à mobilidade social. A pobreza na América Latina é um legado de uma sociedade profundamente estratificada, resultado de classe, etnia e geografia. No Brasil, as pessoas de cor do Nordeste (nordestinos) têm muito mais probabilidade de serem mais pobres e menos instruídas do que seus compatriotas brancos do Sul e do Sudeste. Nos Andes, as elites tendem a ser de origem europeia ou a ter um histórico étnico misto e uma forte identificação com as culturas ocidentais, enquanto os menos abastados são comunidades quechua ou aimara dos Altos Andes. Em meados do século XX, a pobreza e a desigualdade levaram a uma instabilidade política que gerou movimentos políticos socialistas e nacionalistas. A experimentação econômica e a governança medíocre pioraram a situação, e a volatilidade econômica subsequente fez com que os níveis de pobreza aumentassem ao longo de várias décadas. A pobreza arraigada e a…This article was originally published on Mongabay